
Creio, além disto, que se está a ignorar um dos aspectos mais relevantes do caso. É que este só provocou alarido porque um dos colegas de turma filmou a cena e a despejou na Web, para gáudio das televisões e profundo choque do Presidente da República.
Ou seja, do Procurador-Geral (crime, diz ele) a Paulo Portas, de Cavaco Silva aos jornalistas, passando pela professora (crime, diz ela) e até pelo João Carlos Espada (desta vez sem Karl Popper) todos foram ao You Tube pescar matéria para as suas reflexões.
E como chegaram lá? Através de um telemóvel. Pergunto: em que ficamos?
[Para se entender melhor a senda orwelliana que se esconderá sob a invocação abstracta de disciplina! disciplina! disciplina! ― como se ela fosse, em si própria, um princípio ético inviolável (ah! como os alemães foram disciplinados...) ― clique-se aqui. O assunto é outro, mas a lógica é semelhante à que está por trás da criminalização da indisciplina escolar.]