16/02/12

E este puto de mierda faz sentido?

A conversa em directo, na qual a criatura, com a profundidade intelectual que caracteriza estes inteligentes, diz que "um país assim não faz sentido" e tem um orgasmo a seguir derivado ao brilhantismo da frase que lhe saiu

O conceito de MOBILIDADE, segundo o governo

O longo currículo do puto (e note-se a mobilidade que o caracteriza: depois de tirar um curso de Direito não se sabe onde e de ter sido presidente do Belenenses acaba como vice-presidente do grupo parlamentar CDS/PP — até fiquei cansada só de ler)

Como já comentei por aí no cara de libro, ultimamente, é verdade, só me apetece escrever asneiras. Eu sei que isso significa, infelizmente, um empobrecimento da língua, mas como nos mandaram ficar muito pobres para só depois ficarmos remediados, julgo que as caralhadas também farão parte de l'air du temps.
E com isto justifico o título deste post: E este puto de mierda faz sentido? (o french é só para manter o nível que o rapazola merece...)

30 comentários:

Luis M. Jorge disse...

Há algo de muito perturbador no que esta gente entende por meritocracia. Dava-nos jeito, ocasionalmente, uma guilhotina.

Ana Cristina Leonardo disse...

Luís, isto é uma gente que nasceu das ervas. Como dizia a Yourcenar, há duas qualidades fundamentais nos seres humanos: a inteligência e a compaixão. Eles não têm nem uma coisa nem outra.

João Lisboa disse...

Escrever asneiras ainda é o lado benigno da coisa: http://lishbuna.blogspot.com/2012/02/eis-um-daqueles-momentos-em-que.html

Luis M. Jorge disse...

Bela citação, de que hei-de apropriar-me em jantares elegantes (hélas, são cada vez menos desde que regressámos à idade média).

Mas agora, voltando ao tema: o rapaz tem uma bela cabecinha loira e beiças de Bourbon. Tal como a doutora Manuela, também eu sonho em suspender a democracia por seis meses.

Ou então vamos fazer um partido só para chatear, Ana Cristina? Qualquer coisa anti-betos ridículos e anti-falâncios, mas com sede em Roma por causa dos gelados.

Ainda bem que já marquei férias. Estou tão, tão farto desta merdonga, desta casta pomposa de indigentes, perdoe-me o linguajar.

Ana Cristina Leonardo disse...

Luís, eu dantes organizava uns jantares elegantes em casa (com baile e tudo) mas há uns anos que isso acabou. Acho que foi até antes da crise.
Quanto a Roma, ó Roma!

João, já vou espreitar. Espero que valha a pena

Manuel Vilarinho Pires disse...

Esta publicação é tendenciosa!
Ignora ostensivamente o percurso profissional do jovem: em apenas 35 anos, já conseguiu fazer o estágio de advocacia e chegar a gerente de uma empresa de "organização de eventos"!
Nada mal, hem?

João Lisboa disse...

"mas com sede em Roma por causa dos gelados"

Não pode ser algures na Toscânia?

Ana Cristina Leonardo disse...

Manuel, quando me falam de eventos puxo logo da pistola...

João, eu, que nem sou grande apreciadora de gelados, voto em Roma.
Roma! Roma! Roma!

Anabela Magalhães disse...

Excelente post! Acho que o vou roubar...

João Lisboa disse...

É sempre isto... ainda nem há programa e já começam as cisões.

fallorca disse...

«...até fiquei cansada só de ler»
Poupa-te, leoparda, não vás em carnavais

Manuel Vilarinho Pires disse...

Está bem, a gente tira os eventos.
Mas deixe ao menos ficar o estágio, se não o miúdo ainda aparece em casa a chorar...

Luis M. Jorge disse...

Toscãnia é província, João. Julguei que você odiava a província, mas já é a segunda vez que o apanho em contradição.

Carlos disse...

Ana,
pois eu acho que ele não merece nível. Merece é que lhe apareça pela frente alguém que lhe pregue um valente par de estalos (aqui escreveria «no focinho»; mas, mesmo sendo ele um jabardo, não vou ajabardar a tua caixa de comentários) -- esta gente não vai lá de outra maneira. Terias pena dele?...

Luís,
ainda há uns dias disse à Ana que recorrer a uma guilhotina para acabar com a canalha já me pareceu mais grotesco; ou seja: a cabeça deles pela sanidade da nossa.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Ó Carlos, chegue para lá as facas, que a gente ainda se corta aqui a conversar e o sangue, a mim, faz-me impressão...

margarete disse...

eu até gosto de ler os comentários dos seus visitantes, mas hoje abri a caixa só mesmo para subscrever o "mierda" e vou já de abalada porque isto mexe demasiado com a pessoa humana (assim mesmo, humana)

Ana Cristina Leonardo disse...

margarete, percebo perfeitamente

Carlos disse...

Caro Manuel, se o(s) incomodei, lamento. Falta-me a sua classe...

Manuel Vilarinho Pires disse...

Carlos, eu é que peço perdão, porque também não queria ferir a sua sensibilidade...
Mas tenho um problema com guilhotinas. Por fascinante que pareça a possibilidade de uma guilhotina acabar com a canalha, tem um problema prático que nunca vi resolvido: quem é que escolhe a canalha que merece perder a cabeça? Eu até agora só vi rufiões e filhos da puta a escolher e, mesmo com algumas cabeças más pelo meio, perdeu-se muita cabeça boa.
E tenho outro, mas já disse antes: o sangue faz-me impressão.
Será que não se consegue resolver o problema com manguitos e algum name calling?

Carlos disse...

Caro Manuel, como escrevi antes, lamento que a minha alusão à guilhotina o tenha incomodado. Mas, já agora, como é que interpreta esta expressão: «já me pareceu mais grotesco»? Ou esta (que não escrevi mas exprime a mesma ideia): «agora parece-me menos grotesco»? Uma ajuda: se eu escrever «já bebi mais água», assumirá que eu deixei de beber água?

(já agora: assumo que o seu problema com as guilhotinas é intermitente. um manguito, pois claro)

Manuel Vilarinho Pires disse...

Caro Carlos, a mim, a guilhotina continua a parecer-me tão grotesca como sempre me pareceu, e, sem me pretender meter nas suas preferências, que nem procurei interpretar nem julgar, especulo que partilhe comigo algum cepticismo relativamente à capacidade de escolher as más das boas cabeças.
E, além disso, o sangue faz-me mesmo impressão...

Ana Cristina Leonardo disse...

aqui não se guilhotina ninguém; mas já um par de galhetas e um bilhete de ida para a coreia do norte não me faz impressão nenhuma

Manuel Vilarinho Pires disse...

Por mim, está bem.
Mas, a um miúdo destes, qualquer "não te convido para a minha festa" deve provocar um pranto.
Ou então um momento de poesia...
http://youtu.be/iqqe9q6cI4Y

Ana Cristina Leonardo disse...

Manuel, não sei, não. Este "miúdo" se calhar manda mais do que a gente pensa. E é de pequenino que se torce o pepino, if you know what I mean

Manuel Vilarinho Pires disse...

Dizem-me que é um menino bonito do Paulo Portas, whatever it might mean...
Mas em democracia manda quem passa por uma prova de fogo: eleições. A democracia portuguesa está cheia de geniozinhos que parecem muito importantes mas não valem um chavo em eleições e, por isso, mandam muito menos do que parece: são os Carrilhos, os Vitorinos, os Pacheco Pereira deste mundo.
Este menino parece-lhe que ganha eleições? A mim, parece-me que não.
E mal não faz a ninguém esfregar-lhe com o curriculo nas trombas para lhe relembrar o seu próprio tamanho...

Carlos disse...

Ana,
apenas duas notas, em tom ligeiramente mais sério:
1) Porque me conheço e também porque não subestimo o que a natureza humana tem de mau, estou certo de que o deputado João Almeida, se estivesse a ser arrastado para a guilhotina ou para a forca, mais depressa poderia contar comigo para o defender do que com muita gente que agora lhe aperta a mão e o abraça.
2) Nos filmes de época, há muito a aprender com aquelas cenas em que alguém é enforcado: quando o corpo fica sem chão e as pernas ainda mexem, viram a cara para o lado muito impressionados muitos daqueles que apenas alguns minutos antes incitavam a execução e riam alarvemente.
C'est tout.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Caro Carlos, agora também num tom mais sério.
Mão tenho nenhuma razão para assumir que o ponto 2) deste seu último comentário me fosse implicitamente destinado, mas também não me passou despercebida a sua sugestão anterior que o meu problema com as guilhotinas é intermitente, que não comprova a assumpção, mas também não a desmente.
Pelo que, se ela é infundada, lhe peço perdão por me ter parecido plausível e por tê-la formulado mas, se tem fundamento, o convido a explicitar melhor o seu incómodo?

JM Correia Pinto disse...

Esta canalha do CDS ainda é do piorio...

Carlos disse...

Não, a referência à intermitência do seu problema com guilhotinas referia-se ao facto de ele apenas se ter manifestado em determinado momento desta caixa de comentários -- e isso não me susceptibilizou; pelo contrário: divertiu-me. O ponto 2 do meu comentário anterior, embora surja na sequência do que o Manuel escreveu, não se refere a si. Para saber se se lhe aplica ou não, tinha de o conhecer -- e, ainda assim, muito bem --, o que não é o caso: é tão-só uma constatação/evidência sobre a natureza de muitos humanos.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Boa tarde, Carlos.
Só agora percebi a razão da "intermitência", e agradeço o esclarecimento.
Mas o motivo de não ter comentado o primeiro louvor às guilhotinas não foi a intermitência, mas o facto de, quando vejo louvar guilhotinas, não eliminar à partida a hipótese de estar perante um psicopata, e eu preferir não entrar em discussão com psicopatas. Como não discuto com taxistas ex-comandos e saudosistas do Salazar "para endireitar isto".
Consigo, já discuti o suficiente para colocar de lado a hipótese de psicose e, consequentemente, não me coibir de comentar ou discutir o "louvor".
Bom fim-de-semana (e ponte, se não for funcionário público)! :-)