29/12/12

Sobre livros e assuntos correlativos

António Lobo Antunes não ganhou o Nobel. A quem isso possa interessar: Philip Roth também não. 
Face a este não-acontecimento, o balanço de 2012 será morno. 
Dito isto, livros, como chapéus, há muitos. Mas um balanço, ou mesmo um singelo balancete (é o caso), implica conclusões; não basta a matéria de facto, é preciso arriscar um veredicto. 
Cá vai o meu, pessoal, embora, espero, transmissível: a língua portuguesa anda a empobrecer muito (e, neste caso, a culpa não é do AO).
Lê-se grande parte dos novos autores, e a nossa “cabeça estremece com todo o esquecimento” das palavras.
É verdade que não é Maria Velho da Costa quem quer, mas de quem na actualidade se poderá dizer: “o maestro sacode a batuta”?
E outra dúvida: o que os levará a abraçar, maioritariamente, um realismo serôdio, tecendo tramas estéreis que nada acrescentam à “biblioteca de Babel”?
Que a Sistema Solar e o Aníbal Fernandes nos sirvam de consolo!

6 comentários:

Nuno Dempster disse...

Ouvi dizer que são filhos de oficinas de escrita, mas não devemos crer em gente malévola e invejosa.

fallorca disse...

É a tua aferição lá no jornal?
Bendita sejas, entre as que aferem
(sem doidói, claro)

RF disse...

Quando se refere aos novos escritores, refere-se a quem, afinal? Aos autores recentes que são propagandeados pelas grandes editoras (premiados ou não) - ou aos novos autores tout court, nomeadamente aos que vêem os seus originais rejeitados por aquelas editoras (e não só, também pelas pequenas) ou que pagam para terem em formato de livro textos que, porque não têm distribuição nem promoção nem críticas, ninguém lê (nem a senhora)?
Sem dúvida que as editoras que citou, a cujo rol se podem juntar outras mais antigas, como a Antígona e a & etc., merecem elogios pelas obras de qualidade que lançam no mercado luso. No entanto, cabe perguntar porque é que não apostam em novos autores nacionais de qualidade cujos projectos de escrita divergem dos da moda. Fico satisfeito por se poder ler Bataille em português, mas prefiro lê-lo no original (ademais, os exemplares são mais baratos). O que espero de editoras portuguesas de referência é que, antes de tudo, promovam valores das letras nacionais. O que vemos é que se confinam à publicação de autores estrangeiros consagrados e de amigos tugas.

Anónimo disse...

Os seus colegas do Expresso é que não concordam lá muito consigo. Uma série deles conseguiu fazer tops só com livros portugueses. Assim vai a pátria.

Anónimo disse...

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Táxi Pluvioso disse...

Já ser-se velho da costa não é mau, é sinal de vida da silva, mesmo sabendo do napalm do gaspar venho desejar um FELIZ ANO NOVO.