27/06/10

Fish and chips, perdão, scutes e chipes embora o assunto não me interesse por aí além

Scutes lembra-me escuteiros e chipes, claro, batatas fritas. O assunto, apesar de não ter a certeza de poder chamar assunto às batatas fritas, não me interessa por aí além. Como diria Benchley.
Fazendo, contudo, um esforço de descentramento cívico, estou disposta a apostar que nas análises profundas que se farão ouvir após as próximas eleições legislativas (digo já que não arrisco datas…) a coisa será dada como a gota de água que fez cair José Sócrates.
De facto, a embrulhada é de monta. Promete-se a uns dinamarqueses que a gente não conhece de lado nenhum um negócio da China em Portugal. Como Portugal fica mais perto, os dinamarqueses, que também não nos conhecem de lado nenhum, aceitam sem saber no que se metem.
O assessor de um secretário de Estado chega mesmo a despedir-se do cargo para representar voluntariamente os escandinavos no nosso país, arriscando-se, afinal, a ir engrossar as filas do Fundo de Desemprego onde, como se sabe, dada as restrições impostas pela crise, já não há ninguém para servir salmão.
Ao desemprego terá, pois, o pobre assessor de somar o deficit de ómega 3, o que evidentemente resultará numa diminuição acentuada do seu bom colesterol, facto sobremaneira injusto dado Pedro Bento ser rapaz ainda jovem e para mais empreendedor, que é do que este país mais precisa como bem disse Cavaco Silva, cujo antigo governo by the way também terá caído por causa de umas portagens na ponte 25 de Abril, o que não deixa de denunciar um curioso padrão no comportamento político dos portugueses que já terá sido com certeza analisado pelo sociólogo Boaventura de Sousa Santos.
E tudo isto porque alguém decidiu que só a região norte passaria a pagar portagens. Os tipos da região norte ficaram naturalmente chateados (eu também ficaria, mesmo se o assunto não me interessa por aí além…) e garantem que ou há moralidade ou comem todos. Parece que vão todos comer pela medida grande. Mas, por enquanto, sem chips nem fish.
Entretanto, na Dinamarca, um pescador de salmão, entediado enquanto esperava pela passagem dos peixes, decifrou a sigla SCUT (SEM CUSTO PARA O UTILIZADOR), que até aí pensava ser uma variante portuguesa de salsichas.
Incrédulo, telefonou ao seu conterrâneo (e novo empregador do ex-assessor do secretário de Estado Paulo Campos), que ficou tão surpreendido como ele, e depois foram os dois beber umas Carlsberg, provavelmente a melhor cerveja do mundo.

2 comentários:

fallorca disse...

Na maior; tavas inspirada, oh lingras *

Ana Cristina Leonardo disse...

Fallorca, uma rapariga esforça-se e depois como o texto não fala de orgasmos nem do saramago ninguém o comenta