31/12/10
30/12/10
Não vi o debate Alegre/Cavaco mas só queria dizer uma coisa *
Esta campanha presidencial terá dado sono a muitos portugueses, eu incluída.
A coisa provou-se tão pobrezinha que, não fora os monárquicos terem a representá-los aquela figura patética e abigodada que dá pelo nome de Dom Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança ("estou muito optimista porque finalmente os governantes decidiram tomar as medidas necessárias", disse recentemente Sua Alteza), a República teria corrido perigo e logo no centenário.
Ceci dit, apenas lamento não ter conhecido Maria Mendes Vieira, a segunda mulher do sogro de Cavaco e que este bufou à PIDE.
Não sei bem porquê, fiquei a simpatizar com a senhora. Talvez até votasse nela. Tal não sendo possível, estou com o Quincas Borba, "ao vencedor, as batatas".
* Post refeito depois de passear a princesa e tomar café
A coisa provou-se tão pobrezinha que, não fora os monárquicos terem a representá-los aquela figura patética e abigodada que dá pelo nome de Dom Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança ("estou muito optimista porque finalmente os governantes decidiram tomar as medidas necessárias", disse recentemente Sua Alteza), a República teria corrido perigo e logo no centenário.
Ceci dit, apenas lamento não ter conhecido Maria Mendes Vieira, a segunda mulher do sogro de Cavaco e que este bufou à PIDE.
Não sei bem porquê, fiquei a simpatizar com a senhora. Talvez até votasse nela. Tal não sendo possível, estou com o Quincas Borba, "ao vencedor, as batatas".
* Post refeito depois de passear a princesa e tomar café
29/12/10
28/12/10
26/12/10
Ainda os pobres natalícios ou toma lá dez euros e vai com deus
O país ficou a saber na véspera das rabanadas que o salário mínimo, inicialmente previsto para 500 euros, ficará pelos 485, ou seja, sofre um aumento de 10 euros.
A ex-sindicalista Helena André*, actual ministra do Trabalho e da Solidariedade Social (a solidariedade fica sempre bem a um ex-sindicalista...), justificou os 10 euros com a crise e blá blá blá e, num momento de particular bom gosto, acrescentou que "o aumento do salário mínimo nacional em Portugal desde que o PS chegou ao Governo é um facto histórico: houve um aumento de 33,4 por cento em termos nominais desde 2005".
A ex-sindicalista Helena André*, actual ministra do Trabalho e da Solidariedade Social (a solidariedade fica sempre bem a um ex-sindicalista...), justificou os 10 euros com a crise e blá blá blá e, num momento de particular bom gosto, acrescentou que "o aumento do salário mínimo nacional em Portugal desde que o PS chegou ao Governo é um facto histórico: houve um aumento de 33,4 por cento em termos nominais desde 2005".
A lata da moça compreende-se. Como me assinalava em tempos alguém, Portugal deve ser o único país do mundo onde quando se recusa a esmola a um pobre se acrescenta como se não bastasse: "tenha paciência!"
25/12/10
Coisas sérias que o ano já não dura muito: livros de 2010 que merecem leitores
História do Século XX, Martin Gilbert, Dom Quixote
Sussurros – A Vida Privada na Rússia de Estaline, Orlando Figes, Aletheia
George Orwell. Uma Biografia Política, John Newsinger, Antígona
Comer Animais, Jonathan Safran Foer, Bertrand
A Viagem dos Inocentes, Mark Twain, Tinta-da-China
Petersburgo, Andrei Béli, Relógio D’Água
Pan, Knut Hamsun, Cavalo de Ferro
Kanikosen – O Navio dos Homens, Takiji Kobayashi, Clube do Autor
As Aventuras de Augie March, Saul Bellow, Livros Quetzal
Obra Poética, Sophia de Mello Breyner Andresen, Editorial Caminho
Uma Viagem à Índia, Gonçalo M. Tavares, Editorial Caminho
Sôbolos Rios Que Vão, António Lobo Antunes, Dom Quixote
Adoecer, Hélia Correia, Relógio D'Água
A Mecânica da Ficção, James Wood, Livros Quetzal
Cem Poemas, Emily Dickinson, Relógio D´Água
Um Jantar a Mais, Ismail Kadaré, Livros Quetzal
Papéis Inesperados, Julio Cortázar, Cavalo de Ferro
Diário Volúvel, Enrique Vila-Matas, Teorema
Nova Iorque, Brendan Behan, Tinta-da-China
O Regresso do Hooligan, Norman Manea, ASA
Sussurros – A Vida Privada na Rússia de Estaline, Orlando Figes, Aletheia
George Orwell. Uma Biografia Política, John Newsinger, Antígona
Comer Animais, Jonathan Safran Foer, Bertrand
A Viagem dos Inocentes, Mark Twain, Tinta-da-China
Petersburgo, Andrei Béli, Relógio D’Água
Pan, Knut Hamsun, Cavalo de Ferro
Kanikosen – O Navio dos Homens, Takiji Kobayashi, Clube do Autor
As Aventuras de Augie March, Saul Bellow, Livros Quetzal
Obra Poética, Sophia de Mello Breyner Andresen, Editorial Caminho
Uma Viagem à Índia, Gonçalo M. Tavares, Editorial Caminho
Sôbolos Rios Que Vão, António Lobo Antunes, Dom Quixote
Adoecer, Hélia Correia, Relógio D'Água
A Mecânica da Ficção, James Wood, Livros Quetzal
Cem Poemas, Emily Dickinson, Relógio D´Água
Um Jantar a Mais, Ismail Kadaré, Livros Quetzal
Papéis Inesperados, Julio Cortázar, Cavalo de Ferro
Diário Volúvel, Enrique Vila-Matas, Teorema
Nova Iorque, Brendan Behan, Tinta-da-China
O Regresso do Hooligan, Norman Manea, ASA
21/12/10
Ginástica financeira à moda do bloco central ou dos jogos de soma nula à conta das criancinhas
Diz um digno representante do PSD que o seu partido está "amarrado" ao acordo que fez com o PS para viabilizar o orçamento. Assim, votará contra a revisão de quaisquer mudanças nos cortes aos abonos de família.
No entretanto, o governo vai injectar 500 milhões de euros no Banco Português de Negócios que era um banco muito bom mas que afinal parece que ninguém quer comprar.
Como, através nos cortes dos abonos, o Estado poupará 250 milhões só lhe ficam a faltar outros tantos.
Corrijam-me se estiver errada mas quase que jurava que 250+250 são 500.
20/12/10
Os pobres parecem estar na moda ou, dito de outra forma, os meus pobres são melhores que os teus
"Os políticos abriram a época de caça ao pobre. Querem ostentá-los nas suas campanhas e nas suas intervenções. São um estandarte. A cabeça de um pobre é um troféu. Se em vez de uma forem várias, tanto melhor."
Ler o resto aqui
18/12/10
É por isso que o país não avança: há gente que reflecte demais e quanto às mulheres da limpeza não viram passar ninguém vestido de cor de laranja
A esquerda e a direita — decididamente — já não são o que eram. Enquanto nos EUA há republicanos indignados com as tentativas de silenciamento e criminalização da WikiLeaks (ver aqui) em Portugal uma larga faixa de gente que se assume de esquerda interroga-se, medita, tem dúvidas. Em alternativa, desconsidera o fenómeno.
O argumento mais recente avançado por esta esquerda inquieta (e cá para mim inquietante) vem embalado num twist pouco gracioso que tenta matar dois coelhos com uma só cajadada.
Diz o argumento (versão requentada do alfaiate do panamá): quem nos garante, afinal, que, para mostrar serviço, os embaixadores não tenham contado uma data de aldrabices nos telegramas?
Lançada a dúvida, avança-se com o segundo golpe: os radicais anti-americanos, sempre tão críticos dos states, deram para acreditar piamente em tudo o que os telegramas dizem. Ah! Ah! Ah! (isto é a esquerda inquieta a rir dos radicais anti-americanos).
Deixando de lado o facto de conceitos como “verdade”, “liberdade”, “democracia” não dependerem dos seus proponentes (mais ou menos radicais), não nos podemos deixar de surpreender com esta vaga súbita de inquietação metafísica, absolutamente rendida à Eigentlichkeit heideggeriana (que me vão permitir que traduza por “Autenticidade”).
A síntese da coisa surgiu há já alguns dias e veio assinada por esse paladino do pensamento complexo que dá pelo nome de Valupi: Os imbecis da esquerda imbecil confiam cegamente em qualquer coisa que a diplomacia norte-americana ponha por escrito. Extraordinária revelação.
Valupi faria escola. O único senão é que, enquanto a propósito do fenómeno WikiLeaks (e da referida revelação) alguns vão tendo orgasmos intelectuais múltiplos e outros insinuando até teorias conspirativa quiçá com origem na América, o país real contenta-se com questões mais prosaicas. Um exemplo.
Ao tempo das investigações oficiais sobre os voos da CIA andaram a perguntar às mulheres da limpeza dos aeroportos se tinham visto passar alguém agrilhoado e com uns fatos-macacos laranja...
Vendo bem, são uns para os outros. E como é Portugal ninguém leva a mal.
Ou conhecem mais algum país onde não houvesse a porra de um jornalista que perguntasse o que raio são voos de repatriamento: e para onde os repatriavam, senhor ministro da presidência? para o RITZ lá do sítio?
De facto, chega uma altura em que não há paciência para tanto imbecil junto.
O argumento mais recente avançado por esta esquerda inquieta (e cá para mim inquietante) vem embalado num twist pouco gracioso que tenta matar dois coelhos com uma só cajadada.
Diz o argumento (versão requentada do alfaiate do panamá): quem nos garante, afinal, que, para mostrar serviço, os embaixadores não tenham contado uma data de aldrabices nos telegramas?
Lançada a dúvida, avança-se com o segundo golpe: os radicais anti-americanos, sempre tão críticos dos states, deram para acreditar piamente em tudo o que os telegramas dizem. Ah! Ah! Ah! (isto é a esquerda inquieta a rir dos radicais anti-americanos).
Deixando de lado o facto de conceitos como “verdade”, “liberdade”, “democracia” não dependerem dos seus proponentes (mais ou menos radicais), não nos podemos deixar de surpreender com esta vaga súbita de inquietação metafísica, absolutamente rendida à Eigentlichkeit heideggeriana (que me vão permitir que traduza por “Autenticidade”).
A síntese da coisa surgiu há já alguns dias e veio assinada por esse paladino do pensamento complexo que dá pelo nome de Valupi: Os imbecis da esquerda imbecil confiam cegamente em qualquer coisa que a diplomacia norte-americana ponha por escrito. Extraordinária revelação.
Valupi faria escola. O único senão é que, enquanto a propósito do fenómeno WikiLeaks (e da referida revelação) alguns vão tendo orgasmos intelectuais múltiplos e outros insinuando até teorias conspirativa quiçá com origem na América, o país real contenta-se com questões mais prosaicas. Um exemplo.
Ao tempo das investigações oficiais sobre os voos da CIA andaram a perguntar às mulheres da limpeza dos aeroportos se tinham visto passar alguém agrilhoado e com uns fatos-macacos laranja...
Vendo bem, são uns para os outros. E como é Portugal ninguém leva a mal.
Ou conhecem mais algum país onde não houvesse a porra de um jornalista que perguntasse o que raio são voos de repatriamento: e para onde os repatriavam, senhor ministro da presidência? para o RITZ lá do sítio?
De facto, chega uma altura em que não há paciência para tanto imbecil junto.
16/12/10
O Câmara Corporativa clama pela padeira de Aljubarrota
Enquanto dormis o sono dos justos, nas calles madrilenas forjam-se ataques soezes ao berço do condestável e às probas carcaças do panteão. Mas lede, lede o João Magalhães; observai como o El Pais escarnece de mais um ditoso filho da pátria e enlameia Portugal:
O El Pais garante, em título, que “Sócrates aprovou em segredo os voos a partir de Guantanamo”. E escreve, no texto, que tal autorização seria feita “caso por caso en determinadas circunstancias”. (…) Se o El Pais quisesse fazer jornalismo – e não apenas atirar lama sobre Portugal (…) – era esta a história que contaria.
Não é Sócrates que se conspurca, leitores — não é o Governo, não é o PS, não é o Estado, não são as instituições: é o povo, é a raça, é a nação.
Ah, canalha de Aragões. Nada aprendestes com Aljubarrota.
LIDO AQUI (e sem a ajuda do Google Reader)
O El Pais garante, em título, que “Sócrates aprovou em segredo os voos a partir de Guantanamo”. E escreve, no texto, que tal autorização seria feita “caso por caso en determinadas circunstancias”. (…) Se o El Pais quisesse fazer jornalismo – e não apenas atirar lama sobre Portugal (…) – era esta a história que contaria.
Não é Sócrates que se conspurca, leitores — não é o Governo, não é o PS, não é o Estado, não são as instituições: é o povo, é a raça, é a nação.
Ah, canalha de Aragões. Nada aprendestes com Aljubarrota.
LIDO AQUI (e sem a ajuda do Google Reader)
Yes! Yes! Yes!
Apesar de tudo, uma vitória para a democracia (eu sei, a frase é um bocado pomposa mas de momento é o que se pode arranjar)
Não é por ser d'après Baudrillard que uma aldrabice deixa de o ser
Fernanda Câncio cita João Lopes.
Gostei muito de um livro de reportagens da Fernanda Câncio. E costumava gostar muito do que escrevia João Lopes, mesmo quando não gostava dos filmes de que ele gostava (vai no passado porque há muito tempo que não o leio).
Dito isto, escusam de vir com Sade, Baudrillard e o ódio à América porque não pega. A coisa é muito mais simples.
A América iniciou uma guerra por motivos ínvios. Provocou milhares de mortos, iraquianos mas também americanos, sem justificação. Bush devia ser julgado por crimes de guerra, se o mundo fosse um lugar justo. Não é. Ainda assim, uma aldrabice é uma aldrabice. E não é preciso ter lido La philosophie dans le boudoir para perceber isto.
Oh no, not again: Amado diz que Sócrates está a ser alvo de um "ataque pessoalizado"
Há muito tempo que não ouvíamos falar de uma campanha negra contra o Grande Timoneiro.
15/12/10
Albrabões! Mentirosos! Vigaristas! [ou finalmente apanhou-se o coxo, perdão, o sócrates]
Portugal has provided virtually free access to Portuguese air and seaports for military support operations in Iraq and Afghanistan, with over three thousand flights a year transiting Lajes Air Base in the Azores. It has also granted permission to use Lajes in support of repatriation of detainees from Guatanamo.
E AGORA VEM DESMENTIR O QUE DISSESTE Ó SÓCRATES!
E AGORA VEM DESMENTIR O QUE DISSESTE Ó SÓCRATES!
Notícias que fariam lázaro ressuscitar não ao quarto mas logo ao primeiro dia
Conselho de Segurança da ONU acaba com restrições a armas de destruição maciça no Iraque
Ou seja, os tipos não as tinham* mas passam a poder tê-las.
Bush, Blair, Barroso e Aznar — sois os maiores!
* e, já agora, espero que o longo e pormenorizado texto de Peter Singer consiga também o milagre de desfazer a "cegueira da/pela liberdade" de Fernanda Câncio.
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14/12/10
Diálogos sob o nevoeiro
— Vamos?
— Vamos.
— Hoje foi rápido.
— Pois foi. Vamos a pé?
— Quer ir a pé? Não prefere que vá buscar um táxi?
— Não, podemos ir a pé. Mas, antes disso, arranja-me aí um cigarrinho.
— Qualquer dia recusam-lhe os tratamentos...
— Ora, porquê? Por causa de um cigarrinho? Os cigarros ligam bem com este tempo...
— Com este tempo...
— Sim, não vês que está um bom dia para passear à beira do Tamisa?
— Tamisa?! Queria dizer Tejo, não?
— Eu disse Tejo?
— Não, disse Tamisa.
— E era exactamente o que era queria dizer. Shall we go? (risos)
— Vamos.
— Hoje foi rápido.
— Pois foi. Vamos a pé?
— Quer ir a pé? Não prefere que vá buscar um táxi?
— Não, podemos ir a pé. Mas, antes disso, arranja-me aí um cigarrinho.
— Qualquer dia recusam-lhe os tratamentos...
— Ora, porquê? Por causa de um cigarrinho? Os cigarros ligam bem com este tempo...
— Com este tempo...
— Sim, não vês que está um bom dia para passear à beira do Tamisa?
— Tamisa?! Queria dizer Tejo, não?
— Eu disse Tejo?
— Não, disse Tamisa.
— E era exactamente o que era queria dizer. Shall we go? (risos)
A malta do portal SAPO também deve ter tirado um curso de inglês técnico por correspondência
Texto em destaque no portal SAPO dando conta da decisão do juiz inglês que ordenou a libertação de Julian Assange sob fiança
Julian Assange, criador da Wikileaks, foi libertado sob fiança após ter sido ouvido por um juíz no processo em que estava acusado de violação e abuso sexual.
Julian Assange, criador da Wikileaks, foi libertado sob fiança após ter sido ouvido por um juíz no processo em que estava acusado de violação e abuso sexual.
Deixemos de lado o facto de o "foi libertado" não ser um facto (Assange terá de aguardar na prisão um eventual apelo dos advogados de acusação que têm 48 horas para contestar a sentença) e passemos ao que importa.
Julian Assange não estava acusado!!!??? de "violação" porra nenhuma. Toda a gente já está farta de saber que a acusação é de "sex by surprise", na sequência da queixa feita por duas louras suecas que foram voluntariamente com ele para a cama.
E isto sempre faz alguma diferença, pelo menos para mim que não sou sueca.
13/12/10
E não sendo a pronúncia americana definitivamente posh, até na embaixada dos states notaram o accent bizarro de Sócrates
Socrates is a telegenic and charismatic leader, who worked hard to improve his English in advance of the EU presidency.
Se bem se lembram, o resultado do hard work foi aquele estranho "bicoze-dize-équete-ize-a-équete-déte-ui-du-bicoze"
Se bem se lembram, o resultado do hard work foi aquele estranho "bicoze-dize-équete-ize-a-équete-déte-ui-du-bicoze"
12/12/10
Zé Manel Fernandes: toma, embrulha e esforça-te mais um bocadinho
Os convertidos são sempre os piores. Por isso, ao contrário do Zé Manel Fernandes, o congressista republicano Ron Paul faz as perguntas certas.
E fá-las no pressuposto — não negociável — de que in a free society, we are supposed to know the truth. In a society where truth becomes treason, we are in big trouble (e esta também podia ser para o Pacheco Pereira).
Não vem no Wikileaks nem ninguém lhe perguntou nada mas José Manuel Fernandes garante que não esteva na cama com Assange*
"(...) Refere-se à prisão de Assange? Não estive nas camas em que ele se meteu na Suécia (...)"
*Dadas as óbvias conotações sexuais que este caso vem assumindo, talvez estivesse na altura de alguém desenterrar o Reich.
11/12/10
10/12/10
Enquanto não mando imprimir a T-shirt com os dizeres surprise me! [if you know what I mean] deixo-vos com a Morgada de V. que ficam muito bem
ESTE POST, PARECENDO QUE NÃO, É POLÍTICO
“But the Almighty Lord hath struck him,
and hath delivered him into the hands of
a woman.” — The Vulgate, Judith, xvi. 7
Nietzsche dizia que a prova da inferioridade das mulheres se via no facto de terem passado milénios na cozinha sem terem desenvolvido uma teoria geral da nutrição, mas isso foi porque levou tampa da Lou Salomé e da Cosima e por causa de umas sanchas que lhe caíram mal.
and hath delivered him into the hands of
a woman.” — The Vulgate, Judith, xvi. 7
Nietzsche dizia que a prova da inferioridade das mulheres se via no facto de terem passado milénios na cozinha sem terem desenvolvido uma teoria geral da nutrição, mas isso foi porque levou tampa da Lou Salomé e da Cosima e por causa de umas sanchas que lhe caíram mal.
Ceci dit, há que reconhecer que nem sempre usámos os ingredientes ao nosso dispor para cozinhar a revolução. Exemplos históricos da união feminina em prol da mudança social? Lísistrata & as Mães de Bragança.
Dir-me-ão que o primeiro caso é de ordem ficcional, e o segundo é mau demais para ser verdade, mas é não ter em conta o poder dos arquétipos na conformação da realidade. Em ambos os casos, as mulheres usam o sexo com a mesma extensão dos poderes do Presidente da República: vetam. Dar o corpo ao manifesto, que é bom, népias.
O que faz o mulherio, nomeadamente de esquerda, perante o cerco à liberdade de expressão que nos preocupa a todas? Googla fotos do Assange e suspira (...). Ora os tempos que atravessamos exigem novas formas de luta, formas criativas de luta. Quando alguém é vítima de uma acusação caluniosa, não falta quem venha dizer “somos todos vítimas-de-manobras-caluniosas”, numa espécie de “je m’accuse” solidário; como não podemos ser o Assange, resta-nos o “queremos todas ser surpreendidas pelo Assange”.
Enfim, para quando um movimento “Surprise me”? Seria uma espécie de let’s call the girls bluff of, porque ninguém ignora que a acusação de violação – mesmo a violação between consenting adults, como parece ter sido o caso – tem o poder de uma mancha de crude a alastrar pelo oceano, indeferindo liminarmente o contraditório e levando ao arquivamento do sentido crítico da opinião pública internacional.
Mulheres de todo o mundo, uni-vos! Não é só a liberdade das sociedades ocidentais ou a reputação do Assange que justifica o apelo às armas, é também a reputação feminina que está em causa: aquela loira gira que acusa o Assange e a outra que não aparece nas fotos mas também não deve ser má são as últimas de uma longa lista de castradoras sexy encabeçadas por Salomé, Judite e Dalila, o mito da mulher que faz perder a cabeça ao desprotegido sexo forte.
Urge demarcarmo-nos destes baixos agissements. Acredito que nem todas achem o Assange simpático, que haja quem prefira homens mais baixos ou mais gordos, ou que agora não lhes apeteça; mas a causa da liberdade exige sacrifícios e abnegação, e as refractárias podem sempre seguir os conselhos das Braganza mothers’ mums: lie back and think of Sweden.
Hoje é dia de Nobel
Na ausência do próprio, preso na China, o prémio Nobel da Paz foi entregue a Liu Xiaobo.
09/12/10
Boas notícias para variar [apesar de ainda não terem sido confirmadas]*
Sakineh Mohammadi Ashtiani terá sido libertada! [E é nesta alturas que se vê a falta que faz um ponto de exclamação]
* infelizmente, a boa notícia não se confirma mesmo.
* infelizmente, a boa notícia não se confirma mesmo.
London Calling
Em Londres, os protestos estudantis acabaram mal.
Em causa um aumento significativo das propinas, que podem chegar a passar de 3225 libras anuais para 9 mil!
07/12/10
A maior ironia disto é que num filme americano Assange seria o herói
O cinema americano gosta de heróis solitários. É por isso que assistir ao vivo à perseguição do australiano Julian Assange tem um certo sabor a sétima-arte. Com todos os ingredientes. O "fugitivo" tem atrás de si os bancos, os governos, as polícias, as grandes empresas e mais duas duas louras loucas que o acusam de "sex by surprise" (o que prova desde logo que a ginástica sueca foi claramente destronada pelo Pilates).
E qualquer semelhança com uma história de Phillip K. Dick não será mera coincidência.
06/12/10
05/12/10
Estar com ou contra Julian Assange [porque há coisas que são mesmo assim: ou preto ou branco]
Uns querem vê-lo morto. Outros querem vê-lo preso. Há quem lhe chame anarquista e há quem lhe chame embusteiro. Para mim, Julian Assange é um herói.
Eu sei que a palavra não faz as delícias de uma certa esquerda (a luta de classes como motor da história e tal…), e que a direita, tradicionalmente, embora aprecie o termo neste caso não o adopta.
Dito isto: as últimas revelações da WikiLeaks não são sobre o botox do Muammar al-Gaddafi, como alguns pensam ou pensaram. A prova está na escala da perseguição a que se viu sujeito Assange desde que os telegramas diplomáticos começaram a vir a público.
A coisa foi em crescendo. Com os pretos do Quénia, claro, ninguém se importou muito. A guerra no Afeganistão e no Iraque fez mossa, mas quem no seu juízo perfeito ainda acredita na treta do War on Terror?
Quando se chegou à diplomacia, o que aconteceu foi que os EUA foram expostos ao ridículo (e também, precisamente, por causa do botox do outro). A ameaça pende agora sobre um Banco e sobre a Indústria Farmacêutica e com esses não se brinca. Mesmo.
Aos que duvidam da idoneidade da WikiLeaks ou defendem o secretismo estatal (muito ou só um bocadinho…) apenas queria dizer isto: tivesse existido a WikiLeaks há mais tempo e coisas como as sanguinárias ditaduras latino-americanas (diplomaticamente preparadas pelos EUA) não teriam existido. Resta-nos o consolo de que, no futuro, talvez os militares dos Apache comecem a ter mais cuidado quando brincam ao tiro ao alvo.
*O vídeo acima não é para Pessoas Sensíveis.
04/12/10
Julian Assange na primeira pessoa
[e também em directo para o Guardian, a 3/12, mas em parte incerta]
02/12/10
Gabinete de Sócrates na vanguarda da diplomacia internacional mostra ao mundo como se lida com criminosos tipo Assange
Hillary Clinton deve estar muito arrependida por não ter telefonado aos assessores de Sócrates para lhes pedir conselho sobre o que fazer face às revelações da Wikileaks. Afinal, enquanto a americana se desfaz freneticamente em telefonemas, cartas, conferências de imprensa, pedidos de desculpa e ameaças, o gabinete do primeiro-ministro limitou-se a uma declaração lacónica muito mais eficaz: Não comento! Não comento! Não comento!
Perante o sincretismo do governo português, a embaixada dos EUA em Lisboa já terá enviado um telegrama confidencial para Washington (que será relevado pela Wikileaks a seguir ao dia dos Reis), onde se sugere que as autoridades norte-americanas adoptem, embora tardiamente, a mesma atitude.
O porteiro da embaixada ter-se-á mostrado, todavia, reticente quanto à eficácia do no comments fora das nossas fronteiras.
O porteiro da embaixada ter-se-á mostrado, todavia, reticente quanto à eficácia do no comments fora das nossas fronteiras.
Segundo o referido funcionário, que preferiu manter o anonimato e vive há cerca de 40 anos entre nós, só num país de poetas a negação da realidade é uma estratégia viável.
Post dedicado a Luís Amado [com música a condizer]
Agora, seria nossa vantagem acariciá-lo (???!!!) muito, frase final de um telegrama enviado pela embaixada norte-americana em Lisboa, a 18 de Outubro de 2006, a propósito dos voos da CIA de Guantánamo e referindo-se expressamente ao iluminado Luís Amado.
30/11/10
A queda em directo e ao vivo
Apesar do tom “telenovelesco” da maior parte dos documentos diplomáticos norte-americanos que têm chegado a público, cedidos pela Wikileaks, um assalto desta dimensão não é para brincadeiras.
Anda tudo a assobiar para o lado, com poucas excepções (uma foi Chávez que já veio dizer as coisas do costume), mas que os EUA se expuseram ao ridículo expuseram.
Podem os próprios — e os visados nos telegramas — fazer diplomaticamente de conta que continua tudo bem. No fundo, no fundo, estamos a assistir ao vivo e em directo à queda de um Império.
The times they are a-changin. Ou como bem disse o Tom Waits, "estamos no meio de uma revolução [só que desta vez] ninguém sabe de que lado vêm as pedras".
26/11/10
Diálogos ao final do dia
— Que dia é hoje?
— Quinta.
— Já?!
— Já. Como tem estado a dormir o tempo passou mais depressa…
— Se calhar injectaram-me com pentatol…
— Pentatol?!
— Sim. O que usava o KGB e a CIA…
— Que disparate! Eles aqui já não usam disso.
— Tens a certeza?
— Quase que apostava. Mas quer que pergunte?
— E achas que eles iam dizer? (risos)
— Pentatol! Vai lembrar-se de cada coisa!
— Pentatol, sim senhor. O soro da verdade.
— E para que é que o Figueiredo ia querer saber os seus segredos?
— Também tens razão. E trouxeste algum pastelinho de nata? Dieta líquida, dieta líquida e fica para aqui um homem cheio de fome.
— Quinta.
— Já?!
— Já. Como tem estado a dormir o tempo passou mais depressa…
— Se calhar injectaram-me com pentatol…
— Pentatol?!
— Sim. O que usava o KGB e a CIA…
— Que disparate! Eles aqui já não usam disso.
— Tens a certeza?
— Quase que apostava. Mas quer que pergunte?
— E achas que eles iam dizer? (risos)
— Pentatol! Vai lembrar-se de cada coisa!
— Pentatol, sim senhor. O soro da verdade.
— E para que é que o Figueiredo ia querer saber os seus segredos?
— Também tens razão. E trouxeste algum pastelinho de nata? Dieta líquida, dieta líquida e fica para aqui um homem cheio de fome.
24/11/10
22/11/10
Keept it simples: da relatividade de Einstein ao valor do dinheiro
Aqui há uns anos lia-se muito Piaget. Eu, pelo menos, lia. De um dos seus livros, ou de algum livro sobre ele, recordo uma história em que se contava que as crianças não tinham qualquer dificuldade em compreender a relação entre tempo e velocidade proposta por Einstein.
Até uma determinada idade, os putos achavam absolutamente natural — e mesmo uma evidência sem necessidade de demonstração — que quando se anda mais depressa o tempo passa mais devagar.
A mesma clarividência parece desenhar-se a propósito de finanças.
Tentem explicar a um miúdo as guerras cambiais entre a China e os EUA com a Europa pelo meio. Façam-no recorrendo a exemplos domésticos e deixem os esoterismos de lado.
A resposta, verão, será invariavelmente a mesma: Tens falta de dinheiro? Bom, mas nesse porque é que o governo não fabrica mais notas e pronto?, dirá ele, borrifando-se completamente para as valorizações e desvalorizações da moeda.
Ou seja, as crianças não só percebem com facilidade Einstein como, ao que parece, também concordam com Occam: entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem. E tudo isto sem saberem nada de física, de latim, ou de finanças. Abençoadas!
Até uma determinada idade, os putos achavam absolutamente natural — e mesmo uma evidência sem necessidade de demonstração — que quando se anda mais depressa o tempo passa mais devagar.
A mesma clarividência parece desenhar-se a propósito de finanças.
Tentem explicar a um miúdo as guerras cambiais entre a China e os EUA com a Europa pelo meio. Façam-no recorrendo a exemplos domésticos e deixem os esoterismos de lado.
A resposta, verão, será invariavelmente a mesma: Tens falta de dinheiro? Bom, mas nesse porque é que o governo não fabrica mais notas e pronto?, dirá ele, borrifando-se completamente para as valorizações e desvalorizações da moeda.
Ou seja, as crianças não só percebem com facilidade Einstein como, ao que parece, também concordam com Occam: entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem. E tudo isto sem saberem nada de física, de latim, ou de finanças. Abençoadas!
21/11/10
Será que a malta ficou surda de tanto português técnico?
Que mania será esta de trocar sistematicamente porque por por que, escrever acerca de em vez de sobre, a fim de em vez de para, cindir em vez de separar, abordagem em vez de aproximação, interrogação em vez de pergunta, alega em vez de defende, sendo que em vez de e, inclinamo-nos a supor em vez de supomos, concebida como consistindo em vez de consistir….?!
19/11/10
"Tarjas e T-shirts" apreendidas na fronteira portuguesa: e o cão do Obama, pôde entrar?
Não sei se vieram da Finlândia mas eram finlandeses. O seu objectivo era manifestar-se em Lisboa durante a cimeira da NATO. Traziam "tarjas e T-shirts".
As "tarjas e T-shirts" ficaram apreendidas. Os finlandeses ficaram em Espanha.
A não ser que alguém me explique desde quando o direito de manifestação foi suspenso na Europa, e a não ser que alguém me explique como é que se produzem explosivos ou armas de arremesso a partir de tarjas e T-shirts, fico na minha: vão para o caralho, que agora até já se pode dizer!*
*João, custou mas lá saiu.Cavaco terá medo que o espião de Sócrates vá substituir Jorge Silva Carvalho na direcção do SIED mas os tipos do Câmara Coperativa não confirmam
O anúncio da demissão de Jorge Silva Carvalho do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa nas vésperas da cimeira da NATO caiu — salvo seja — como uma bomba.
Augusto Santos Silva já veio afirmar que isso não afectará em nada a segurança dos participantes nem a imagem de Portugal lá fora, mas esta última certeza foi, entretanto, contrariada por vários telefonemas feitos a partir do estrangeiro, alguns dos quais chegaram a pôr em causa a virilidade do ministro.
Conhecido internacionalmente por “gostar de malhar”, houve quem não entendesse a sua paralisia face à decisão do chefe máximo dos espiões.
After all, ele gosta de malhar, garantiu simpaticamente um assessor de Obama de ascendência açoriana. Mas em quem?!, retorquiu céptico o treinador de Bo que passava nesse momento pela Sala Oval. O tamanho de Jorge Silva Carvalho teria contribuído para o retraimento do ministro, comentava-se em segredo pelos corredores do Eliseu com receio de melindrar Sarkozy. Na Alemanha, os serviços secretos aventavam a hipótese de "malhar" significar “fazer malha”. Esta suposição terá sido a que mais magoou Santos Silva que logo mandou dizer a Angela que, embora nada tivesse contra hobbies femininos, nunca na vida havia feito tricot.
Enquanto isto, no Palácio de Belém, Maria Cavaco Silva avisou o marido, logo ao pequeno-almoço, que se Rui Paulo Figueiredo fosse nomeado para o cargo deixado vago por Silva Carvalho, e ele não reagisse, levava com um processo de divórcio.
Aturei-o sempre coladinho a ti lá na Madeira, mas isso foi só para não dar o braço a torcer ao Alberto que passou o tempo a fazer piadas!, rematou a primeira-dama entre torradas, lágrimas e suspiros.
Tentámos obter a confirmação destas notícias junto da fonte sempre bem informada do Câmara Coperativa mas a pessoa que nos atendeu — recusando identificar-se e assegurando apenas que não era o Abrantes quem falava — jurou que não sabia de nada e que andavam agora demasiado ocupados a malhar na direita porque defender o Sócrates também já parecia mal.
O blogue mudou muito nas últimas semanas, foi a única declaração que lhe conseguimos arrancar.
Augusto Santos Silva já veio afirmar que isso não afectará em nada a segurança dos participantes nem a imagem de Portugal lá fora, mas esta última certeza foi, entretanto, contrariada por vários telefonemas feitos a partir do estrangeiro, alguns dos quais chegaram a pôr em causa a virilidade do ministro.
Conhecido internacionalmente por “gostar de malhar”, houve quem não entendesse a sua paralisia face à decisão do chefe máximo dos espiões.
After all, ele gosta de malhar, garantiu simpaticamente um assessor de Obama de ascendência açoriana. Mas em quem?!, retorquiu céptico o treinador de Bo que passava nesse momento pela Sala Oval. O tamanho de Jorge Silva Carvalho teria contribuído para o retraimento do ministro, comentava-se em segredo pelos corredores do Eliseu com receio de melindrar Sarkozy. Na Alemanha, os serviços secretos aventavam a hipótese de "malhar" significar “fazer malha”. Esta suposição terá sido a que mais magoou Santos Silva que logo mandou dizer a Angela que, embora nada tivesse contra hobbies femininos, nunca na vida havia feito tricot.
Enquanto isto, no Palácio de Belém, Maria Cavaco Silva avisou o marido, logo ao pequeno-almoço, que se Rui Paulo Figueiredo fosse nomeado para o cargo deixado vago por Silva Carvalho, e ele não reagisse, levava com um processo de divórcio.
Aturei-o sempre coladinho a ti lá na Madeira, mas isso foi só para não dar o braço a torcer ao Alberto que passou o tempo a fazer piadas!, rematou a primeira-dama entre torradas, lágrimas e suspiros.
Tentámos obter a confirmação destas notícias junto da fonte sempre bem informada do Câmara Coperativa mas a pessoa que nos atendeu — recusando identificar-se e assegurando apenas que não era o Abrantes quem falava — jurou que não sabia de nada e que andavam agora demasiado ocupados a malhar na direita porque defender o Sócrates também já parecia mal.
O blogue mudou muito nas últimas semanas, foi a única declaração que lhe conseguimos arrancar.
18/11/10
Yo no creo en classes, pero que las hay, las hay
Em caso de necessidade, os hospitais civis de Lisboa estão preparados para a Cimeira da Nato.
O Santa Maria recebe presidentes, primeiros-ministros e ministros...
O São Francisco Xavier recebe outros participantes avulsos...
Agora adivinhem para onde mandam os manifestantes? Ora bem. Vão para o São José e vão com sorte!
Lido AQUI.
17/11/10
Vão desculpar-me a linguagem de caserna mas custa-me a crer que um clube de gajas nuas fomente a leitura de Faulkner ou sequer do Henry Miller
Cada um lê como muito bem lhe apetece. Uns gostam de ler na cama, antes ou depois de dormir ou de outra coisa qualquer. Há quem teime nos cafés, apesar do sumiço dos mesmos. Há quem prefira jardins e há quem eleja a sanita. Há leitores que só na biblioteca e outros que só em trânsito. Há quem leia enquanto come. Há quem não dispense o barulho e há quem exija silêncio.
O meu leitor preferido é Eliot: I read, much of the night, and go south in the winter.
Isto era tudo o que eu sabia sobre o assunto antes de ter tropeçado no Naked Girls Book Club, um clube semiprivadoe exclusivamente feminino em que a condição para se ser sócio é gostar de ler despido(a). E quem julgue que a coisa se fica pela leitura d’ O amante de Lady Chatterley ou similares mais apimentados, esclareço já que quando se clica no rectângulo à direita que diz “books reviews” vamos parar imediatamente a Faulkner e ainda por cima a Absalom, Absalom.
Impressionados? Eu fiquei, embora confesse que só me veja a ler Tolstói muito vestida, de preferência de xaile, lareira acesa e uma caixa de madeleines para acompanhar o cognac.
O meu leitor preferido é Eliot: I read, much of the night, and go south in the winter.
Isto era tudo o que eu sabia sobre o assunto antes de ter tropeçado no Naked Girls Book Club, um clube semiprivadoe exclusivamente feminino em que a condição para se ser sócio é gostar de ler despido(a). E quem julgue que a coisa se fica pela leitura d’ O amante de Lady Chatterley ou similares mais apimentados, esclareço já que quando se clica no rectângulo à direita que diz “books reviews” vamos parar imediatamente a Faulkner e ainda por cima a Absalom, Absalom.
Impressionados? Eu fiquei, embora confesse que só me veja a ler Tolstói muito vestida, de preferência de xaile, lareira acesa e uma caixa de madeleines para acompanhar o cognac.
O que me leva da Karénina a Marilyn. Dizia Wilder: My aunt Minnie would always be punctual and never hold up production, but who would pay to see my aunt Minnie?
Citado o meu guru, se é verdade que as meninas do Book Club serão um pouco mais atraentes do que a tia Minnie do Wilder, I presume, ainda assim a Marilyn mete-as a todas num chinelo. Despida ou vestida. E se ela lia e mesmo que não lesse!
Citado o meu guru, se é verdade que as meninas do Book Club serão um pouco mais atraentes do que a tia Minnie do Wilder, I presume, ainda assim a Marilyn mete-as a todas num chinelo. Despida ou vestida. E se ela lia e mesmo que não lesse!
16/11/10
A minha tia raquel e os estados de alma do ministro
A minha tia Raquel tinha achaques. No tempo quente não saía de casa, no tempo frio também não. Nas estações intermédias, que as havia, melhorava. Ainda assim, pelo menos uma vez por semana era certo e sabido que a iríamos encontrar, ora suspirando melancolicamente pelos cantos, ora guinchando esdruxulamente com a vizinhança. Os estados de alma da minha tia era incompreensíveis.
Podia agora continuar a falar-vos da minha tia Raquel, mas como ela própria me diria "não maces as pessoas e vem para dentro".
Já o Amado é outro assunto. Disse o próprio, a propósito das suas declarações ao Expresso este fim-de-semana, que aquelas não passaram de "desabafos sobre estados de alma".
Confesso que não li a entrevista. Contaram-me que a dada altura Amado apelava a um governo de salvação nacional ou coisa parecida. Vou deixar de lado o que eu acho sobre isto não ter salvação possível que ninguém me perguntou. Mas "os estados de alma" ficaram-me atravessados.
Então aqui há uns tempos, após recusar-se a votar num pirómano de livros para director da Unesco, Carrilho não foi acusado precisamente do mesmo, acabando, aliás, et pour cause!, por ser corrido do cargo? (Com o hiato temporal diplomaticamente adequado...)
Ou seja, quer dizer, um simples diplomata não pode ter um achaque em privado mas já o ministro pode desabafar em público e não lhe acontece nada?! Nem sequer o convidam para o lugar do Sócrates?
[também publicado aqui]
Podia agora continuar a falar-vos da minha tia Raquel, mas como ela própria me diria "não maces as pessoas e vem para dentro".
Já o Amado é outro assunto. Disse o próprio, a propósito das suas declarações ao Expresso este fim-de-semana, que aquelas não passaram de "desabafos sobre estados de alma".
Confesso que não li a entrevista. Contaram-me que a dada altura Amado apelava a um governo de salvação nacional ou coisa parecida. Vou deixar de lado o que eu acho sobre isto não ter salvação possível que ninguém me perguntou. Mas "os estados de alma" ficaram-me atravessados.
Então aqui há uns tempos, após recusar-se a votar num pirómano de livros para director da Unesco, Carrilho não foi acusado precisamente do mesmo, acabando, aliás, et pour cause!, por ser corrido do cargo? (Com o hiato temporal diplomaticamente adequado...)
Ou seja, quer dizer, um simples diplomata não pode ter um achaque em privado mas já o ministro pode desabafar em público e não lhe acontece nada?! Nem sequer o convidam para o lugar do Sócrates?
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A book a day keeps a doctor away: "Jan Karski", Yannick Haenel
Jan Karski (1914-2000), pseudónimo de Jan Kozielewski e livro homónimo de Yannick Haenel, foi um resistente polaco católico, testemunha do Holocausto junto dos governos inglês e americano, após visitar clandestinamente o gueto de Varsóvia e um campo de concentração onde conseguiu penetrar disfarçado de guarda ucraniano.
O livro de Yannick Haenel está dividido em três partes. A primeira retoma o filme/documentário de Claude Lanzmann sobre o extermínio dos judeus na Europa, Shoah, e as declarações nele feitas por Jan Karski. A segunda coteja Story of a Secret State, escrito pelo próprio Karski e editado em 1944 nos EUA. A terceira resulta tão-só da imaginação de Haenel e descreve-nos um homem envelhecido e deprimido, em luta com a memória.
A obra foi publicada em França o ano passado, ganhou o Interallié (prémio criado por um grupo de jornalistas — homens — que aguardavam entediados num restaurante o resultado do Femina) e viu-se enredada em acesa polémica. Em causa, grosso modo, os limites da ficção e as relações entre história e literatura.
Lanzmann, polemista à moda antiga, saiu a terreiro e acusou Haenel de plágio, de mediocridade literária e falta de perspectiva histórica. O escritor respondeu dizendo que o pretenso plágio era, na verdade, prova da sua admiração pelo trabalho do realizador, que este tinha uma visão “positivista” das relações entre ficção e história e que a investigação que levara a cabo alicerçava suficientemente o seu retrato do polaco. A discussão poderá parecer demasiado francesa mas levanta questões importantes.
Lido Jan Karski, três aspectos a registar. 1: a imagem de alguém obcecado pela “questão judaica”; 2: a imagem de uma Polónia abandonada por todos e injustamente acusada de anti-semitismo; 3: a ideia que os judeus podiam ter sido salvos, e só não o foram devido à total indiferença dos Aliados.
Esta última tese — porque de uma tese se trata — é o cimento com o qual Haenel constrói o livro.
Pondo por ora de lado a questão da qualidade literária, alguns senãos se levantam.
Se é um facto que Karski ficou para a história como o católico que, tendo observado ao vivo a “Solução Final”, tudo fez para a denunciar junto dos Aliados (dando literalmente voz ao apelo desesperado que lhe havia sido transmitido pelos judeus de Varsóvia), não é menos certo que ele é, acima de tudo, uma testemunha do colapso do seu próprio país, no qual as forças nazis arrasaram as elites e escravizaram brutalmente as populações.
Em segundo lugar, se, enquanto membro da resistência polaca, Karski só pode atestar a luta contra o ocupante naquele que era, então, território repartido entre a Alemanha e a URSS, não é menos verdade que o anti-semitismo polaco tem uma longa tradição, tendo-se mesmo registado vários pogroms a seguir ao final da guerra, de que o mais tristemente célebre foi o de Kielce, a 4 de Julho de 1946, durante o qual foram mortos cerca de 40 judeus.
E é sobre o último ponto — a salvação dos judeus — que a polémica mais se assanha. Lanzmann, como muitos, defende que, uma vez a guerra iniciada, tal se tornara impossível. Haenel advoga em sua defesa declarações do próprio Karski, em que este diz que os governos aliados haviam abandonado os judeus à sua sorte. Infere-se daí que os Aliados foram cúmplices?
O livro de Yannick Haenel quer-nos fazer crer que sim. Assim sendo, porém, torna-se incompreensível que o escritor venha içar a bandeira do “direito à ficção” em resposta aos críticos, já que o seu tema não é ficcional, é político. Nisto, aliás, reside a sua maior fragilidade, descontada a opção fácil da divisão em três partes.
Não é, pois, por abordar o tema do Holocausto (que seria tabu) de forma supostamente herética que Jan Karski falha (aliás, o Holocausto nunca foi tema tabu, apenas tema difícil: como pode a ficção falar do que a ultrapassa?). Falha porque ao querer encaixar a todo o custo a figura do resistente polaco na sua visão da “Solução Final” como fruto de uma cumplicidade tácita entre Hitler, Roosevelt e Churchill, Haenel cai na armadilha ideológica.
Não será por acaso, pois, que a primeira parte da obra, expurgada desse peso, e dando voz ao próprio Karski (via Lanzmann), seja a mais conseguida. Eis-nos, por momentos, face a um homem que suporta os seus abismos sem rede. A grande arte é disso que trata. O resto não é literatura.
Jan Karski, Yannick Haenel, Teorema, 2010, trad. de Carlos Correia Monteiro de Oliveira, 164 páginas
O livro de Yannick Haenel está dividido em três partes. A primeira retoma o filme/documentário de Claude Lanzmann sobre o extermínio dos judeus na Europa, Shoah, e as declarações nele feitas por Jan Karski. A segunda coteja Story of a Secret State, escrito pelo próprio Karski e editado em 1944 nos EUA. A terceira resulta tão-só da imaginação de Haenel e descreve-nos um homem envelhecido e deprimido, em luta com a memória.
A obra foi publicada em França o ano passado, ganhou o Interallié (prémio criado por um grupo de jornalistas — homens — que aguardavam entediados num restaurante o resultado do Femina) e viu-se enredada em acesa polémica. Em causa, grosso modo, os limites da ficção e as relações entre história e literatura.
Lanzmann, polemista à moda antiga, saiu a terreiro e acusou Haenel de plágio, de mediocridade literária e falta de perspectiva histórica. O escritor respondeu dizendo que o pretenso plágio era, na verdade, prova da sua admiração pelo trabalho do realizador, que este tinha uma visão “positivista” das relações entre ficção e história e que a investigação que levara a cabo alicerçava suficientemente o seu retrato do polaco. A discussão poderá parecer demasiado francesa mas levanta questões importantes.
Lido Jan Karski, três aspectos a registar. 1: a imagem de alguém obcecado pela “questão judaica”; 2: a imagem de uma Polónia abandonada por todos e injustamente acusada de anti-semitismo; 3: a ideia que os judeus podiam ter sido salvos, e só não o foram devido à total indiferença dos Aliados.
Esta última tese — porque de uma tese se trata — é o cimento com o qual Haenel constrói o livro.
Pondo por ora de lado a questão da qualidade literária, alguns senãos se levantam.
Se é um facto que Karski ficou para a história como o católico que, tendo observado ao vivo a “Solução Final”, tudo fez para a denunciar junto dos Aliados (dando literalmente voz ao apelo desesperado que lhe havia sido transmitido pelos judeus de Varsóvia), não é menos certo que ele é, acima de tudo, uma testemunha do colapso do seu próprio país, no qual as forças nazis arrasaram as elites e escravizaram brutalmente as populações.
Em segundo lugar, se, enquanto membro da resistência polaca, Karski só pode atestar a luta contra o ocupante naquele que era, então, território repartido entre a Alemanha e a URSS, não é menos verdade que o anti-semitismo polaco tem uma longa tradição, tendo-se mesmo registado vários pogroms a seguir ao final da guerra, de que o mais tristemente célebre foi o de Kielce, a 4 de Julho de 1946, durante o qual foram mortos cerca de 40 judeus.
E é sobre o último ponto — a salvação dos judeus — que a polémica mais se assanha. Lanzmann, como muitos, defende que, uma vez a guerra iniciada, tal se tornara impossível. Haenel advoga em sua defesa declarações do próprio Karski, em que este diz que os governos aliados haviam abandonado os judeus à sua sorte. Infere-se daí que os Aliados foram cúmplices?
O livro de Yannick Haenel quer-nos fazer crer que sim. Assim sendo, porém, torna-se incompreensível que o escritor venha içar a bandeira do “direito à ficção” em resposta aos críticos, já que o seu tema não é ficcional, é político. Nisto, aliás, reside a sua maior fragilidade, descontada a opção fácil da divisão em três partes.
Não é, pois, por abordar o tema do Holocausto (que seria tabu) de forma supostamente herética que Jan Karski falha (aliás, o Holocausto nunca foi tema tabu, apenas tema difícil: como pode a ficção falar do que a ultrapassa?). Falha porque ao querer encaixar a todo o custo a figura do resistente polaco na sua visão da “Solução Final” como fruto de uma cumplicidade tácita entre Hitler, Roosevelt e Churchill, Haenel cai na armadilha ideológica.
Não será por acaso, pois, que a primeira parte da obra, expurgada desse peso, e dando voz ao próprio Karski (via Lanzmann), seja a mais conseguida. Eis-nos, por momentos, face a um homem que suporta os seus abismos sem rede. A grande arte é disso que trata. O resto não é literatura.
Jan Karski, Yannick Haenel, Teorema, 2010, trad. de Carlos Correia Monteiro de Oliveira, 164 páginas
15/11/10
Parem lá de me lançar dardos [que eu gosto]
Muito obrigada ao Ruy Obscuro, apesar daquela tacada nos meus bolos, e ao MCS pelo elogio na pontaria dos mesmos. Sai um alqueire de bolas de berlim para cada um!
13/11/10
Ser de esquerda é estar um homem nas urgências do hospital e lembrar-se que foi dali que fugiu o Henrique Galvão
Ele: Não fomos para o São José, pois não?
Ela: Não, estamos no Santa Maria. Já lhe tinha dito.
Ele: Pois, de repente não me lembrava. Santa Maria, dizes?
Ela: Sim, Santa Maria.
Ele: Foi daqui que fugiu o Henrique Galvão.
Ela: Daqui?
Ele: Sim, daqui. Estava preso quando fugiu…
Ela: Preso no Hospital?
Ele: Preso. O Salazar tinha-lhe um pó que se não tivesse fugido ainda hoje estaria dentro (risos).
Ela: Mas fugiu daqui?
Ele: Daqui, não. Do primeiro andar. Estamos no rés-do-chão, não estamos?
Ela: Sim, acho que sim.
Ele: O Galvão fugiu lá de cima. Enfiou uma bata branca e ala que se faz tarde. Saiu pela porta principal. Boa-tarde, senhor doutor, boa-tarde, senhor doutor. E o Galvão, boa-tarde, boa-tarde…
Ela: Estão a chamar pelo seu nome.
Ele: Vamos lá então… Eles aqui são rápidos.
Ela: Não, estamos no Santa Maria. Já lhe tinha dito.
Ele: Pois, de repente não me lembrava. Santa Maria, dizes?
Ela: Sim, Santa Maria.
Ele: Foi daqui que fugiu o Henrique Galvão.
Ela: Daqui?
Ele: Sim, daqui. Estava preso quando fugiu…
Ela: Preso no Hospital?
Ele: Preso. O Salazar tinha-lhe um pó que se não tivesse fugido ainda hoje estaria dentro (risos).
Ela: Mas fugiu daqui?
Ele: Daqui, não. Do primeiro andar. Estamos no rés-do-chão, não estamos?
Ela: Sim, acho que sim.
Ele: O Galvão fugiu lá de cima. Enfiou uma bata branca e ala que se faz tarde. Saiu pela porta principal. Boa-tarde, senhor doutor, boa-tarde, senhor doutor. E o Galvão, boa-tarde, boa-tarde…
Ela: Estão a chamar pelo seu nome.
Ele: Vamos lá então… Eles aqui são rápidos.
12/11/10
Como sou uma mulher livre atiro dardos a quem bem me apetece
O João Lisboa foi mesmo um querido e lançou-me um dardo. Atingida gloriosamente pelo artefacto, cabe-me agora passá-lo a outros. Depois de muito meditar, cheguei às vítimas que se seguem (indiferente, esclareço já, à teorização sobre os valores subjacentes ao prémio, embora tenda a concordar com o Maradona mas só nas partes em que concordo e não nas outras).
A ordem seguinte é arbitrária e talvez mesmo discricionária (gosto destas frases que rimam à maneira do GRANDE Cabrera Infante que nunca foi Prémio Nobel).
Luís Januário : Porque me comove e possui a capacidade rara de tornar as ideias sensíveis
Luís Januário : Porque me comove e possui a capacidade rara de tornar as ideias sensíveis
Morgada de V : Porque pensa e escreve maravilhosamente e tem um humor de (me) fazer inveja
Menina Limão : Porque confessa coisas inconfessáveis sem ir ao confessionário
Bruno Vieira Amaral : Porque se farta de ler e ainda por cima bem
Coisa Ruim : Porque gosto mesmo do que a coisa ruim alinhava (quando se dispõe a isso)
Delito de Opinião : Porque são simpáticos, civilizados e para grunhos já basta assim
JM Correia Pinto : Porque quando o visito aprendo coisas (ou, pelo menos, eu acho)
João Gonçalves : Porque apesar das muitas divergências e do mau gosto de apoiar Cavaco Silva, aprecio pessoas com mau feitio não selectivo
Menina Limão : Porque confessa coisas inconfessáveis sem ir ao confessionário
Bruno Vieira Amaral : Porque se farta de ler e ainda por cima bem
Coisa Ruim : Porque gosto mesmo do que a coisa ruim alinhava (quando se dispõe a isso)
Delito de Opinião : Porque são simpáticos, civilizados e para grunhos já basta assim
JM Correia Pinto : Porque quando o visito aprendo coisas (ou, pelo menos, eu acho)
João Gonçalves : Porque apesar das muitas divergências e do mau gosto de apoiar Cavaco Silva, aprecio pessoas com mau feitio não selectivo
Imprensa Falsa : Porque estou farta das notícias oficiais
Jorge Fallorca : Porque sim e mais não digo…
Agora amanhem-se.
Jorge Fallorca : Porque sim e mais não digo…
Agora amanhem-se.
11/11/10
Lembro que os génios que proibiram a água-pé e as castanhas em papel de jornal são os mesmos que andam a pensar nos mecanismos de estabilização do €
10/11/10
Enquanto o FMI, já perto da fronteira da Galiza, tenta perceber o método português de pagamento das SCUTS, Teixeira dos Santos continua a fazer força
Surpreendido pelos jornalistas à saída do seu encontro semanal com o Professor Karamba, o Ministro das Finanças reafirmou que só com muita, muita concentração Portugal conseguirá afastar as forças maléficas do FMI. Adiantando que o Professor Karamba ficara no interior do edifício a concentrar-se com toda a força mais um bocadinho, e recusando-se a mais declarações, Teixeira dos Santos entrou no carro rematando com ar compungido: May the force be with you.
Os jornalistas, também eles comovidos, desmobilizaram.
[também publicado aqui]
Os jornalistas, também eles comovidos, desmobilizaram.
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Quem devia ter chamado o FMI era eu
SEVEN. The magnificent seven. The last frontier. Quem o disse foi o Teixeira dos Santos: depois do 7, o déluge.
Pois bem. Eu paguei muito mais do que isso. E passo a explicar.
Por motivos idiossincráticos que se prendem com uma péssima relação com a autoridade e com a arrumação de papéis, vi-me não há muito confrontada com uma dívida choruda ao fisco. Para resumir a coisa: eu teria a receber uma pipa de massa mas no fim quem pagou a conta? Quem? Adivinharam.
Perante o facto de me ser impossível continuar a viver cabelo ao vento sem documento, fui às Finanças tentar negociar com o Estado.
Eis o que me disse o Estado.
— A senhora tem várias hipóteses. A) Vai para casa, esquece que falou comigo e vai pagando como pode; B) Propõe um pagamento faseado; C) Pede um empréstimo bancário e paga tudo.
A primeira hipótese é simplesmente retórica. Porquê? Porque as Finanças lhe vão fazer a vida num inferno. Seja a sua dívida 20 cêntimos ou 10 mil euros, para o computador é igual. A partir do momento em que a classificou como devedora ao fisco, nunca mais a larga. E vai esmifrá-la em roda livre. Francamente, não lhe aconselho.
A segunda hipótese implica que nos traga algo para a troca. Uma casa, um carro, uma garantia bancária… Conversamos e chegamos a um valor mensal. Sinto-me obrigado a avisá-la, contudo, do seguinte: os juros são a 12%.
O que nos conduz à terceira hipótese. Vai ao banco, tenta o empréstimo e liquida tudo de uma vez. Os juros nunca serão tão altos.
E foi assim que o Estado negociou comigo. Com um acrescento. Como o funcionário era simpático, adiantou-me uma quarta hipótese off the record.
— Emigre, vá-se embora daqui e não pague nada!
Os mercados e blábláblá são uns bandidos, diz o Teixeira dos Santos? Pois. E ele é o quê? Um darling, queres ver?
[também publicado aqui]
Pois bem. Eu paguei muito mais do que isso. E passo a explicar.
Por motivos idiossincráticos que se prendem com uma péssima relação com a autoridade e com a arrumação de papéis, vi-me não há muito confrontada com uma dívida choruda ao fisco. Para resumir a coisa: eu teria a receber uma pipa de massa mas no fim quem pagou a conta? Quem? Adivinharam.
Perante o facto de me ser impossível continuar a viver cabelo ao vento sem documento, fui às Finanças tentar negociar com o Estado.
Eis o que me disse o Estado.
— A senhora tem várias hipóteses. A) Vai para casa, esquece que falou comigo e vai pagando como pode; B) Propõe um pagamento faseado; C) Pede um empréstimo bancário e paga tudo.
A primeira hipótese é simplesmente retórica. Porquê? Porque as Finanças lhe vão fazer a vida num inferno. Seja a sua dívida 20 cêntimos ou 10 mil euros, para o computador é igual. A partir do momento em que a classificou como devedora ao fisco, nunca mais a larga. E vai esmifrá-la em roda livre. Francamente, não lhe aconselho.
A segunda hipótese implica que nos traga algo para a troca. Uma casa, um carro, uma garantia bancária… Conversamos e chegamos a um valor mensal. Sinto-me obrigado a avisá-la, contudo, do seguinte: os juros são a 12%.
O que nos conduz à terceira hipótese. Vai ao banco, tenta o empréstimo e liquida tudo de uma vez. Os juros nunca serão tão altos.
E foi assim que o Estado negociou comigo. Com um acrescento. Como o funcionário era simpático, adiantou-me uma quarta hipótese off the record.
— Emigre, vá-se embora daqui e não pague nada!
Os mercados e blábláblá são uns bandidos, diz o Teixeira dos Santos? Pois. E ele é o quê? Um darling, queres ver?
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09/11/10
A merda das elites e porque o homem sempre me provocou urticária o Sócrates como arquétipo dos políticos farinha amparo [e estou a ser delicada]
Numa entrevista ao João Lisboa, o Caetano usou a expressão. “Merda das elites”. Pois merda das elites é o que para aí mais há. Tanta, tanta merda, que um dia destes mesmo com baixa mar vamos ficar atolados.
Vou dar um exemplo. Há umas semanas fui ouvir o Eduardo Lourenço. O senhor já passou a barreira dos 80 e era o melhor da sala. Humana e intelectualmente, nenhum dos presentes lhe chegava sequer aos calcanhares. Não acham assustador? Pois eu acho. E tanto mais assustador quanto o resultado deste vazio de ideias é a multiplicação de pinhos, linos e socretinos que nos rodeiam por todos os lados (à esquerda, à direita e ao centro).
Eu sou do tempo (e não sou assim tão antiga...) em que uma pessoa ouvia um político e, descontada a demagogia inerente à actividade, podia-se concordar ou discordar. Podia-se até ter vontade de o esganar. Hoje? Hoje perdeu-se o mínimo denominador comum. Como discutir com cavalgaduras que acreditam em painéis solares que funcionam com sol, céu nublado, chuva e até noite cerrada?!
O caso do Sócrates é, neste sentido, paradigmático. O homem não tem uma Ideia. Na realidade, nem sequer uma sombra de uma Ideia. Limita-se a adoptar a última novidade, trocando as casas de pato-bravo pelo kitsch envidraçado, os fatos da Maconde pela corte à House of Bijan.
O fitness é o que está a dar? Tirem-se muitas fotografias em calções para emoldurar nos jornais.
As alternativas é o que está a dar? Encha-se o país de moinhos de vento e o consumidor que pague a factura.
A informática é o que está a dar? Distribuam-se Magalhães e dividendos pela JP Sá Couto e o desenvolvimento do raciocínio das criancinhas que se dane.
A causa gay é o que está a dar? Entretenha-se o pagode com o casamento homossexual enquanto o Vara recebe robalos.
O digital é o que está a dar? Invente-se um Simplex e mantenham-se as moscas.
A China é o que está a dar? Lamba-se o cu aos chineses e que se lixe a hipoteca mais os direitos humanos.
Pragmático? Não, um imbecil robótico. E dada a velocidade da sua reprodução das ervas talvez o futuro lhe pertença. Em versão Xerox.
Fake por fake Que Viva Las Vegas!
Vou dar um exemplo. Há umas semanas fui ouvir o Eduardo Lourenço. O senhor já passou a barreira dos 80 e era o melhor da sala. Humana e intelectualmente, nenhum dos presentes lhe chegava sequer aos calcanhares. Não acham assustador? Pois eu acho. E tanto mais assustador quanto o resultado deste vazio de ideias é a multiplicação de pinhos, linos e socretinos que nos rodeiam por todos os lados (à esquerda, à direita e ao centro).
Eu sou do tempo (e não sou assim tão antiga...) em que uma pessoa ouvia um político e, descontada a demagogia inerente à actividade, podia-se concordar ou discordar. Podia-se até ter vontade de o esganar. Hoje? Hoje perdeu-se o mínimo denominador comum. Como discutir com cavalgaduras que acreditam em painéis solares que funcionam com sol, céu nublado, chuva e até noite cerrada?!
O caso do Sócrates é, neste sentido, paradigmático. O homem não tem uma Ideia. Na realidade, nem sequer uma sombra de uma Ideia. Limita-se a adoptar a última novidade, trocando as casas de pato-bravo pelo kitsch envidraçado, os fatos da Maconde pela corte à House of Bijan.
O fitness é o que está a dar? Tirem-se muitas fotografias em calções para emoldurar nos jornais.
As alternativas é o que está a dar? Encha-se o país de moinhos de vento e o consumidor que pague a factura.
A informática é o que está a dar? Distribuam-se Magalhães e dividendos pela JP Sá Couto e o desenvolvimento do raciocínio das criancinhas que se dane.
A causa gay é o que está a dar? Entretenha-se o pagode com o casamento homossexual enquanto o Vara recebe robalos.
O digital é o que está a dar? Invente-se um Simplex e mantenham-se as moscas.
A China é o que está a dar? Lamba-se o cu aos chineses e que se lixe a hipoteca mais os direitos humanos.
Pragmático? Não, um imbecil robótico. E dada a velocidade da sua reprodução das ervas talvez o futuro lhe pertença. Em versão Xerox.
Fake por fake Que Viva Las Vegas!
08/11/10
07/11/10
A reabertura dos restaurantes chineses fechados pela ASAE na agenda de Hu Jintao
Fontes bem informadas garantiram-me que foi por pouco que a visita do presidente chinês a Portugal não azedou logo no primeiro dia.
Na ementa do banquete do Palácio da Ajuda constava, por cortesia, uma sopa tipicamente chinesa.
A dada altura, Cavaco Silva, que é muito esquisito com a comida, disse em voz baixa para a Maria que a sopa de ninho de andorinhas lhe sabia ligeiramente a merda.
Um chinês ouviu, não gostou, e estava já a dívida pública a ir pelo cano quando o aparecimento providencial de Luís Amado conseguiu apaziguar os ânimos.
Amado, após explicar ao presidente português, e esposa, que aquele era o sabor normal da sopa (bastando para isso pensar nos seus ingredientes e blábláblá...), prometeu interceder diplomaticamente junto da ASAE para que todos os restaurantes chineses fechados nos últimos anos voltassem a abrir as portas, incluindo os que, entretanto, se tinham convertido ao sushi take away que ficariam com direito de opção.
O incidente ficou por aí mas, já no final da noite, houve quem ouvisse Cavaco insistir com a Maria: Estou-te a dizer que a sopa sabia a merda...
Na ementa do banquete do Palácio da Ajuda constava, por cortesia, uma sopa tipicamente chinesa.
A dada altura, Cavaco Silva, que é muito esquisito com a comida, disse em voz baixa para a Maria que a sopa de ninho de andorinhas lhe sabia ligeiramente a merda.
Um chinês ouviu, não gostou, e estava já a dívida pública a ir pelo cano quando o aparecimento providencial de Luís Amado conseguiu apaziguar os ânimos.
Amado, após explicar ao presidente português, e esposa, que aquele era o sabor normal da sopa (bastando para isso pensar nos seus ingredientes e blábláblá...), prometeu interceder diplomaticamente junto da ASAE para que todos os restaurantes chineses fechados nos últimos anos voltassem a abrir as portas, incluindo os que, entretanto, se tinham convertido ao sushi take away que ficariam com direito de opção.
O incidente ficou por aí mas, já no final da noite, houve quem ouvisse Cavaco insistir com a Maria: Estou-te a dizer que a sopa sabia a merda...
06/11/10
Pedro Correia, lamento, mas a frase do ano é minha que a ouvi com estas que a terra há-de comer
Pois é, Pedro. O autor da frase é anónimo mas ainda assim merece o prémio. Falava-se de dívida soberana, mercados, juros, especuladores e chineses. Foi quando ele suspirou e disse: Só a mim é que ninguém me compra as dívidas!
05/11/10
Foi preciso vir um homem de 74 anos que já devia ter direito a sopas e descanso para alguém no PS chamar o boi pelos nomes: Sócrates é um aldrabão
Henrique Neto arrasa-o: vendedor de automóveis, ignorante e mentiroso.
Eu, que não sou militante do PS, não tenho 74 anos mas já tirava umas feriazinhas, subscrevo e aplaudo.
Cheira-me a esturro e é precisamente por causa das bombas
Juro que não fui raptada em pequenina por extraterrestres e com esta declaração quero assegurar aos clientes da Pastelaria que não sou adepta de teorias conspirativas.
Dito isto, serei a única a achar estranho que, das incontáveis bombas que têm sido descobertas nos últimos dias, nem uma só tenha explodido?
Assim por alto, parece que a Grécia já leva cerca de 15, a que se vieram somar depois as do Iémen.
Perante tanta eficácia antiterrorista, cá para mim das duas uma: ou os bombistas passaram todos a tirar o curso de bombistas ao domingo ou há qualquer coisa aqui parecida com a gripe A.
Dito isto, serei a única a achar estranho que, das incontáveis bombas que têm sido descobertas nos últimos dias, nem uma só tenha explodido?
Assim por alto, parece que a Grécia já leva cerca de 15, a que se vieram somar depois as do Iémen.
Perante tanta eficácia antiterrorista, cá para mim das duas uma: ou os bombistas passaram todos a tirar o curso de bombistas ao domingo ou há qualquer coisa aqui parecida com a gripe A.
04/11/10
Amigos para sempre — ou o jardim da Celeste visto por Manuel António Pina
Eu também viabilizo o Orçamento porque ele é, como a dra. Ferreira Leite diz (e quem não salta não é da malta), um testamento, perdão, um "tratamento inevitável".
Concordo com a redução dos salários dos funcionários públicos (até porque não sou funcionário público), com o fim ou diminuição das prestações sociais, sobretudo as que atingem os desempregados e os mais pobres (também não sou desempregado nem pobre), com o aumento do IVA, do IRS e do IRC (desde que isso não afecte os bancos nem a Mota Engil), com o fim das deduções fiscais, e com todas as mais medidas recessivas, pois isso agrada aos "mercados" e fará o milagre da multiplicação do capital e do investimento estrangeiro, já que o capital e o investimento estrangeiro gostam de pobres e mal pagos e nós ainda não somos suficientemente pobres nem suficientemente mal pagos.
E se os "mercados" estiverem a ouvir que saibam que, como quer a dra. Ferreira Leite, "somos todos amigos" de peito, desempregados, pobres, idosos com pensões congeladas, crianças sem leite e sem Abono de Família, o eng.º Sócrates, o dr. Teixeira dos Santos, a própria dra. Ferreira Leite e os 4 Cavaleiros do Apocalipse, os drs. & engºs. Salgado, Faria de Oliveira, Ferreira e Ulrich, e muitos mais, "tantos que nunca pensei que a morte tivesse levado tantos". Ouçam, "mercados", somos nós, de mãos dadas, a cantar: "Fui ao Jardim da Celeste, giroflé, flé, flá".
AQUI
Concordo com a redução dos salários dos funcionários públicos (até porque não sou funcionário público), com o fim ou diminuição das prestações sociais, sobretudo as que atingem os desempregados e os mais pobres (também não sou desempregado nem pobre), com o aumento do IVA, do IRS e do IRC (desde que isso não afecte os bancos nem a Mota Engil), com o fim das deduções fiscais, e com todas as mais medidas recessivas, pois isso agrada aos "mercados" e fará o milagre da multiplicação do capital e do investimento estrangeiro, já que o capital e o investimento estrangeiro gostam de pobres e mal pagos e nós ainda não somos suficientemente pobres nem suficientemente mal pagos.
E se os "mercados" estiverem a ouvir que saibam que, como quer a dra. Ferreira Leite, "somos todos amigos" de peito, desempregados, pobres, idosos com pensões congeladas, crianças sem leite e sem Abono de Família, o eng.º Sócrates, o dr. Teixeira dos Santos, a própria dra. Ferreira Leite e os 4 Cavaleiros do Apocalipse, os drs. & engºs. Salgado, Faria de Oliveira, Ferreira e Ulrich, e muitos mais, "tantos que nunca pensei que a morte tivesse levado tantos". Ouçam, "mercados", somos nós, de mãos dadas, a cantar: "Fui ao Jardim da Celeste, giroflé, flé, flá".
AQUI
03/11/10
Gente fina é outra coisa mas eu ainda assim prefiro a fórmula antiga: V. Ex.ª vai-me desculpar mas V.Ex.ª é um filho da puta
Pouco passava do acordo e, na Assembleia da República, estalava o verniz do bloco central.
Diz Luís Menezes, do PSD, referindo-se a coisas como a ANACOM, da Estradas de Portugal, a Administração da Região Hidrográfica do Norte ou a Associação de Turismo dos Açores: Estas instituições, muitas delas desconhecidas dos portugueses, e a maioria inúteis, estão enxameadas de boys socialistas, que as têm usado como um verdadeiro bar aberto de despesas supérfluas e desnecessárias.
Responde o Teixeira dos Santos, do PS, que não é ministro de se ficar: Falando em boys, o jantar da ANACOM foi, de facto, promovido por uma girl nomeada pelo primeiro-ministro Santana Lopes.
Diz Luís Menezes, do PSD, referindo-se a coisas como a ANACOM, da Estradas de Portugal, a Administração da Região Hidrográfica do Norte ou a Associação de Turismo dos Açores: Estas instituições, muitas delas desconhecidas dos portugueses, e a maioria inúteis, estão enxameadas de boys socialistas, que as têm usado como um verdadeiro bar aberto de despesas supérfluas e desnecessárias.
Responde o Teixeira dos Santos, do PS, que não é ministro de se ficar: Falando em boys, o jantar da ANACOM foi, de facto, promovido por uma girl nomeada pelo primeiro-ministro Santana Lopes.
E tudo isto à hora do chá e com senhoras na sala.
02/11/10
Depois dos painéis solares faça chuva ou faça sol e mesmo à noite, Sócrates tira novo coelho da cartola: as mini-hídricas, senhores, as mini-hídricas!
Sócrates continua a surpreender-nos. Quando interrogado hoje no Parlamento sobre onde iria buscar os 500 milhões de euros que faltam no orçamento, o primeiro-ministro não falou de Chávez nem do Magalhães nem sequer dos portos de que tanto gosta. Falou de... mini-hídricas.
Para o ano, disse o engenheiro, com as mini-hídricas a funcionar gota a gota vai ser um vez que te avias. Nem a Alemanha nos agarra. Olaré.
[Sobre painéis solares que funcionam com sol, céu nublado, chuva e à noite ver AQUI. E desculpem-me insistir na coisa]
[Sobre painéis solares que funcionam com sol, céu nublado, chuva e à noite ver AQUI. E desculpem-me insistir na coisa]
Imagem retirada daqui.
01/11/10
Mais uma ideia saída da cabeça dos iluminados que nos governam: agora vão ensinar finanças às criancinhas
Há coisas que já nem dá para rir. Diz uma senhora chamada Susana Albuquerque, secretária-geral de uma Associação de Instituições de Crédito Especializado, que a sua digníssima associação e o digníssimo ministério da educação estão prestes a concluir um acordo para introduzir a "educação financeira"... no ensino básico, logo a partir do 1º ciclo que de pequenino é que se torce o pepino, acrescento eu.
E está uma pessoa a fazer um esforço hérculo para manter o que lhe resta da sua sanidade mental e leva com estas bestas por volta das 4 da tarde, mais coisa menos coisa, logo no dia dos mortos.
Isto continua assim e nem com comprimidos lá vai.
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