
Do comunicado que, entretanto, a Ordem dos Médicos emitiu sobre o caso do Porto, sublinho a parte em que, referindo-se à gripe A, se afirma ser uma doença pouco grave e similar, nas suas manifestações clínicas, às banais gripes.
Só que a doença banal, apesar da saudável sobriedade com que a Ministra da Saúde tem vindo a tratar o assunto, parece estar a favorecer uma psicose colectiva em que, ao mais pequeno achim! o alarme dispara (não queiram saber a cara de pânico dos passageiros quando, por causa do ar condicionado, espirrei duas vezes no avião).
Li ontem que o Estado português vai comprar três milhões de vacinas pela módica quantia de 45 milhões de euros, ainda assim nada que se compare com os 700 milhões de euros que o Estado francês está disposto a desembolsar.
É um facto que com a saúde pública não se brinca nem se deve olhar a despesas. Mas será muito inconveniente perguntar se o destino destas vacinas ficará tão secreto como o das adquiridas pelo governo para combater a anterior pandemia também pitorecamente baptizada, no caso de gripe das aves?
Recorde-se que já o ano passado, e dada a validade de três anos da medicação, se discutia o que fazer aos 2,5 milhões de doses, armazenadas, penso que até hoje, em local desconhecido, e adquiridas então por 25 milhões de euros.
Resta um consolo: comparando a relação preço-quantidade, no caso da gripe das aves deve ter sido um bom negócio!
8 comentários:
Ganda Mulher!
Perita em literatura, escritora de livros infantis, palmatoada dos desvarios socialistas, analista da Educação, jornalista de viagens e agora especialista em pandemias.
Gostava de sambar consigo,
Seu anónimo dedicado
Cliente desta pastelaria há já uns tempos, chegou a altura de lhe prestar a minha homenagem. Deixei-lhe um premiozinho no meu Rochedo.Coisa pouca, mas ofercido com sincerdade.
Bom fds
Penso que a minha cara amiga não está suficientemente informada sobre a nova gripe A(H1N1)… Se estiver interessada pode consultar - http://www.gripenet.pt/ - onde pode ficar a saber mais sobre a primeira pandemia do Séc. XXI.
Há cerca de 2 meses, os habitantes de uma pequena cidade argentina próxima da fronteira com o Chile receberam um autocarro chileno que transportava um indivíduo com sintomas de Gripe A à pedrada e tentaram impedir que este fosse tratado no hospital local.
Entretanto, em Portugal, estamos muito preocupados com a Gripe A, mas ninguém parece preocupar-se com os doentes oncológicos que morrerm à espera de uma operação (http://www.ionline.pt/conteudo/10756-doentes-com-cancro-esperam-tempo-mais). É estranho como uma possibilidade se torna mais importante do que uma realidade.
Caro anónimo, o mundo é demasiado grande para nos deixarmos emparedar por uma especialidade, mesmo se for a que leva maíuscula no seu comentário. Mas não danço o samba
Carlos, muito obrigada! Voltarei a esse prémio
Tovi, creio estar suficientemente informada para a achar uma psicose induzida; mas, já agora, tem novidades sobre as vacinas contra as aves?
Carlos, no brasil tinham medo dos argentinos; pelos vistos os argentinos têm medo dos chilenos...
Minha cara amiga… Eu e todo o meu agregado familiar (por motivos profissionais de minha mulher) fizemos parte dos cem mil portugueses a quem o Estado Português considerou importante estarem vacinados contra a gripe das aves (H5N1 - oseltamivir). Tanto quando me disseram ainda existem vacinas em stock, podendo no entanto já não serem suficientemente eficazes, não por prazo de validade mas porque já se verificaram algumas mutações.
Trovi, a notícia, cujo link está no post, dá conta de contentores e contentores alojados em local secreto e não exactamente de... vacinas em stock.
quanto às mutações, pois esse é exactamente um dos problemas, que tanto dará para as aves como para os porcos, não é?
Tem toda a razão quanto ao problema das mutações… É por isso que a prevenção é fundamental e não me parece que em Portugal se esteja a ter o cuidado (sem alarmismos) necessário. Na empresa onde trabalho (uma das muitas do grupo Sonae) já nos foram dadas a conhecer as medidas de protecção individual contra a Gripe A(H1N1), mas não me parece que o “pessoal” esteja a levar a sério esta epidemia.
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