A Europa, que negou à Turquia a entrada na União (eram pretos, eram árabes, cheiravam mal), que negociou cordões de segurança com a Líbia para conter a imigração ilegal (eram pobres, eram porcos, falavam alto) manifesta agora a sua comoção perante um povo que se levanta pela liberdade e pela justiça, nas palavras meigas de Rompuy.
De um dia para o outro fechamos a tenda, espantamos os camelos e mandamos o líder carismático para a puta que o pariu. A festa estava boa mas há um povo que se levanta, Muamá. E quando um povo se levanta, a Câncio desperta de seis anos de anestesia realista e já não há nada a fazer. Quando um povo se levanta limpamos o pó aos valores e a senhora Muznik discorre sobre os riscos do fundamentalismo islâmico. Quando um povo se levanta a nossa direita liberal-salazarista incha de virtudes democráticas e recorda Chávez, Fidel Castro e Erdoğan mas esquece, porque estão tão longe, Berlusconi ou Sarkozy.
Ah, isto vai soar lindamente nas ruas do Cairo e nos arrabaldes de Tripoli. A Europa dos direitos, a Europa dos princípios, a Europa que lhes cerrou fronteiras, que lhes mimou os vergudos, que os fodeu com punhos de renda enquanto estavam prostrados agora levanta-se para os aconselhar.
Ajuda-te a ti próprio e todos te ajudarão, dizia Nietzche. Vai aprendendo, Abdul.
24/02/11
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
EM REDE
- 2 dedos de conversa
- A balada do café triste
- A causa foi modificada
- A cidade das mulheres
- A curva da estrada
- A dança da solidão
- A rendição da luz
- A revolta
- A terceira via
- A única real tradição viva
- Abrasivo
- Agricabaz
- Agua lisa
- Albergue espanhol
- Ali_se
- Amor e outros desastres
- Anabela Magalhães
- Anjo inútil
- Antologia do esquecimento
- Arrastão
- As escolhas do beijokense
- As folhas ardem
- Aspirina B
- ayapaexpress
- Azeite e Azia
- Bibliotecário de Babel
- Bidão vil
- Blogtailors
- Casario do ginjal
- Centurião
- Church of the flying spaghetti monster
- Ciberescritas
- Cidades escritas
- Cinco sentidos ou mais
- Claustrofobias
- Coisas de tia
- Complicadíssima teia
- Contradição Social
- Dazwischenland
- De olhos bem fechados
- Dias Felizes
- Do Portugal profundo
- Duelo ao Sol
- e-konoklasta
- e.r.g..d.t.o.r.k...
- Enrique Vila-Matas
- Escola lusitânia feminina
- Fragmentos de Apocalipse
- Governo Sombra
- Helena Barbas
- If Charlie Parker was a gunslinger
- Illuminatuslex
- Incursões
- Instante fatal
- Intriga internacional
- João Tordo
- Jugular
- Klepsydra
- Last Breath
- Ler
- Les vacances de Hegel
- Letteri café
- LInha de Sombra
- Mãe de dois
- Mais actual
- Malefícios da felicidade
- Manual de maus costumes
- Metafísica do esquecimento
- Mulher comestível
- Nascidos do Mar
- Non stick plans
- O Declínio da Escola
- O escafandro
- O funcionário cansado
- O jardim e a casa
- O perfil da casa o canto das cigarras
- Obviario
- Orgia literária
- Paperback cell
- Parece mal
- Pedro Pedro
- Porta Livros
- Pratinho de couratos
- Raposas a Sul
- Reporter à solta
- Rui tavares
- S/a pálpebra da página
- Se numa rua estreita um poema
- Segunda língua
- Sem-se-ver
- Sete vidas como os gatos
- Shakira Kurosawa
- Sorumbático
- Texto-al
- The catscats
- There's only 1 Alice
- Tola
- Trabalhos e dias
- Um dia... mais dias
- Um grande hotel
- We have kaos in the garden
4 comentários:
Sou citado em stereo. Que maravilha.
Reparem na quantidade de condecorações que o imbecil se auto-atribuiu a ele próprio.
(No meu tempo tinha que se 'trabalhar a sério' para ter uma ou duas. Eu tenho 3, um dos meus irmãos tem cinco.)
Akilo são os 'lacinhos' que substituem a verdadeira medalha (bem maior) na "farda menor".
É só gente fina!
A AlJazeera está a dixer que os dois dirigentes da oposição iraniana "desapareceram", e os dois putos que iam ser enforcados por serem 'bichas' também.
Naice à brava, f.d. p.'s de padrecas, religião mais reaccionária não deve haver...
:(
Enviar um comentário