01/05/09

A ética, esse empecilho [a incluir na série homens de quem gosto muito]

«Face às críticas dos pais que acusam os inspectores do ME que inquiriram alunos da Secundária de Fafe acerca de uma manifestação contra a ministra de terem utilizado, nos interrogatórios dos jovens, métodos "absolutamente inconcebíveis depois do 25 de Abril" e os terem incitado a acusar e denunciar os seus professores, defende-se a Inspecção-Geral da Educação dizendo que tudo o que fez foi "legal".
Juntamente com o "cumprimento de ordens", a "legalidade" sempre foi (foi-o em momentos sórdidos do século XX e continua a sê-lo) a explicação mais à mão para justificar o injustificável. Como se só o que é ilegal fosse condenável. Os inspectores do ME terão contudo lido Jellinek na Faculdade e saberão que o direito é apenas o "mínimo ético" (e conhecendo nós quem faz as leis, podemos ter uma ideia de quão eticamente mínimo é esse mínimo…).
Ora talvez a um ministério da "Educação" seja exigível, nas relações com escolas e com jovens, um pouco mais ― a não ser que no Ministério se esteja em greve à ética ― que o cumprimento de serviços mínimos éticos. Mas, se calhar, sou eu que estou a ver mal a coisa.»
* A imagem do Miller's Crossing (História de Gangsters, em português) é só porque além do Gabriel Byrne estar lindo nesse filme e de o Albert Finney ser um actor do caraças eu achar que os irmãos Cohen são responsáveis pela melhor história sobre ética jamais passada ao cinema.

1 comentário:

Manuela disse...

Tens razão no comentário e na imagem...!!! Yes!!!