04/02/10

Calhandrice, privacidade e... cambalhotas

No mesmo momento em que o PS (ou, pelo menos, alguns dirigentes do PS – confesso que esta parte me deixa algo confusa) vem propor que as contas de TODOS os portugueses contribuintes fiquem disponíveis ao público – o que é, incontestavelmente, uma tentativa de elevar a CALHANDRICE à condição de arte suprema – outros dirigentes (não sei se coincidentes ou não mas entre os quais consta seguramente o actual ministro da defesa – que apareceu fardado a preceito, forte e feio, a molhar na sopa, coisa que, aliás, já em tempos havia confessado ser um dos seus desportos favoritos)
e peço desculpa por o parágrafo ir tão longo, mas é que esta porra da CALHANDRICE sempre me irritou e não é de hoje…
dizia, pois,
enquanto uns tentam elevar a CALHANDRICE à condição de arte suprema propondo que as declarações de rendimentos de TODOS os portugueses fiquem disponíveis online, outros, que podem ou não ser os mesmos, desataram a invocar o princípio da PRIVACIDADE na tentativa de desvalorizar uma alegada conversa tida num restaurante na qual, entre outros protagonistas, aparece metido ao repasto – e porque será que não ficamos surpreendidos? – o primeiro-ministro em exercício.
E digo “em exercício” porque não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe.
Dado que não almoçavam em casa mas sim em local público, e dado que falaram suficientemente alto para que outros comensais pudessem registar o teor da referida, não se percebe porque raio vêm agora invocar a PRIVACIDADE com o fito de rebaixar afirmações que ainda não vi ninguém desmentir, nem sequer o director de programas da SIC, Nuno Santos, que se limitou a explicitar que “a conversa não se passou da forma como é descrita” não percebendo eu porque é que ninguém lhe pergunta se quanto ao “conteúdo”, e não à forma, é ou não verdade que José Sócrates se referiu ao Crespo como um problema a solucionar.
Sobre este assunto da CALHANDRICE versus PRIVACIDADE, de momento, a única coisa que me ocorre é fazer minhas as palavras (um pouco gongóricas, é verdade…) que um condómino anónimo (e repare-se, já agora, como“condomínio” passa a metáfora na proposta calhandreira de Jorge Strecht Ribeiro e depois "psicótico" é o outro...),
... dizia
resta-me fazer minhas estas palavras afixadas no elevador do prédio de um amigo. Reproduzo.

«Lamento referir-me a um assunto tão íntimo vosso, mas é por este acabar por ser tão íntimo que vos alerto.
Todos gostamos de dar uma boa “cambalhota”, é natural. Todavia é importante ter consciência se o condomínio “assiste” a tal acto tão privado. A verdade é que “assiste”! Não visualmente, é óbvio, mas a barulheira que é feita no árduo desempenho do acto, certamente acordaria qualquer morto que estivesse num cemitério próximo.
Confesso que os gemidos femininos incomodam, incomodam muito, ritmados com sons diversos e misturados com gritos e alusões a Deus!!!!! Isto durante horas… só quando acabam os gemidos se ouvem vozes e, aí sim, uma forte e masculina.
Não será preciso ser engenheiro para se perceber que os ruídos e as vibrações estruturais são os mais difíceis de isolar e os mais incomodativos. Se ainda a isto juntarmos alguns gritos de prazer e algumas alusões a Deus, a situação torna-se de facto insustentável.
Portanto, a sugestão vai de imediato: a utilização de um osso na boca da senhora, morda-o com força mas por favor não berre, passem a dar a “cambalhota” no chão, tendo a preocupação da contenção nos já referidos gritos e alusões.
Dêem as “cambalhotas” que tiverem de dar, mas, por favor, deixem-me dormir. Começo a perder a sanidade mental e espero não saber nunca qual a habitação!
Assinado: um vizinho desesperado.»
Se trocarem "cambalhotas" por "almoço" acho que percebem onde quero chegar.

1 comentário:

fallorca disse...

«...ritmados com sons diversos e misturados com gritos e alusões a Deus!!!!!» quando a fé nos invade não olha a calandrices, essa é que é essa