Não querendo ser desagradável, confesso que por vezes me apetece mandar os empolgados da guerra comer ração para animais. Da mais barata, naturalmente.
Quanto à notícia, é da BBC
Não querendo ser desagradável, confesso que por vezes me apetece mandar os empolgados da guerra comer ração para animais. Da mais barata, naturalmente.
Quanto à notícia, é da BBC
Quem tenha lido o que veio a público sobre o(s) Acordo(s) para libertar os cereais retidos em resultado da guerra na Ucrânia terá reparado que a assinatura dos mesmos (um pela Ucrânia e outro pela Rússia), além de garantir o escoamento dos cereais ucranianos, também implica o levantamento das sanções impostas ao escoamento dos cereais russos (essa foi, aliás, uma das condições impostas pela Rússia).
Assim sendo, esperemos que os signatários usem um módico de inteligência e o(s) Acordo(s) se cumpra(m). Em nome de todos os desgraçados preocupados com a fome e menos com a temperatura do ar condicionado.
É que às vezes não parece, mas o mundo é grande.
Somado todo o dinheiro já gasto ou a gastar com armamento e similares — incluindo, naturalmente, as despesas em rublos — não era só o Elon Musk que conseguia acabar com a fome no mundo.
Russian Defence Minister Sergei Shoigu expressed willingness to ship grains from Berdyansk and Mariupol ports. He said that the seaports of Mariupol and Berdyansk have started operating, TASS reported. Shoigu said that the demining of the port of Mariupol has been completed.
In his statement, Shoigu said that the port of Mariupol received the first cargo ship and the seaport of Berdyansk had started to operate. The statement of Sergei Shoigu comes after Russian President Vladimir Putin on Friday, 3 June, had expressed readiness to organise the export of Ukrainian grain through ports that are under the control of Russian forces without any condition, as per the news report. He had expressed willingness to allow the entry of foreign ships into Azov and the Black Sea. Furthermore, Putin assured the safety of the foreign ships that will enter through these ports.
Speaking about the situation in Donbass, Russian Defence Minister Sergei Shoigu said that troops of Moscow have "liberated" residential quarters in Severodonetsk and the forces continue to have control over its industrial zone and nearby settlements. He said that Russian forces had taken control of Popasna in Luhansk and claimed that 97% of the LPR region has been "liberated," as per the TASS report.
Sergei Shoigu claimed that the total number of Ukrainian soldiers who have "surrendered" has reached 6,489. Furthermore, he said that Russian forces have destroyed 21 155 mm howitzers, 16 drones, 12 armoured vehicles and two multiple rocket launchers in Ukraine over the past ten days. The statement of the Russian Defence Minister comes as the war between Russia and Ukraine continues for more than 100 days.
Meanwhile, Ukrainian President Volodymyr Zelenskyy has been seeking a secure corridor for Ukrainian vessels to export grain and avert a food crisis, according to AP. Speaking at a news conference on 6 June, Zelenskyy informed that Ukraine continues to hold talks with Turkey and Britain about security guarantees for Ukrainian ships. As per the AP report, Russian Foreign Minister Sergey Lavrov is expected to hold talks over blocked grain with Turkish authorities during his visit to Turkey on Wednesday.
Earlier on June 3, Belarusian President Alexander Lukashenko spoke with United Nations Secretary-General Antonio Guterres. During the telephonic conversation, Lukashenko expressed willingness to transit the Ukrainian grain to Baltic ports through Belarus, according to the statement released by the Belarusian President's office. He said that Turkey was ready to provide all kinds of assistance for transporting shipments through Belarusian rail transport.
O resumo feito pela France-Press da reunião de sexta-feira entre Putin e o presidente da União Africana, Macky Sall, para discutirem a crise alimentar, dá bem conta do buraco em que nos encontramos e de como Putin anda, sem sequer sair de casa, pelo mundo - que é maior do que muitos pensam - a passar pelos buracos da chuva, enquanto a União Europeia insiste em medidas cujos resultados se mostram dramáticos para os seus próprios cidadãos.
Já agora, note-se, além das declarações de Sall, como a Turquia de Erdogan, outro que não é flor que se cheire, vem desempenhando um papel cada vez mais importante no conflito.
E pergunto eu que, espero, perguntar não ofende: mais isto tudo não era para defender e reforçar a democracia no mundo?
E agora a notícia da France-Press
Enquanto a União Europeia debatia o magno problema do estatuto a atribuir ao patriarca Kirill da Igreja Ortodoxa russa e Josep Borrell perdia tempo a pronunciar-se com firmeza sobre o assunto no Twitter, Putin reunia-se presencialmente na Rússia com o presidente da União Africana, o senegalês Macky Sall, para discutir a crise dos cereais.
Era só.
Em plena crise de cereais que se prevê fazer aumentar consideravelmente a fome no mundo, abro o computador e deparo com esta notícia.
Putin mandou invadir a Ucrânia e o Ocidente reagiu.
Acontece que a dependência energética da Rússia é enorme. Compra! Não compra! Compra! Não compra! tem sido a batida alternada do baile da energia que começou pelo troar dos tambores e, pelo que se vai ouvindo, ainda vai acabar no pífaro a tocar sozinho.
Com a guerra a decorrer no "celeiro da Europa", passámos aos cereais e outros grãos alimentícios. Com a ameaça da fome — que em muitos países já não é pouca —, o Ocidente acusa a Rússia de ser responsável pela escassez que se adivinha, enquanto a Rússia diz que só abre os portos ucranianos do Mar Negro se forem levantadas as sanções.
Entretanto, há países a quererem juntar-se à NATO, o que a Turquia chantageia fazendo saber que só o permitirá se deixarem cair os curdos.
Eu não sei que estratégia é esta, mas vejo que andamos todos muito contentes porque a TIME irá provavelmente nomear Zelensky como personalidade do ano, a Ucrânia ganhou o Festival da Eurovisão e Putin não conquistou Kiev em três dias.
Num mundo em que é possível um camelo vir dizer publicamente que tem dinheiro suficiente para acabar com a fome no mundo, há pequenas decisões que nos animam, mesmo se apenas até à próxima alarvidade.
JUSTIÇA ISRAELITA bloqueia venda de artefactos nazis usados para tatuar prsioneiros de Auschwitz