30/12/23
08/12/23
MEDITAÇÃO DE SEXTA: «Isto não vai acabar bem»
«Antes de prosseguir, quero apresentar aos leitores desta crónica, na qual, aviso de antemão, não será referido o tema de mui agrado das azeitonas
“Não, não falarás de azeitonas!”, decretou-me à noite uma voz, decerto resultado de alguma mixórdia onírica entre o vigoroso “Não, não cantarás!” dirigido ao bardo Assurancetourix e o eco d’ A Portuguesa interpretada por estrídula soprano durante as comemorações do Dia da Restauração em Lisboa, encarnação viva de Natália de Andrade e, porque não, de Florence Foster Jenkins ou mesmo da actriz do cinema mudo Leona Anderson que em 1957 lançaria o disco "Music to Suffer By", embora esta não hesitasse em apresentar-se como “the world’s most horrible singer”,
as minhas sinceras desculpas.
E porque o faço? Faço-o pelo cometimento do pecado da apropriação cultural! E se, pedindo clemência, invoco a meu favor o facto de só recentemente a apropriação cultural ter sido incluída na lista dos crimes contra a Humanidade, nem por isso deixo de registar a merecida admoestação.
“Pelo menos poderia ter começado por dizer que é judia…”, deixou em comentário à crónica da semana passada leitor atentíssimo. A crónica, da qual o tema das azeitonas estava, hélas!, ausente embora mencionasse figueiras e moscas (elementos de natureza outrossim campestre), referia-se à guerra na Faixa de Gaza e ao sucesso da propaganda do grupo islamista Hamas em fazer equivaler o ataque de 7 de Outubro à resposta do exército israelita, equivalência que me parece espúria mesmo considerando que o conflito não nasce do vácuo, como é próprio, aliás, de todos os assuntos humanos e mesmo das leis da física. (...)»
10/11/23
MEDITAÇÃO DE SEXTA: LUÍS DE CAMÕES, SEMPRE!
27/10/23
20/10/23
08/09/23
25/08/23
11/08/23
MEDITAÇÃO DE SEXTA: «Dança da Chuva é que era!»
28/07/23
14/07/23
07/07/23
MEDITAÇÃO DE SEXTA: «Que saudades de uma silly season de jeito!»
«(...) Num artigo publicado no Expresso da semana passada em que o tema era a linguagem inclusiva, tropeço nisto: “'Há sensibilidades diferentes’, até porque existem diversas ‘conceções do que é a linguagem’”. Ora batatas!
Não bastava a linguagem inclusiva ser, em si, um tema mais do que obscuro. Por exemplo, e segundo o glossário LGBT+ da reputada universidade norte-americana Johns Hopkins publicado no mês passado (entretanto, em reapreciação após uma enxurrada de críticas mais do que legítimas, nomeadamente as formuladas por J.K. Rowling), uma lésbica, cito, “é um não-homem que se sente atraído por outro não-homem. Enquanto definições anteriores referem ‘lésbica’ como uma mulher que se sente emocional, romântica, e/ou sexualmente atraída por outra mulher, a actual definição inclui pessoas não-binárias que também se podem identificar com o termo”. Já de acordo com o mesmo documento, “um homem gay é um homem que se sente atraído por outros homens, ou que se identifica com a comunidade gay” – ou seja, homem é vocábulo adquirido, dispensa caracterização, tão, mas tão claro e distinto que é a partir dele que se passa a definir mulher: não-homem. Conclusão: para não ofender pessoas não-binárias, mulher simplesmente desaparece. Quem lhes desse com a costela de Adão na mona e era pouco!
Portanto dizia eu que não bastava a obscuridade da linguagem inclusiva, ainda temos de agradecer aos deputados da Nação o bónus do léxico pós-Acordo-Ortográfico onde se inscreve agora, em nome da uniformização da língua, sublinhe-se uniformização, não uma, mas duas palavras: conceção em Portugal e concepção no Brasil! E repare-se como fico a milhas da amabilidade acaciana: “– E os idiotas de São Bento?... – exclamou Julião. Mas o Conselheiro interrompeu-o: – Meus bons amigos, falemos de outra coisa. É mais digno de portugueses e de súbditos fiéis.” (Eça de Queirós, O Primo Basílio).
Talvez Portugal tenha deixado de ser o país de marinheiros de António Nobre – “Georges! anda ver meu país de Marinheiros, / O meu país das Naus, de esquadras e de frotas!” – mas continua relativo, mais do que bem plasmado em O’Neill – “País engravatado todo o ano / e a assoar-se na gravata por engano”. “Grandessíssimos e alternadíssimos camelos”, vociferava António Silva e nós a citá-lo. »
30/06/23
09/06/23
02/06/23
12/05/23
07/05/23
03/05/23
MOMENTO TEATRAL A PROPÓSITO DE GALAMBA
DIÁLOGO NA VIA PÚBLICA ALGURES EM LISBOA, NOITE CERRADA
Tipo do SIS: Então, o que traz no regaço? São rosas?
Assessor: Não, é o computador.
25/04/23
22/04/23
14/04/23
13/04/23
TANTA CONVERSA E ESTÁ TUDO NO BILLY WILDER
«I don't mind being treated as a sex object. But it's like any other game. You have to play according to the rules or it takes all the fun out of it.»
Pamela Piggott (Juliet Mills) in «Avanti», 1972
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