18/02/12

Propagandapolitik

... e logo depois de se saber que, Gaspar p'rá frente, Gaspar p'ra trás, as contas públicas somam prejuízos de cerca de 1,5 mil milhões de euros, mais 38,5% do que em 2110, o ministro Relvas vem anunciar ao povo que os governantes não têm direito a cartão de crédito nos ministérios.


Se isto fosse um país a sério, a malta dizia-te onde podias meter o cartão de crédito...

4 comentários:

Manuel Vilarinho Pires disse...

Ó Ana, agora fiquei perdido...
Eu, que desta vez até votei no governo, mas não me coíbo de ir dizendo o que considero mau, irrelevante ou demagógico, não consigo entender o alcance ou a ligação entre as duas notícias?

O anúncio do cartão de crédito até podia ser demagógico, o homem podia sugerir que podiam permitir abusos aos anteriores governantes, mas nem é, porque ele até diz que nem podiam ser considerados um complemento de remuneração e que a medida é apenas simbólica.

Relativamente aos prejuízos das empresas públicas, a única forma de os evitar seria, ou pagar as dívidas que as esmagam com juros (mas com que dinheiro?) ou, então, despedir aquela malta toda, porque aumentos de preços podem não ser suficientes, até porque fazem perder clientes.
Por bonito que fosse ver a politica sobrepôr-se à economia, e eleger um ministro que fosse contra os prejuízos seria suficiente para os extinguir, os prejuízos só acabam através de medidas que permitam ganhar mais do que se gasta, e, essas, são as que enumerei, só fazendo sangue (despedimentos).
Depois, é um daqueles insucessos que se conseguem facilmente justificar com a pesada herança do(s) governo(s) anterior(es), sem necessidade de recorrer a expedientes demagógicos para desviar as atenções...

Pelo que me escapa aqui alguma coisa, mesmo dando de barato que não simpatize com o ministro Relvas?

PS: Já agora, e um bocado, mas não completamente, ao lado, é curioso que todos os governos arranjam um chico-esperto que polariza a irritação das oposições, que o consideram tenebroso... Neste, calhou ao ministro Relvas (no anterior era o de malhar na reacção, no tempo do Guterres era o Coelho, que me lembre agora...).

luis reis disse...

Pá atão sa gente puser na rua aquela corja pá tá tudo resolvido pá.Pá mas commé quem é que paga á corja para a por a andar ?Pá e contratar sergeis não?Mas esses já se piraram lá para as ucranias....dass e eram tão baratinhos.o camarada mota da engil é que sabe pimba fica com a cp carga tás a ver? o lombo!!!será que tem sangue?ui a mim arrepia-me tanto o dito cujo.bem vou almoçar umas favas acaralhadas...

jaa disse...

Eu também não percebo bem a ligação mas, assumindo que se pretende dizer que os valores associados ao cartão de crédito são irrelevantes (ou irrelvantes?), só posso estranhar. Há aquela coisa de dar o exemplo (ignorada e justamente criticada no caso dos livrinhos de 120 euros) mas a verdade é que os valores não são assim tão baixos. Pelo menos a mim davam-me muito jeito quatro ou cinco mil euros por mês acima do ordenado. Diabos, davam-me muito jeito quatro ou cinco mil euros por mês como ordenado.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/saco-azul-paga-a-ministros

Manuel Vilarinho Pires disse...

Nunca fui governante, mas já tive muitos cartões de crédito atribuídos pela empresa.
Os cartões são atribuídos para pagar despesas profissionais que, mesmo sem cartão, seriam pagas pela empresa. Coisas como refeições em serviço (com clientes) ou em deslocação, ou estadias nos hotéis que não têm um contrato com a empresa para lhe enviar as facturas para pagamento posterior, ou alterações em viagens (normalmente as passagens e estadias são previamente adquiridas pelos serviços das empresas).
O pagamento com cartão não dispensa a empresa de ter que arquivar as facturas na contabilidade, de modo que as despesas têm exactamente a mesma rastreabilidade que as que são pagas por outros meios.
As despesas pessoais que eventualmente tenham sido pagas com o cartão têm de ser identificadas e são posteriormente descontadas no vencimento.
Como não se podem fazer despesas pessoais, não se ganha um tusto em andar com um cartão de crédito, mesmo que de plafond ilimitado. Eu, aliás, nunca soube o plafond de nenhum cartão de crédito de empresa que tivesse atribuído.
Mas é muito mais prático e tem menos riscos do que o sistema anterior, em que a empresa mandava alguém comprar divisas ao banco para adiantar aos funcionários que viajavam, que depois tinham de devolver as que sobravam.
Não sei se os cartões atribuídos aos ministros tinham regras semelhantes a estas, mas acredito mais facilmente que sim, do que não.
Não é essa a visão do Correio da Manhã, mas eu filtro muito o que leio no Correio da Manhã, separando o que são factos (que acredito que normalmente sejam fundamentados) do que são interpretações (que normalmente não são).
A história dos cartões de crédito já deu, aliás, ao ex-ministro Santos Silva uma oportunidade de fazer figura. Disse que fez pagamentos de, em média, 147€ por mês, com o cartão que tinha plafond de 10.000€.

http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=2323939