Embora a contragosto, devo confessar: enganei-me! As notícias vindas a público acerca do facto de o camarada Jorge Messias, cronista do PCP, não gostar de judeus são manifestamente exageradas, como bem explicou, aliás, Jerónimo de Sousa: “Nós gostamos de toda a gente, excepto do Drº Mário Soares” (citação apócrifa).
Tudo começou quando Messias resolveu rivalizar, nas páginas do “Avante”, com Dan Brown e José Rodrigues dos Santos.
“A rede conspirativa que se vai instalando na terra tem claramente origem em formações capitalistas proclamadamente religiosas. Basta olhar-se para o esquema organizativo que vai chegando ao conhecimento público para nele se reconhecer a mãozinha sinuosa dos jesuítas e dos illuminati maçónicos”, escreveu logo a abrir.
No intuito de corroborar a sua tese, o cronista ignorou As 7 Profecias Maias, As Profecias de Nostradamus, o Manual Prático do Vampirismo (Paulo Coelho), ou mesmo The Threat Revealing the Secret Alien Agenda, do conceituado especialista em raptos alienígenas David Michael Jacobs, preferindo fundamentar-se no Protocolos dos Sábios de Sião.
Os judeus — que, desde que lhes aconteceu o que lhes aconteceu, se tornaram, vá lá saber-se porquê, sensíveis a certos temas — resolveram vir lembrar duas coisas.
Uma delas, sabida pelo menos desde 1921 (Jorge Messias ainda não teria nascido…), é que os Protocolos… são uma refinada treta, criação da polícia secreta do Czar Nicolau II para liquidar certos problemas internos; uma espécie de “arma de destruição maciça” avant la lettre.
A segunda é que, enquanto “arma de destruição maciça” a coisa resultou muito bem, com Hitler a citá-los no Mein Kampf e a usá-los como (mais um) pretexto para a “Solução Final”.
Assim sendo, termino apenas com um conselho a Jorge Messias: a próxima vez que quiser explicar o estado do mundo aos leitores do “Avante”, é preferível ficar-se pelo conceito de “luta de classes”.
Será um conceito problemático, mas Marx (outro judeu, caraças!) já não está entre nós para lhe dar chatices.
Tudo começou quando Messias resolveu rivalizar, nas páginas do “Avante”, com Dan Brown e José Rodrigues dos Santos.
“A rede conspirativa que se vai instalando na terra tem claramente origem em formações capitalistas proclamadamente religiosas. Basta olhar-se para o esquema organizativo que vai chegando ao conhecimento público para nele se reconhecer a mãozinha sinuosa dos jesuítas e dos illuminati maçónicos”, escreveu logo a abrir.
No intuito de corroborar a sua tese, o cronista ignorou As 7 Profecias Maias, As Profecias de Nostradamus, o Manual Prático do Vampirismo (Paulo Coelho), ou mesmo The Threat Revealing the Secret Alien Agenda, do conceituado especialista em raptos alienígenas David Michael Jacobs, preferindo fundamentar-se no Protocolos dos Sábios de Sião.
Os judeus — que, desde que lhes aconteceu o que lhes aconteceu, se tornaram, vá lá saber-se porquê, sensíveis a certos temas — resolveram vir lembrar duas coisas.
Uma delas, sabida pelo menos desde 1921 (Jorge Messias ainda não teria nascido…), é que os Protocolos… são uma refinada treta, criação da polícia secreta do Czar Nicolau II para liquidar certos problemas internos; uma espécie de “arma de destruição maciça” avant la lettre.
A segunda é que, enquanto “arma de destruição maciça” a coisa resultou muito bem, com Hitler a citá-los no Mein Kampf e a usá-los como (mais um) pretexto para a “Solução Final”.
Assim sendo, termino apenas com um conselho a Jorge Messias: a próxima vez que quiser explicar o estado do mundo aos leitores do “Avante”, é preferível ficar-se pelo conceito de “luta de classes”.
Será um conceito problemático, mas Marx (outro judeu, caraças!) já não está entre nós para lhe dar chatices.
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