07/09/10

Posso não perceber nada de leis mas não serei completamente desprovida: ou há moralidade ou comem todos, eis a mensagem de Carlos Cruz

200 nomes. E não faz a coisa por menos.
A propósito, um texto com pés e cabeça que já começo a ficar farta de tanto choradinho sobre os perigos da justiça portuguesa bater aos pontos a da Coreia do Norte.

«Depois das lamentáveis e desastradas prestações televisivas dos últimos dias de Carlos Cruz e do seu advogado, o ex-apresentador de televisão parece agora disposto a avançar com outros meios para lançar a dúvida na opinião pública sobre a sua condenação.
A sua estratégia tem passado por várias fases: numa primeira fase clamou inocência com base no completo desconhecimento dos factos que lhe eram imputados ou se suspeitava ter praticado. Manteve-se nesta estratégia, mesmo depois de ter sido preso, até terem começado a circular publicamente depoimentos que o incriminavam.
Numa segunda fase, que parece ter começado na instrução e prevalecido durante todo o julgamento, a sua defesa preocupou-se fundamentalmente com a exibição de factos que pudessem contrariar ou pelo menos pôr em dúvida as provas incriminatórias. Daí a repetida alegação de que os factos imputados não estavam fundamentados.
Numa terceira fase, que parece ter começado imediatamente após o julgamento e que ontem já foi muito notória no programa “Prós e Contras”, a defesa parece basear-se na seguinte pergunta: “Então, se é assim, porquê só eu?”.
Esta é sem dúvida a estratégia que poderá colher mais aplauso junto da opinião pública e que mais problemas pode trazer aos poderes constituídos, a todos sem excepção. Sendo inequívoca a existência de múltiplas violações e de abusos sexuais sem conta, dezenas, centenas (...), é óbvio para toda a gente que o número de prevaricadores terá de ultrapassar em muito a meia dúzia de condenados do "Processo Casa Pia”.
Se é certo que relativamente a muitos o crime já prescreveu ou já se extinguiu o procedimento criminal por morte dos presumíveis culpados, não será menos verdade que relativamente a muitos outros tudo continua ainda sendo possível. E é essa questão que Carlos Cruz verdadeiramente promete reavivar quando, com aparente ingenuidade, a invoca em sua defesa. Aparentemente, Carlos Cruz quer dizer que a inconsistência da prova com base na qual foi condenado é tão evidente que a existência de provas idênticas produzida no processo não serviu sequer para processar mais ninguém, quanto mais para fundamentar outras condenações.
Realmente, o que Carlos Cruz quer dizer é que se os factos que serviram de prova e fundamento para a sua condenação são assim tão relevantes, muitos outros, além dele, terão igualmente de ser condenados por existir nos autos prova da mesma consistência relativamente a eles.
E com esta estratégia, verdadeiramente arriscada, mas também ditada por aquela coragem de quem já não tem nada a perder, ele sabe que pode conseguir uma de duas coisas: ou ganhar ou criar um problema de proporções incalculáveis de muito difícil solução.
Ou seja, para além da estratégia objectivamente prosseguida visando a prescrição do processo, vai agora ser posta em prática uma outra que aponta claramente para a absolvição por “conveniência prática”…»
Post roubado aqui.


E já agora que estou em maré cleptomaníaca, também valerá a pena ler isto:
«(...) num processo desta natureza, tendo em conta o tipo de crimes que estavam a ser julgados, a prova, nomeadamente a que vai para além da existência do facto, se faz — salvo situações excepcionais — mediante recurso a testemunhos. E que a prova testemunhal é livremente apreciada pelo tribunal: o juiz forma a sua convicção tendo em conta todos os elementos juridicamente relevantes. E a melhor doutrina até entende que o juiz (seja individual ou colectivo) do processo, salvaguardados os princípios do Estado de direito, dispõe de um poder discricionário na avaliação dos testemunhos, inalterável na sua concretização, pela proximidade e especial situação em que se encontra perante os factos. (...) E também é bom que se diga que a concordância dos depoimentos pode não ser suficiente para formar a convicção do julgador, assim como a sua eventual divergência o não impede de a formar com base naquele que considera mais credível. Pode haver erros: avaliações deficientes ou interpretações erradas. O que não pode é haver condenação com dúvidas: se o juiz tiver dúvidas, não condena; se não tiver, condena.

7 comentários:

via disse...

esse argumento de "porquê só eu" e o tempo de antena dado a um pedófilo condenado, para se poder defender quando teve seis anos para o fazer com os melhores advogados dá vontade de rir. só permitido num país onde a suspeita sobre todos é real, ele aproveita-se disso. se todos somos suspeitos então ninguém pode julgar ninguém! Lá dizia o kant que sem leis firmes e pessoas firmes que as apliquem não há liberdade nem justiça.Viva o kanT, viva a filosofia! morra a pedofilia (de morte cansada, de morte matada)

lidiasantos almeida sousa disse...

Só me comecei a interessar por esta caso há pouco tempo e apenas por curiosidade em relação a Catalina Pestana. Procurei saber quem é esta mulher e depois de muitas tentativas li uma declaração sua sobre GRAU 7. Como 7 são os arguidos da Casa Pia, escrevi no google GRAU 7 - CATALINA PESTANA. Apareceu-me uma entrevista de 13/10/2007 dada ao semanário SOL, feita pela Felicia Cabrita. Descobi que por detrás de uma "AVÓZINHA DE MENINOS" há uma pessoa completamente diferente, Descreve a sua infância o seu treino em conspirações para enganar a PIDE e mais curioso o seu casamento hippie num grupo de 13 pessoas para experimentar um novo conceito de familia. Fiquei curiosa de saber quem era o marido e depois de muitas tentativas escrevi QUEM É O MARIDO DE CATALINA PESTANA? Apareceu outra parte da entrevista, onde ela a sua conversão ao catolicismo a sua grande amizade com Paulo Pedroso, e milagre o telefonema de Bagão FELIX a convida-la para Provedora da Casa Pia. Aceitou depois de se aconselhar com Paulo Pedroso e de exigir a este que não houvesse arremesso politico. Já preso o Silvino, o seu ajudante agora já conhecido o nome Francisco GUERRA, pede-lhe para ser o substituto do ex-chefe. Diz-lhe que não pois só tem 17 anos e aí começa a "grande confissão" que leva à constituição, de Cruz, Pedroso e outros a serem arguidos. A sua amizade com PEDROSO já não lhe é conveniente. Mas mais importante é ela dizer que tem uma lista de abusadores poderosos que está entregue a pessoa de sua confiança para ser divulgada dentro de 25 anos, pois nessa altura já cá não está. Parece que os argumentos do CRUZ COINCIDEM COM ESTA ENTREVISTA. Veremos quanto tempo temos de esperar pelo acordão para o processo poder ser divulgado no tal site. Depois de ter escrito isto tudo que talvez já seja do vosso conhecimento peço que publiquem para compensar o meu esforço de dizer isto. Obrigada.

Anónimo disse...

Só mesmo o fanatismo e o medo de uma verdadeira justiça pode explicar afirmações como as que acabo de ler. Não recomendo nada, nem nenhum livro, nem nenhum site. Recomendo bom senso e raciocínio e análise do que tem vindo a público. Então depois são livres de asneirar e mandar bitaites.

Ana Cristina Leonardo disse...

Anónimo, aqui na pastelaria somos livres, antes e depois. Mas gostei dos seus bitaites

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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