Ele: Não fomos para o São José, pois não?
Ela: Não, estamos no Santa Maria. Já lhe tinha dito.
Ele: Pois, de repente não me lembrava. Santa Maria, dizes?
Ela: Sim, Santa Maria.
Ele: Foi daqui que fugiu o Henrique Galvão.
Ela: Daqui?
Ele: Sim, daqui. Estava preso quando fugiu…
Ela: Preso no Hospital?
Ele: Preso. O Salazar tinha-lhe um pó que se não tivesse fugido ainda hoje estaria dentro (risos).
Ela: Mas fugiu daqui?
Ele: Daqui, não. Do primeiro andar. Estamos no rés-do-chão, não estamos?
Ela: Sim, acho que sim.
Ele: O Galvão fugiu lá de cima. Enfiou uma bata branca e ala que se faz tarde. Saiu pela porta principal. Boa-tarde, senhor doutor, boa-tarde, senhor doutor. E o Galvão, boa-tarde, boa-tarde…
Ela: Estão a chamar pelo seu nome.
Ele: Vamos lá então… Eles aqui são rápidos.
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4 comentários:
Ganda beijoca :)
Pois é, Ana. Por mais que tudo morra, a morte nunca é tudo. Por mais mortais que sejamos o tempo todo, a morte nunca é o tempo todo, a morte nunca é tudo o que somos.
Abraço e obrigado
miguel (sp)
Está a confundir duas coisas diferentes:
ser de esquerda e apreciar a liberdade e a democracia. Uma pessoa pode perfeitamente ser de direita e lembrar-se da Santa Liberdade até no Hospital.
tb eu gosto muito destes vossos diálogos.
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