13/10/23

MEDITAÇÃO DE SEXTA: «Não mais do que a espuma dos dias»

 «(...) Para os que tiveram a felicidade de nascer e viver na Europa do pós-guerra, outra era despontava. Houve até quem arriscasse que a História tinha chegado ao fim.

5 comentários:

António Alves Barros Lopes disse...

ah! - Algo Correu mal! - Vão explicar isso ao Fukijama!!!

Miguel disse...

É só uma crónica, mas gostei muito. A felicidade de ter vivido na Europa do pós-guerra vai-se descobrindo à medida que tudo se vai desmoronando à nossa volta. O meu filhote tem um trabalho escolar com o tema "The city of the future". Vou-lhe explicando os problemas que nos esperam (energéticos, demográficos, a água, o clima, não insisto na política e na guerra), e ele acabou por imaginar a cidade daqui a um século, alimentada por uma estação solar espacial e pela fusão nuclear. Uma cidade à escala humana. Vai descendo de barco pelos canais até ao trabalho. Regressa de comboio. Há jardins e lagos por toda a cidade. Hortas e pomares. Quem dera, sobretudo espero que ele consiga lutar por isso. O que não se consegue discernir é uma maneira de lá chegar. "Prediction is very difficult, especially about the future". Encontro uma ligeira esperança nesta ideia: é que se aplica igualmente aos cenários apocalípticos. Ao mesmo tempo, há muito mais maneiras de rebentar com tudo do que de tratar bem as pessoas e as coisas.

Navegante disse...

Os "velhos" vão mais fundo que a "espuma dos dias". Por debaixo da "espuma" está o vinho vintage fermentado durante décadas. Os agora donos do mundo navegam na espuma e ainda não beberam o bom vinho. Privilégio dos "velhos"! E há "velhos" que encantam os outros "velhos". Como a ACL.

jose disse...

E então a vida faz-nos tagatés diz-nos--Adeusinho!
Não não corro atrás dela era o que me faltava agora.

ricardo disse...

Cara Ana Cristina Leonardo, a sua crónica de ontem emocionou-me. O mote lançado no início do primeiro parágrafo ressoou de forma particularmente aguda em mim, quando cheguei à menção de Luís Fernando Veríssimo, e à brilhante Velhinha de Taubaté, pois faz pouco li uma série de livros do escritor de enfiada. Na minha memória deturpada, recordo, na adolescência, pegar no Expresso e ler primeiro o escritor brasileiro e depois a Ana Cristina. Talvez não tenham sido coincidentes, mas isso pouco importa. Na minha mente, estão e estarão sempre unidos por afinidade. Muito obrigado!