14/11/07

De como a Cóltura Pode Subir à Cabeça das Pessoas com Evidente Mau Resultado ou, Citando António Maria Lisboa, «Eu num Camelo a Atravessar o Deserto»

É de um provincianismo atroz pensar que só se qualifica a cultura mostrando o que é nosso. Isso é serôdio e provinciano, exclamou, indignada, a Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, uma mulher do mundo, supõe-se, apesar de só na década de 90 do século XX ter descoberto que Estaline fora um ditador sanguinário.
Descontada a falta de vocabulário visível na repetição dos termos «provincianismo» e «provinciano», pouco abonatória da responsável máxima da cultura nacional, e o facto de, apesar de ter estudado Eça, parecer ter esquecido os ensinamentos do mestre – o qual bem lembrou que «Por toda essa antiga Europa real, se vêem multidões de politiquetes e de politicões enflorados, emplumados, atordoadores, cacarejando infernalmente, de crista alta» –, gostaria de perguntar de que cosmopolitismo se reclama alguém que a última vez que foi vista montava um dromedário num dos paises mais serôdios da actualidade, a saber, a Arábia Sáudita, e que, além de serôdio, é também uma das ditaduras mais repressivas do planeta? Ou terá a senhora ministra aprendido o significado da palavra com esse milionário tão, tão cosmopolita que conseguiu fazer fortuna num terra onde nem brancos e pretos se podiam misturar?

7 comentários:

Rui Vasco Neto disse...

minha senhora, que mal lhe pergunte, mas na foto a ministra é a de cima, certo?
cumprimentos aspirínicos

rvn

Luis Eme disse...

Há alguma confusão no ar...

a ministra está a passear na Margem Sul onde também existem várias "ditaduras de gosto"...

(o camelo chama-se Lino e noutros tempos também adorou o staline...)

Anónimo disse...

Isto é humor negro do melhor! A ceninha lusitana está cada vez mais ridícula e deprimente:o Japão prepara-se para adjudicar obras de infra-estruturas na India, por cerca de 100 biliões de dólares; a Intel, a Dell e a Sony investem biliões em centros de Análise e Pesquisa Informática na China, Filipinas e Malásia;em flagrante e dolorosa comparação, a classe política portuguesa envolve-se em lutas fraticidas por causa de uns míseros 3 a 6 biliões para, com o laivo da corrupção subliminar e imperativa, tentar construir um novo aeroporto até ao ano de 2014. Estamos mesmo a ficar de rastos... com a ministra da Cultura a passear-se de camelo, sem guia nem kiefe,ao menos o Gilberto Gil fuma uns " charritos "... FAR

Ana Cristina Leonardo disse...

rui vasco neto, certo. ganhou uma entrada gratuita na exposição do Hermitage.
Luís, o Lino também é parvenu?! Oh céus, crescem das ervas...
FAR, não sei se isto é humor negro do melhor, mas que a coisa está preta, está

Unknown disse...

Lamento desiludir todos os presentes, mas a última aparição de N.º Sr.ª de Lima não foi montada naquele serôdio dromedário (sejamos rigorosos, por favor...), mas sim trajando um belo facto suado de algodão e licra numa reportagem que um canal de televisão nacional fez, mostrando a veia atlética da senhora.

Gostei particularmente de a ver a correr em cima de uma tapete, demonstrando que todo o seu (pouco) esforço nunca a conseguirá levar a lado nenhum - é necessário ter coragem para o admitir publicamente.

Já agora, uma achega: no ano passado, aquando do Congresso de Editores, a senhora desculpou-se de não poder estar presente devido a compromissos no estrangeiro (estar presente em Bruxelas para a apresentação de Guimarães, Capital Europeia da Cultura), mas acabou por aparecer nas notícas (ó santa ubiquidade!), por se ter reunido com os já esquecidos auto-encarcerados do Rivoli, no Porto.

Ana Cristina Leonardo disse...

nsl, obrigada por todos os seus prestimosos esclarecimentos, nomeadamente acerca dos últimos avistamentos da ministra. Quanto ao dromedário, confesso que "camelo" me dá imenso jeito por razões óbvias (acho que mudo no texto mas vou deixar na mesma o verso do António Maria Lisboa)

Anónimo disse...

Uma ideia suplementar: O ministro das Financas aparece hoje, 15/Nov, num ranking de homens políticos europeus realizado pelo Financial Times. Ainda nao vi de perto a coisa. O que eles nao imaginam, no entanto, é que os sucessivos ministros das Financas lusos, em ritmo ensurdecedor de rotatitividade, levaram 20 anos a cumprir leis e preceitos que Bruxelas,o FMI e a OCDE, lhe tinham prescrito e aconselhado. Aliàs, Ana Cristina Leonardo, se a coisa está assim tao preta, é devido à fraqueza estrutural de J.Socrates. Se ele soubesse o mínimo, tinha organizado um Conselho Económico e Social, com personalides relevantes de todos os quadrantes políticos. Punha tudo a funcionar, ia cativar os principes medio-orientais que teem os bolsos cheios de dinheiro. E que a sorte o ajudasse...Agora, com este governo de pesos-plumas, a coisa só tem tendência para se agravar. SchüSS! FAR