24/11/21

TEMIDO: a ministra que não se enxerga

Para além de não saber falar, para além do nariz empinado, para além do "sou muito querida, desde que não me contrariem", para além de ser o género de pessoa que em vez de cães diz canídeos, para além de ser uma burocrata encartada quais serão as qualidades desta criatura?

«Porventura, outros aspectos como a resiliência são aspectos tão importantes como a sua competência técnica.», Marta Temido.

19/11/21

PORCOS A VOAR SOBRE AUSCHWITZ

 UMA IMAGEM VALE MIL PALAVRAS. ÀS VEZES. É O CASO.



A MEDITAÇÃO DE SEXTA NO ÍPSILON

 «... Gramático e magistrado da capital do Império (foi ele quem nos deu a conhecer a sentença Veritas Filia Temporis — “A verdade é filha do tempo”), Aulo Gélio ficaria para a história como o autor da conexão entre classicus e literatura, já que o termo até então se limitava à esfera social, servindo para identificar os cidadãos romanos de primeira água. A vinculação é curiosa, também pela distinção que estabelece entre escritor clássico (scriptor classicus) e escritor proletário (scriptor proletarius). O primeiro escreve para leitores cultos e de estatuto social elevado, o segundo para leitores menos letrados e de classe social mais baixa.

Se a diferenciação, sobretudo a social, deveria ser bastante para apaziguar todas as criaturas cujo farto ou menos farto cabelame se arrepia e soleva por via da “ditadura do marxismo cultural”, incluindo as criaturas escalvadas e os pais de Famalicão — pois que não terá sido Marx a engendrar malevolamente as distinções sociais e nem sequer a luta de classes entre literatos —, o que nos traz fica aquém de tão façanhudo tema: apenas o clássico, o proletário deixado para outra oportunidade.» (cont.)

O RESTO NO SITE DO PÚBLICO

12/11/21

DIAMANTES ANEDÓTICOS

 Nem a gamar diamantes conseguimos ser sérios...


Diamantes apreendidos pela Judiciária valem apenas 290 euros

A MEDITAÇÃO DE SEXTA NO PÚBLICO

«...Todos já passámos pela experiência de entrar num transporte público e dar de caras com os narizes dos passageiros afundados nos ecrãs luminosos dos telefones inteligentes, alheados do que se passa à volta, talvez até falhando a almejada paragem. E se a pergunta: “haverá hoje quem tenha tempo (e q.b. de concentração)…”, etc., etc., era na realidade retórica, estava disposta a apostar que os referidos passageiros não vão absortos em haikus que, no que toca ao número de caracteres, ainda são o que conheço mais parecido com um tweet. (cont.)

O RESTO NO SITE DO ÍPSILON 

03/11/21

AINDA NÃO ESTAMOS TODOS IMBECIS EMBORA QUASE


Num mundo em que é possível um camelo vir dizer publicamente que tem dinheiro suficiente para acabar com a fome no mundo, há pequenas decisões que nos animam, mesmo se apenas até à próxima alarvidade. 

JUSTIÇA ISRAELITA bloqueia venda de artefactos nazis usados para tatuar prsioneiros de Auschwitz 

10/08/21

 E AOS ABACATES DISSE NADA...

«O primeiro-ministro defendeu hoje que o "alerta vermelho" dado pelo relatório da ONU sobre o clima "confirma o acerto" da "prioridade estratégica" do Governo, apontando a necessidade de atingir a neutralidade carbónica em 2050.»

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/clima-antonio-costa-diz-que-alerta-da-onu-confirma-acerto-da-prioridade-estrategica-do-governo

29/04/14

Os que vão morrer, te saúdam!

Pronto. Já está. Já passou. Já foi e não doeu nada. Daqui a 10 anos, os sobreviventes festejarão de novo a data apesar do reumático. A pergunta “onde é que você estava no 25 de Abril?” fará cada vez menos sentido e haverá cada vez mais gente a baralhar 1974 com 1794, ano em que Robespierre mandou guilhotinar Danton, para morrer ele próprio de cabeça decepada pouco tempo depois, episódio que ainda hoje contribuirá em muito para fundamentar a ideia de que a natureza humana é mesmo do piorio.
Por cá, tivemos o Salgueiro Maia mas, ainda assim, há quem ache que nunca fiando...
“O caso do Salgueiro Maia é um caso comovente, para nós portugueses e para nós sociedade foi um bem ele ter morrido. É muito cru dizer isto, para a família e para ele é uma infelicidade, mas nós precisávamos de um puro. (...) Se ele continuasse a viver não sei se aguentaria isso. Não é possível tanta aspiração de beleza e de pureza numa figura viva”, resumiu cruamente Lídia Jorge, naquilo que poderá ser interpretado como uma defesa do axioma “um herói bom é um herói morto”, e isto apesar de Tolstoi se ter fartado de escrever romances que provam o contrário.
Claro que Tolstoi só há um e mais nenhum, mas se o cinismo entretanto não nos matar a todos, e a descrença não nos liquidar de tristeza, alguns estarão cá para os festejos, portanto, daqui a 10 anos, mas daqui a 100, pevides.
Daqui a 100 talvez nem haja Portugal, conforme apontam as estatísticas da nossa escassa reprodução, cumprindo-se por essa via (ínvia?) o desabafo de Sena: “O nosso problema não é salvar Portugal, é salvarmo-nos de Portugal”.
O tempo, esse grande escultor, aproximará ainda mais o 25 de Abril do 5 de Outubro, mandando para o galheiro da História as declarações pomposas de Luís Montenegro (que, aliás, tinha um ano e usava fraldas no 25 de Abril): “Isto não é o 5 de Outubro na Praça do Município”, justificando assim o inconseguimento de não deixarem falar os militares de Abril na Assembleia da República, e eu se fosse militar também me chateava, pá e mandava o Luís Montenegro mudar de fraldas (citando naturalmente Eça...), já que a ingratidão é uma coisa muito feia e esta coisa do “25 de Abril é de todos”, como disse o ministro da Defesa, pode cair muito bem num salão 40 anos depois, mas o facto é que alguém teve de dar o corpo ao manifesto que não se foi lá por geração espontânea nem por obra e graça de nenhum soft power sagrado.