Donald Trump, que já disse que ia concorrer à Casa Branca em 2024, superou o actual presidente dos EUA Joe Biden numa pesquisa online Harvard CAPS-Harris Poll para o jornal americano The Hill.
Se as eleições fossem agora, Trump obteria 47% dos votos e Biden apenas 41%.
Se isto vale o que vale, e até 2024 muita coisa acontecerá pela certa, não deixa de fazer pensar que um homem que considerou a hipótese de curar um virús com lixívia tenha esta percentagem de apoio.
O representante ucrâniano na ONU, Sergiy Kyslytsya, afirma sobre o encontro na Turquia, que «as negociações (...) demonstraram que talvez a Rússia esteja disposta a avançar [no processo de paz], embora haja ainda um longo caminho até chegarmos a um cessar-fogo sustentável e a uma desescalada geral».
O chefe da delegação russa em Istambul, Vladimir Medinsky, diz que o «terceiro dia de conversações em Istambul foi construtivo», embora também tenha declarado que o recuo das tropas russas em Kiev e Chernigov não representa um cessar-fogo.
Zelensky avalia o encontro dizendo: «Podemos considerar positivos os sinais que nos chegam (...), embora esses sinais não silenciem a explosão das bombas russas. (...) Claro que não vemos razão para confiar nas palavras de certos representantes de um Estado que continua a lutar pela nossa destruição. Os ucranianos não são ingénuos. Os ucranianos já aprenderam durante estes 34 dias de invasão e nos últimos oito anos de guerra no Donbass que apenas podemos confiar num resultado concreto.»
A Ucrânia passou de Celeiro da Europa para «Ucrânia, o "Cesto do Pão" da Europa».
São coisas destas que nos envelhecem...
Enquanto se multiplicam as recusas de pagamento do gás russo em rublos, o prazo dado pela Rússia para a mudança da moeda termina na quinta-feira. Entretanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov foi taxativo: «Ninguém vai fornecer gás de graça».
Aqui no monte, a bilha de gás passou hoje para os 31 euros.
A guerra em todo o seu esplendor ou o horror não escolhe lados.
Vídeo cuja veracidade não foi confirmada mostra militares ucranianos a balearem soldados russos.
Segundo a agência Reuters, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, declarou hoje que as relações do seu país com a China estão mais fortes do que nunca. A única boa parte da notícia é que talvez ele não pudesse dizer outra coisa.
A Comissão Europeia veio informar que os seus valores não estão a saldo. Recomenda por isso que os países membros revoguem a legislação que permite os "passaportes dourados". Acrescentou ainda que devem anular ou recusar imediatamente a renovação de autorizações concedidas a cidadãos russos ou bielorussos sujeitos a sanções na sequência da guerra que decorre na Ucrânia.
A parte dos valores não estarem a saldo é que era escusada.
De 28 a 30 de Março vão de novo sentar-se à mesma mesa representantes da Ucrânia e da Rússia. O encontro terá lugar na Turquia. Entretanto, Biden pediu, durante a visita à Polónia, a cabeça de Putin, esquecendo-se de que a hipocrisia é um ganho civilizacional. Digo-o sem qualquer espécie de cinismo. Macron esteve bem e custa-me para caramba escrever isto.
Ele queria entrar, mas não o deixaram. Naquele português incompreensível que os inteligentes deputados deste país nos impuseram, ele ficou "dececionado".
Em que momento é que o mundo se transformou num jardim-escola é que eu gostava de saber. Não, entre o Acordo Ortográfico e a infantilização das mentes que está na origem de uma guerra sem sentido transformada num espectáculo televisivo sem fim à vista há mais proximidade do que a nossa filosofia alcança.
E ainda falam do Marcelo!
Como não percebo nada de manobras militares — ainda menos do que de finanças — sigo as notícias que chegam do palco da guerra com o cepticismo de quem sabe que a propaganda é o fertilizante que alimenta os conflitos.
Mas quando Vladimir Putin faz um discurso onde mete Harry Potter, permito-me imaginar que a invasão da Ucrânia passou de gloriosa a ficção de quinta categoria, mesmo se nada tenho contra os livros de JK Rowling.
O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov disse numa entrevista a Christiane Amanpour (CNN) que a Rússia poderia usar armas nucleares, mas só se a existência da Rússia se visse ameaçada.
Podemos dormir descansados.
«Ukrainian President Volodymyr Zelenskyy in a televised statement said that he was ready to discuss a commitment from Ukraine not to seek NATO membership with Russian President Vladimir Putin in exchange for a cease-fire as the 'West doesn't know what to do with us [Ukriane] in regard to NATO membership.' Such a commitment can be done only if Russia agrees to complete withdrawal of its troops and a guarantee of Ukraine’s security, said Zelesnkyy.
“It’s a compromise for everyone: for the West, which doesn’t know what to do with us with regard to NATO, for Ukraine, which wants security guarantees, and for Russia, which doesn’t want further NATO expansion,” Zelenskyy said on Ukrainian television channels.
He then reiterated that Kyiv intends to hold direct talks with Russian President Vladimir Putin, adding that unless the two leaders meet it may be impossible to understand if Russia "even wants to stop the war." Kyiv will be ready to discuss the status of Crimea and the eastern Donbas region held by Russian-backed separatists, Zelenskyy offered, adding that this can be done only after a cease-fire and security guarantees.»
O presidente ucraniano declarou ter desistido de tornar o seu país membro da Nato, uma das razões invocadas por Putin para a invasão da Ucrânia: «We have heard for years that the doors were open, but we also heard that we could not join. It's a truth and it must be recognised. I am glad that our people are beginning to understand this and rely on themselves and our partners who help us.»
Já há uns dias me tinha perguntado: mas já foi formado governo?
Hoje leio que o voto presencial de emigrantes na Europa decorre este fim-de-semana e só posso concluir que, no meio da desgraça, ainda há países com sorte.
«... Os nacionalismos, o lado oculto da lua dos Estados-Nação, diz-nos a história, são a mãe e o pai de muitas guerras. E para nos usar mais uma vez como amostra, enquanto nós, portugueses, decerto responderíamos com um rosário de bocejos se algum adiantado mental nos propusesse pegar em armas e toca a recuperar Olivença!, já o nacionalismo exacerbado de Putin, empenhado em ressuscitar a Mãe Rússia, conseguiu ir enrijecendo (quanto e até quando?) num país que ainda há poucas décadas era a outra superpotência — e no mundo só havia duas. Afinal, o revanchismo (de revanche: vingança), movimento político associado à França quando esta, em 1871, derrotada pelos exércitos de Bismarck, perde as regiões da Alsácia e da Lorena e jura ufanisticamente vingar-se e recuperá-las, não tem exclusivo de bandeira.»
