Enfrentavam-se duas linhas. Uma mais radical, que propunha greves e manifestações; outra, menos radical, que propunha abaixo-assinados. Talvez se tenha chegado a votos, não me lembro. Sei que um dos alienígenas era o Miguel Portas, valha a verdade o único UEC civilizado que conheci durante os meus tempos de estudante revoltada. Eu que na altura não gaguejava em público fartei-me de dizer coisas e de fazer perguntas e, como seria de prever dada a tradição familiar, decidi-me pelas greves e manifestações. O Miguel Portas, suponho que vendo em mim um recrutamento em potência, no final pediu para me falar à parte. Respondi-lhe do alto dos meus 12, 13 anos: “Falar, podes à-vontade, mas olha que não me convences!” O futuro deputado europeu não perderia muito tempo comigo: em menos de cinco minutos ter-me-á diagnosticado com propriedade a doença infantil do comunismo.
E ocorreu-me isto a propósito da quantidade de abaixo-assinados que andam a correr pela NET, alguns subscritos por mim. A democracia amolece-nos, é o que é. O Portas acabou em Bruxelas, eu numa Pastelaria.
5 comentários:
Não me digas que também andaste na E.S. de S.João do Estoril?
tiago do 5dias
tiago do 5dias, aqui onde me vês eu era conhecida pela cristina de cascais. E deixa-me que te pergunte: algum familiar teu tb. lá andou?
moi-même, entre os anos de 88-94, mais ou menos...
desencontrámo-nos, portanto
Não seja assim tão céptica. Quantas revoluções não terão sido preparadas em restaurantes e pastelarias? Para além de grandes negócios, claro. A pastelaria não é o Alaska do Jack London. A pastelaria está bem no centro da Pólis, onde quase tudo acontece, e cada vez mais.
JR
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