Não, não é uma nova coligação. É uma geografia que acompanha Lisboa, cidade durante anos acusada de viver de costas para o rio e que, ao ritmo de construção que se vê por aí, vai acabar a viver sem vista de rio. Entretanto, rebentou o petardo (noutro país talvez fosse uma bomba, mas em Portugal somos de brandos costumes...) do convite a José Miguel Júdice, mandatário de António Costa para a Câmara, para gerir o projecto de revitalização da zona ribeirinha. O advogado já fez saber que aceita e que trabalhará gratis. Sorte de quem pode trabalhar gratis. Eu cá, por exemplo, se fosse convidada, não podia. Mas a questão não é essa: é que, como bem se sabe, à mulher de César não basta ser séria, é preciso também parecê-lo. E quem não quer ocupar o lugar da mulher de César, não se mete em trabalhos. Nem mesmo se forem gratis. Até porque como também diz um ditado, embora mais moderno, não há almoços desses.
PS: E não venham com argumentos de modernismo attardé para justificar a «revitalização», que nós não somos saloios
6 comentários:
se o meu mundo fosse perfeito, eu trabalharia sempre grátis ;)
e quem sabe, depois, alguém me pagasse para eu descansar.
passe o evidente oportunismo de ocasião, até acredito na gratuitidade de júdice.
e estou como o comentador anterior. também imaginava que o meu trabalho, aquele que fazia por vontade e vocação iria ser todo oferecido, vivendo eu de outro trabalhito qualquer. mas entretanto percebi que mais valia vendê-lo, porque o «outro qualquer» me tirava tempo do que eu queria mesmo fazer...
Eu também até acredito. Mas não é isso que está em causa. É que até esta coisa da política tem regras, embora às vezes não pareça.
pois, ana cristina, tem regras, apesar de toda a gente continuar a fingir que somos todos muito amigos uns dos outros e por isso podemos sempre fazer o que nos apetece.
eu não acredito na ingenuidade do Júdice. É ex- tanta coisa... ex-militante do Partido do Progresso (extrema-direita) de 1974, ex-membro do famigerado MDLP do Spínola...
Vai empurrando a sua História com a barriga ...
caro anónimo (nem um nomezinho, mesmo falso?), falei em gratuitidade, não em ingenuidade
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