Nem a ortografia do teu nome te respeita sobre o
mármore.
Sem uma lua acesa pelos infinitos espelhos do céu,
sem uma única estrela de silêncio e ouro e
nostálgica luz,
levaram-te para longe das cidades,
para longe dos amigos cujo coração venerava as tuas
altas rosas incandescentes,
quando pela noite crescia uma vertigem,
um fogo que te consumia,
no regresso do desesperado amor.
mármore.
Sem uma lua acesa pelos infinitos espelhos do céu,
sem uma única estrela de silêncio e ouro e
nostálgica luz,
levaram-te para longe das cidades,
para longe dos amigos cujo coração venerava as tuas
altas rosas incandescentes,
quando pela noite crescia uma vertigem,
um fogo que te consumia,
no regresso do desesperado amor.
A Senhora dos Aflitos beija três vezes a tua fronte
debaixo da terra.
Um coro de vozes apaga-se lentamente na
penumbra das catedrais.
Secam as flores que o vento deixou à tua volta,
e já não tens filhos,
irmãos,
nada, ninguém,
apenas este rosto quebrado,
esta voz muito perto do mar.
Mas tu não ouves, não respondes, não tocas os
nossos ombros com os teus sinais.
Onde estás?
Que estranho idioma gravaste nesta pele ao abandono,
que mágoa, que saudade batendo na alma, nas suas
águas profundas,
na sua desgraça?
Nós, os que te amámos,
não sabemos dizer quantas lágrimas nos golpeiam,
de repente,
nas sombrias ruas de um bairro.
Pó ao pó, cinzas às cinzas, disseram um dia.
Hei-de ser sepultado no ar, disseste tu, como se
arrancasses os cravos da tua cruz.
E agora esperamos sempre por ti,
mas os teus passos já não ecoam nestes labirintos
onde vamos deixando a vida.
É triste a canção que perdeu as suas palavras
e sobre os dias chove.
Os teus pássaros negros abrem as asas e partem.
É noite outra vez.
debaixo da terra.
Um coro de vozes apaga-se lentamente na
penumbra das catedrais.
Secam as flores que o vento deixou à tua volta,
e já não tens filhos,
irmãos,
nada, ninguém,
apenas este rosto quebrado,
esta voz muito perto do mar.
Mas tu não ouves, não respondes, não tocas os
nossos ombros com os teus sinais.
Onde estás?
Que estranho idioma gravaste nesta pele ao abandono,
que mágoa, que saudade batendo na alma, nas suas
águas profundas,
na sua desgraça?
Nós, os que te amámos,
não sabemos dizer quantas lágrimas nos golpeiam,
de repente,
nas sombrias ruas de um bairro.
Pó ao pó, cinzas às cinzas, disseram um dia.
Hei-de ser sepultado no ar, disseste tu, como se
arrancasses os cravos da tua cruz.
E agora esperamos sempre por ti,
mas os teus passos já não ecoam nestes labirintos
onde vamos deixando a vida.
É triste a canção que perdeu as suas palavras
e sobre os dias chove.
Os teus pássaros negros abrem as asas e partem.
É noite outra vez.
José Agostinho Baptista, Afectos, Assírio & Alvim
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