31/07/22

ESPECIALISTAS DA ONU DISPONÍVEIS PARA SE DESLOCAREM À PRISÃO DE OLENIVSKA

Com a Rússia e a Ucrânia a acusarem-se mutuamente da morte de mais de 50 prisioneiros ucrânianos detidos pelas tropas russas na região de Donetsk, o porta-voz adjunto de António Guterres ja´fez saber que «estamos prontos para enviar uma equipa de especialistas capazes de conduzir uma investigação com a autorização das partes».

Ver para crer, como São Tomé. 


OS ESTRATEGAS DO NOSSO DESCONTENTAMENTO QUE NOS HÃO-DE LEVAR AO FUNDO


Portanto, das duas uma: ou visita Taiwan de surpresa e a guerra EUA/China ganha uma dimensão que ninguém arrisca qual será, ou não visita Taiwan e evita o confronto com Pequim. Seja qual o for o fim da novela, no fim ganha a China. 

Ou seja: isto não são estrategas, minhas senhoras e meus senhores, isto são crianças a brincar com fósforos no meio de uma floresta a arder!

30/07/22

AS ÚLTIMAS DA GUERRA POR HOJE QUE AMANHÃ INFELIZMENTE HÁ MAIS

Zelensky apelou este sábado à população para que abandone a região de Donetsk, palco de violentos combates: «Foi tomada uma decisão governamental sobre a retirada obrigatória da região de Donetsk. Por favor, abandonem a região. Neste estádio da guerra, o terror é a principal arma da Rússia»

A Rússia convidou especialistas da ONU e da Cruz-Vermelha a investigarem as circunstâncias da morte de dezenas de prisioneiras de guerra ucranianos na prisão de Olenivka, declarou o ministério russo da Defesa. Acrescenta o comunicado que a iniciativa foi tomada, «no interesse da condução de uma investigação objectiva».

A Gazprom anunciou a suspensão de fornecimento de gás russo à Letónia.


ALGUÉM QUE EXPLIQUE AO ORBÁN QUE A PRINCIPAL RAZÃO PORQUE O RACISMO É INACEITÁVEL É PORQUE NÃO EXISTEM RAÇAS HUMANAS

Depois da enxurrada de críticas, o primeiro-ministro húngaro reiterou que não quer misturas. Mas só as culturais e civilizacionais.  De resto, podemos ter olhos castanhos. Demasiada melanina, pessoalmente já não garanto. 

E assim vamos, no ano da (des)graça de 2022 do século XXI. 

E PORQUE HOJE É SÁBADO, PERDÃO, E PORQUE UM MAL NUNCA VEM SÓ...

O Estado de Nova Iorque e a cidade de São Francisco declararam o estado de emergência devido ao acentuado aumento de casos de contágio pela varíola dos macacos.

E, por favor, não matem o mensageiro. 

A HIPOTÉTICA VISITA DE NANCY PELOSI A TAIWAN A HIPERBOLIZAR A LINGUAGEM BÉLICA


Um dia ainda alguém se engana na vírgula quando está a escrever e temos o regresso do Dr Srangelove desta vez ao vivo.

«O RUBLO ESTÁ A SUBIR E PUTIN ESTÁ MAIS FORTE DO QUE NUNCA: AS SANÇÕES SAÍRAM-NOS PELA CULATRA»


Alguns excertos em tradução livre do artigo publicado no passado dia 29 de Julho,

«As severas sanções contra a Rússia são a política mais mal concebida e contraproducente da história internacional recente. A ajuda militar à Ucrânia é justificada, mas a guerra económica é ineficaz contra o regime de Moscovo e devastadora para as suas vítimas não intencionais. Os preços mundiais de energia estão a disparar, a inflação a subir, as cadeias de distribuição caóticas e milhões estão a passar fome de gás, cereais e fertilizantes. No entanto, a barbárie de Vladimir Putin só aumenta – assim como o seu domínio sobre o seu próprio povo.

Criticar as sanções ocidentais tornou-se praticamente num anátema. Quando se trata de sanções, os analistas de defesa ficam burros. Os estrategas silenciosos. Os supostos líderes britânicos, Liz Truss e Rishi Sunak, competem em retórica beligerante e prometem sanções cada vez mais duras sem uma palavra explicativa. No entanto, alguém que mostre cepticismo sobre o assunto será criticado como “pró-Putin” e anti-Ucrânia. As sanções são o grito de guerra da cruzada ocidental. (...)

A interdependência das economias mundiais, encarada por muito tempo como instrumento de paz, tornou-se numa arma de guerra. Os políticos sentados à volta da mesa da NATO têm sido sabiamente cautelosos no que respeita à escalada da ajuda militar à Ucrânia. Entendem a dissuasão militar. Parecem, contudo, absolutamente infantis em matéria de economia. Neste caso, repetem todos o Dr. Strangelove. Querem bombardear a economia russa e levá-la “de volta à Idade da Pedra”. (...)

As sanções promoveram o comércio [da Rússia] com a China, o Irão e a Índia. Beneficiaram de insiders ligados a Putin e à corte dominante, obtendo enormes lucros com a substituição de importações. (...) É claro que a economia está mais fraca, mas Putin está, no mínimo, mais forte, enquanto as sanções se adequam a um novo domínio económico em toda a Ásia, onde o abraço da China é cada vez maiorEra isso que se pretendia? (...)»

E no fim ganha a China? Pergunto de novo. 


29/07/22

DO ESTADO DO MUNDO: NA POLÓNIA, PRETENDE-SE ENDURECER MEDIDAS CONTRA OFENSAS À IGREJA CATÓLICA

E TAMBÉM EU, QUE NÃO SOU NINGUÉM COMO O ROMEIRO, ESTOU DESDE O INÍCIO A TENTAR PERCEBER A ESTRATÉGIA

E parece que até Josep Borrell, ao vir queixar-se publicamente da cobertura ocidental às operações de charme por esse mundo fora de Sergei Lavrov, já terá percebido que o isolamento internacional da Rússia... pois, tem dias.

Entretanto, nos EUA, segundo a Associated Press

«The Biden administration likes to say Russia has become isolated internationally because of its invasion of Ukraine. Yet Moscow's top officials have hardly been cloistered in the Kremlin. And now, even the U.S. wants to talk.

President Vladimir Putin has been meeting with world leaders, including Turkish President Recep Tayyip Erdogan, whose country is a NATO member. Meanwhile, his top diplomat, Foreign Minister Sergey Lavrov, is jetting around the world, smiling, shaking hands and posing for photos with foreign leaders — including some friends of the U.S.

And on Wednesday, Secretary of State Antony Blinken said he wants to end months of top-level U.S. diplomatic estrangement with Lavrov to discuss the release of American detainees as well as issues related to Ukraine. The call has not been scheduled but is expected in coming days.

The handshakes and phone calls cast doubt on a core part of the U.S. strategy aimed at ending the Ukraine war: that diplomatic and economic isolation, along with battlefield setbacks, would ultimately force Russia to send its troops home. (...)»

MEDITAÇÃO DE SEXTA: «COMO É DIFÍCIL PENSAR QUANDO TUDO ARDE»

Se, por um lado, bem nos podiam convidar para ir recuperar Olivença aos espanhóis, ‘tá quieto!, por outro toleramos sem pestanejar que o mesmo indivíduo, de nome Mário Ferreira, a quem foram atribuídos 52% dos apoios do Plano de Recuperação e Resiliência à recapitalização de empresas – 40 dos 77 milhões de euros disponíveis –, entretanto constituído arguido numa operação que investiga crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento, tenha já confirmada uma viagem ao espaço no foguetão do Jeff Bezos comprada decerto com desconto. Nem à bazuca! como no vídeo dos Marretas onde Miss Piggy canta Never on Sunday



Imaginemos estes homens em guerra. Difícil. Tão ou mais difícil do que está a ser para nós lidar com esta. E a lide é à distância.
Ah! Se o homem das cavernas tivesse sabido rir… (...)»

SÓ QUERIA PERCEBER A ESTRATÉGIA: MACRON ACUSA PAÍSES AFRICANOS DE HIPOCRISIA (em relação à guerra na Ucrânia)


Disfarçando com dificuldade a irritação, Macron respondeu:

Portanto, vamos a casa das pessoas porque precisamos delas e depois, quando nos sentimos incomodados, dizemos-lhes que não sabem comer à mesa...

Suponho que seja isto a diplomacia século XXI e haja até quem bata palmas que é de homem!


28/07/22

DA SUPERIORIDADE MORAL COMO CONCEITO INSTÁVEL

Mohammed bin Salman, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, acusado pelos Estados Unidos em 2018 de estar implicado no assassínio e esquartejamento do corpo do jornalista Jamal Khashoggi ocorrido no interior do consulado saudita em Istambul, anda a passear pela Europa, depois de ter recebido em casa Joe Biden.
 
Já esteve com Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro grego, e falta ainda a fotografia com Macron que o recebe hoje em Paris, no Eliseu (a que reproduzo é de Dezembro do ano passado em Riad). 



GUERRA NA UCRÂNIA: MAIS UM PERIGOSO CASAL DE PUTINISTAS A APELAR A CONVERSAÇÕES NO "NEW YORK TIMES", ESSE ANTRO DE PROPAGANDA PRÓ-RUSSA

O artigo vem assinado por Samuel Charap e Jeremy Shapiro e tem por título, «The US and Russia need to talk to each other before it’s too late»

Curiosamente, ignora a União Europeia.

27/07/22

MORREU AOS 103 ANOS JAMES LOVELOCK, O CRIADOR DA TEORIA DE GAIA (26 de Julho de1919/ 26 de Julho de 2022)

 Obituário no GUARDIAN.

JÁ NÃO ESTAREMOS CÁ PARA ASSISTIR À GUERRA RUSSO-CHINESA MAS ENTRETANTO É A EUROPA QUE SE DESMORONA

GUERRA DA ENERGIA: ENTRETANTO, NO MUNDO REAL DECIDIDAMENTE MENOS GLAMOUROSO

«Diplomatas europeus consideram acordo para cortar dependência do gás russo “um queijo Emmental” tantas as excepções presentes.

(...)

Patrick Triglavcanin, investigador do Conselho de Geoestratégia do Reino Unido, comentou ao ‘MailOnline’: “Robert Habeck, o ministro da economia alemão, a falar de como a solidariedade e a unidade europeias estão a pressionar Putin é fantasioso. A dependência da Alemanha da Rússia para a energia, a falta de previsão estratégica a esse respeito e as tentativas de empurrar os seus fardos para outros Estados-membros estão a prejudicar a solidariedade e a unidade do bloco, bem como a economia alemã.”

Pelo menos oito estados devem evitar o corte com base nas isenções estabelecidas no acordo: Espanha, Portugal, Chipre, Irlanda, Malta, Letónia, Lituânia e Estônia.

As razões vão desde a má interconexão com as redes de gás ou eletricidade da Europa – o que significa que não podem facilmente trocar gás ou energia com os seus vizinhos – até a dependência da rede elétrica da Rússia para energia, no caso dos países Bálticos.

É também provável que a Hungria simplesmente ignore o acordo – que é voluntário, pelo menos por enquanto – tendo votado contra a medida, chamando-a “injustificável, inútil, inexequível e prejudicial”.»

O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO: MULHER DE ZELENSKY FOTOGRAFADA EM AZUL TON SUR TON COM ADEREÇOS DE MULHERES-SOLDADO EM TONS VERDE CAQUI E PINCELADAS CONTRASTANTES DE AMARELO

 


Olena Zelenska fotografada por Annie Leibovitz para a revista Vogue

PERGUNTAR NÃO OFENDE: QUANTAS GUERRAS SE DEVEM (OU PODEM) COMPRAR AO MESMO TEMPO?

Andaram a dormir com a China este tempo todo — por cá, a actual ministra do Trabalho, quando secretária de Estado do Turismo, até lhes chegou a implorar: "Façam de nós cobaias! Façam de nós cobaias!" e a directora nomeada do Museu do Aljube aos direitos humanos na China disse nada, porque "não sou chinesa" — e agora, com uma guerra a braços no coração da Europa, é que resolvem ir afrontar os chineses?!

Se Pelosi for, os chineses, que já ameaçaram retaliar e desta vez a sério, partimos para mais um desastre anunciado. Se Pelosi não for, a China marca mais um ponto.

Como estratégia, nunca se viu melhor, desde que a nossa querida Brites de Almeida, nascida algarvia embora feia, despachou à pazada meia dúzia de espanhóis em Aljubarrota.

GUERRA NA UCRÂNIA: A DIPLOMACIA PELA HORA DA MORTE

Eu pensava que estas coisas se tratavam discretamente. E sim, reafirmo que a hipocrisia é um avanço civilizacional que nos impede de andar à estalada na rua com tudo e todos.

Mas os EUA não resistem. E tinham que vir meter o nariz publicamente num assunto que diz respeito, no caso, ao Estado ucraniano. 

Porque uma coisa é pugnar pela anti-corrupção no país (tanto mais quando lhe fornecem armas e dinheiro...), outra é vir o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, dizer: "Juntamo-nos ao povo da Ucrânia para enfatizar a importância de nomear de forma transparente um sucessor altamente qualificado e verdadeiramente independente como procurador-geral".

Já agora: têm algum nome a sugerir?! Podiam dizer qual era. No Twitter, por exemplo. 


BORIS JOHNSON: O PALHAÇO AMNÉSICO

Boris Johnson, que já prometeu (esperem pela tresloucada da Liz...) que ainda ia tirar mais umas fotografias à Ucrânia vestido de camuflado e a quem um abaixo-assinado na Ucrânia pretende que lhe seja atribuída a nacionalidade ucraniana, diz que não se lembra se discutiu algum assunto sensível em 2018, era então ministro dos Negócios Estrangeiros da Grã-Bretanha, com um ex-agente do KGB presente numa festa privada numa mansão italiana organizada pelo filho de Alexander Lebedev, o tal agente.

A falta de memória de Johnson naturalmente levanta a seguinte questão: se ele não se lembra, é possível. Eu, por exemplo, nem com a maior bebedeira do mundo iria dar a um estranho a receita original dos pastéis de nata de Belém. E teria a certeza disso. 


26/07/22

NADA DISTO TEM CONSERTO

A falta de formação da presente geração de políticos é confrangedora. Abrem a boca sem conseguirem contar até 10. Qual 10! 5!
Decididamente, o Trump & Companhia não nasceram das ervas. 

Agora foi Jacinda Arden, a primeira-ministra da Nova Zelândia, quem, a propósito da epidemia de Covid 19, se sai com esta: «You can trust us as a source of that information. You can also trust the Director General of Health and the Ministry of Health. For that information, do feel free to visit – at any time – to clarify any rumour you may hear. Otherwise, dismiss anything else. We will continue to be your single source of truth.»

Single source of truth?! Volta, Orwell, estás perdoado. E daqui a 20 anos falamos de democracia! Se não for antes.


ESTOU-ME NAS TINTAS PARA A NOVELA DO ABRUNHOSA/ PUTIN MAS A MEMÓRIA É LIXADA

Assim, bem me parecia que alguém tinha sido condenado em Portugal por faltar ao respeito aos governantes.  

E embora o então presidente da República, Cavaco Silva, se tenha negado a receber o valor da multa, que o Tribunal decidiu na altura, 2013, ser de 1300 euros. o facto é que o cidadão que tão-só lhe gritou "Vai trabalhar, mas é!", "Sinto-me roubado todos os dias!" (a GNR testemunhou que ouvira "chulo" e "malandro") até seria preso logo ali porque o respeitinho é muito bonito

Claro que tratando-se do Abrunhosa, qualquer multa teria de ser paga em rublos o que dificultaria muito o processo, o qual, além disso, teria de ser traduzido para russo.


E PORQUE NEM TUDO SÃO DESGRAÇAS: EIS FREYA, A MORSA QUE SE ESTÁ NAS TINTAS PARA ÁGUAS TERRITORIAIS E PROPRIEDADE PRIVADA




REDUÇÃO DE CONSUMO DE GÁS NA UNIÃO EUROPEIA: Afinal, não eram só os mais pobres que andavam a viver acima das suas possibilidades!


Em comunicado, a presidência checa do Conselho da UE dá conta de que, “num esforço para aumentar a segurança do aprovisionamento energético da UE, os Estados-membros chegaram hoje a um acordo político sobre uma redução voluntária da procura de gás natural em 15% este Inverno”, estando também prevista a “possibilidade de desencadear um ‘alerta da União’ sobre a segurança do aprovisionamento, caso em que a redução da procura de gás se tornaria obrigatória”.

De acordo com o Conselho, da iniciativa fazem agora parte “algumas isenções e possibilidades de solicitar uma derrogação ao objetivo obrigatório de redução, a fim de refletir as situações particulares dos Estados-membros e assegurar que as reduções de gás sejam eficazes para aumentar a segurança do aprovisionamento na UE”. (...)» 

QUANTA REALIDADE É POSSÍVEL SUPORTAR?

Os cinco migrantes encontrados mortos num barco de pesca à deriva resgatado pela guarda costeira italiana morreram de sede depois de a água potável ter sido racionada pelos traficantes que organizaram a viagem.

'“Durante a travessia, os recursos hídricos e alimentares foram racionados de forma desumana, ao ponto de os migrantes serem obrigados a partilhar uma chávena de café cheia de água entre dez pessoas”, referiu, num comunicado, o Ministério Público [italiano], pormenorizando as condições em que as 674 pessoas resgatadas do barco de pesca viajaram.

Os migrantes foram também espancados “com paus e cintos”.

Devido ao calor intenso e à falta de água potável, “muitos dos migrantes adoeceram e disseram ter visto os seus companheiros de viagem morrer devido ao calor e à desidratação, já que tiveram de beber até água do mar e do motor”.

Segundo a mesma nota, os membros da tripulação nomearam um migrante para gerir e racionar o abastecimento de água potável, que era espancado se recusasse, “com a consequência adicional para os migrantes de sofrer mais racionamento progressivo de água potável”.

Os migrantes também relataram que tinham deixado a Líbia após um mês numa “casa de passagem”, local de trânsito onde os migrantes são mantidos encarcerados, e que durante a travessia a tripulação desligou subitamente os motores e pediu ajuda com um dispositivo de ligação por satélite, atirado depois borda fora.

A embarcação, à deriva com 674 migrantes, foi resgatada no sábado, 124 milhas ao largo da Calábria por um navio mercante, três barcos patrulha da Guarda Costeira e uma unidade da Guardia di Finanza, que encontraram também os cinco corpos sem vida a bordo. (...)»

24/07/22

AINDA A CRISE DOS CEREAIS

Quem tenha lido o que veio a público sobre o(s) Acordo(s) para libertar os cereais retidos em resultado da guerra na Ucrânia terá reparado que a assinatura dos mesmos (um pela Ucrânia e outro pela Rússia), além de garantir o escoamento dos cereais ucranianos, também implica o levantamento das sanções impostas ao escoamento dos cereais russos (essa foi, aliás, uma das condições impostas pela Rússia).

Assim sendo, esperemos que os signatários usem um módico de inteligência e o(s) Acordo(s) se cumpra(m). Em nome de todos os desgraçados preocupados com a fome e menos com a temperatura do ar condicionado. 

É que às vezes não parece, mas o mundo é grande. 

OPERAÇÃO DE CHARME DA RÚSSIA EM ÁFRICA





VIKTOR ORBÁN PEDE CONVERSAÇÕES ENTRE A RÚSSIA E OS EUA PARA PÔR FIM À GUERRA


Merkel corou decerto de vergonha pela referência.

CRISE DOS CEREAIS: RÚSSIA ADMITE ATAQUE A PORTO DE ODESSA


Conclusões a tirar
1. Os russos deviam conversar mais entre si; 
2. Os russos também dão tiros nos pés; 
3. As teorias da conspiração, como se confirma e é minha opinião, estão muito sobrevalorizadas.
E agora façamos figas para que o Acordo se mantenha. 



23/07/22

E PARA NÃO FALAR MAIS DE ODESSA, A VER SE OS DESGRAÇADOS COM FOME CONSEGUEM ALGUMA COISA PARA COMER

«Dois mísseis russos atingiram o porto de Odessa, mas não causaram danos significativos, relata a emissora pública Suspilne (a principal estação de televisão da Ucrânia), citando os militares ucranianos.

Uma estação de bombeamento foi atingida e o ataque causou um pequeno incêndio que danificou casas ao redor do porto, disse a porta-voz do comando militar do sul da Ucrânia, Natalia Humeniuk.

A área de armazenamento de grãos não foi atingida, acrescentou. Nenhuma vítima foi relatada.»

DAQUI.

CRISE DOS CEREAIS: ATAQUE AO PORTO DE ODESSA

Segundo noticia a Aljazeera, António Guterres condenou inequivocamente o ataque ao porto de Odessa, que sucede um dia depois da assinatura do Acordo que permite a exportação de cereais e pelo qual a Ucrânia acusou a Rússia. 

Entretanto, segundo a mesma rede de informação, o ministro da Defesa turco, Hulusai Akar, veio dizer que os russos lhe haviam garantido não ter nada a ver com o sucedido. 

DAQUI.

MILITARES NORTE-AMERICANOS CONTRA A VISITA DE NANCY PELOSI A TAIWAN

Segundo informou o presidente Joe Biden, «os militares não acham que seja uma boa ideia» [a visita de Pelosi em Agosto a Taiwan a que os chineses já disseram opôr-se veementemente].

Já Nancy foi mais comedida: «"You never even hear me say if I’m going to London, because it is a security issue," she told reporters. Earlier this week, her office said it would neither confirm nor deny international travel "in advance due to long-standing security protocols."»

E quando confrontada pelos jornalistas com as palavras do presidente, respondeu: «I think what the president was saying is that maybe the military was afraid our plane would get shot down or something like that by the Chinese. I don’t know exactly. I didn’t see it. I didn’t hear it. You’re telling me, and I’ve heard it anecdotally».

Mais comedida ou mais inteligente. LER AQUI.

A ESCALADA OU QUEM VAI À GUERRA DÁ E LEVA

Quando infantilmente tantos se rebolaram a rir por Lavrov ter ficado apeado, ninguém se lembrou que a brincadeira não tinha registo de patente? 


22/07/22

LIZ TRUSS: FALOU A TRESLOUCADA

Ainda o mundo não tinha tido tempo de respirar de alívio com o Acordo Ucrânia-Rússia para a libertação dos cereais e fertilizantes, logo Liz, a generala que pode vir a ser primeira-ministra da Grã-Bretanha, se pôs em bicos de pés a ameaçar a Rússia de que o seu país iria garantir que esta cumprisse o acordo.

Primeiro, o acordo não tem nada a ver com a Grã-Bretanha, mas com os serviços da ONU (Guterres de parabéns) e a Turquia (Erdogan, mais uma vez a ganhar pontos).

Depois, há, isso sim, que descalçar a bota que constitui o quarto ponto do Acordo que impõe o levantamento das sanções à Rússia no que respeita aos seus próprios cereais.

Por fim, só um imbecil  no caso, uma imbecil  não percebe que a operação de charme que Putin anda a fazer fora dos territórios ocidentais, nomeadamente em África e junto dos BRICs, não ganharia nada com o não cumprimento do Acordo por parte da Rússia.

Sim, é triste verificar que o inimigo é mais inteligente do que os amigos. Temos pena. 

CRISE DOS CEREAIS: ACORDO ASSINADO E ISTO MERECE UM PONTO DE EXCLAMAÇÃO!


Inspecções nas partidas e chegados dos navios
A inspecção dos navios que transportam os grãos era uma exigência de Moscovo, visando garantir que não servissem para fornecer armas à Ucrânia. Ao contrário do previsto, as inspecções não terão lugar no mar por motivos práticos, mas na Turquia, provavelmente em Istambul que tem dois grandes portos comerciais, na entrada do Bósforo. Liderados por representantes das quatro partes, ocorrerão na partida e na chegada dos navios.
Vias de transporte seguras
Russos e ucranianos comprometem-se a manter as rotas marítimas através do Mar Negro livres de qualquer actividade militar. Segundo o acordo, se for necessária a retirada de minas, esta deverá ser realizada por um "país terceiro" ainda não foi especificado. Com partida da Ucrânia, os navios serão escoltados por navios ucranianos (provavelmente militares), abrindo caminho para a saída das águas territoriais ucranianas.
Quatro meses renováveis
O acordo será válido por quatro meses e renovado automaticamente. Atendendo a que 20 a 25 milhões de toneladas de cereais estão actualmente retidas nos silos dos portos ucranianos, a uma média de oito milhões de toneladas transportadas por mês, os quatro meses devem ser suficientes para liquidar os stocks.
Contrapartida para cereais e fertilizantes russos
Um memorando de entendimento deve acompanhar o acordo, assinado pelas Nações Unidas e pela Rússia, garantindo que as sanções ocidentais contra Moscovo não incidirão directa ou indirectamente nos cereais e fertilizantes russos. Esta era uma exigência da Rússia, condição sine qua non para a assinatura do acordo.

PONHAM ANTES O MILHAZES A TRADUZIR O ABRUNHOSA

«Em causa está o facto de o cantor português ter cantado “Vladimir Putin, go f*** yourself”, que em português significa “Vladimir Putin, vai-te lixar”.»

Já me ri. Do cegueta do Abrunhosa, da embaixada da Rússia e do tradutor de pantufas.  

O CLICHÉ REVELADO OU A IMAGEM QUE VALE MIL PALAVRAS

Do encontro entre o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro Peter Szijjarto e Sergei Lavrov na quinta-feira passada em Moscovo. 



 

E QUANDO PENSÁVAMOS QUE A PALAVRA POSSIDÓNIO ENTRARA EM DESUSO, EIS QUE O TIPO DISPARA: VOCÊ SABE QUEM É O MEU PAI?

 Ainda o caso das golas anti-fumo que pegavam fogo

«... Dirigido a uma das secretárias pessoais do ministro, o mail enviado pelo vendedor da Safety Águeda em Maio de 2018 tinha o seguinte conteúdo: “Exma. sra. dra, no seguimento da conversa envio o combinado. Como lhe disse sou filho de antigo vereador do Partido Socialista da Câmara Municipal do Porto, membro da Federação do Porto e da Comissão Nacional. Na segunda-feira devo ter a proposta pronta e envio à Autoridade Nacional de Protecção Civil e depois envio para vocês. Agradeço desde já a vossa atenção”.(...)»

A MEDITAÇÃO DE SEXTA: «OS NOVOS PURITANOS»

«Pois assim sendo, diria eu, no que respeita à homossexualidade o mantra dominante por aqui é, mais coisa menos coisa, idêntico àquele que foi enunciado há muito pelo irlandês republicano, poeta e dramaturgo Brendan Behan (1923-1964). No seu livro Nova Iorque (publicado originalmente no ano da sua morte e editado por cá pela Tinta-da-china em 2010) pode ler-se: “A minha atitude em relação à homossexualidade é muito semelhante à daquela mulher que, aquando do julhamento de Oscar Wilde, disse que não se importava com o que faziam, desde que não o fizessem na rua e não assustassem os cavalos”. (...)

«Mesmo correndo o risco de algum desenxabimento, a sensatez é, em geral, a melhor aposta. Veja-se a formulação de Brendan Behan, ainda hoje válida e, acrescente-se, além de válida, abrangente: o que serve para a homossexualidade, serve para qualquer outro tipo de relações. Sei do que falo.

Não foi há muito que avistei do caminho que conduz ao café do monte, na casa cimeira sem muro antes da curva da antiga nora, um casal heterossexual em pleno acto. Não contentes com o ar livre e fresco da tarde, haviam-se posicionado estrategicamente em cima da mesa larga do quintal totalmente exposta à estrada. De longe, a visão tinha o seu quê de insólito, mas a minha miopia impedia-me de perceber com exactidão de que se tratava. Por fim lá percebi: tratava-se de umas nádegas alvacentas em grande plano. Sem ponto de fuga, prossegui. Naturalmente, não gritei – o que seria despropositado, até por se tratar de estrangeiros – “Aguentem os cavalos!”, mas fui-me aproximando simulando um ataque de tosse enquanto pensava com os meus botões: “Que raio! Com um quintal tão grande, com tanto espaço e logo tinham de trepar para a mesa!”. Na altura não me lembrei de Wilde.

O episódio originaria mais risos do que censuras, mesmo se a cena decorreu praticamente na rua. Por aqui, e falo do Portugal profundo – deprimido, como agora é de uso dizer-se – vive-se uma saudável indiferença pelas práticas íntimas de cada um. Por exemplo: nunca o casal de lésbicas a residir no monte se terá alguma vez sentido sujeito a qualquer tipo de crítica, a não ser, talvez, quando as mulheres correram à vassourada com o nosso louco de estimação que lhes desembestou casa adentro a pedir cigarros sem pedir licença, ocorrência que ele nunca mais esqueceu, tendo-lhes um medo de morte.(...)»

CRISE DOS CEREAIS: À ESPERA DE BOAS NOTÍCIAS

A Turquia informou que hoje, sexta-feira, seria assinado um acordo entre a Ucrânia e a Rússia, com a participação das Nações Unidas, para a libertação dos grãos e fertilizantes, cuja retenção devido à guerra está a deixar o mundo à beira de uma catástrofe alimentar. 

Se o acordo for assinado  ainda não li notícias que o confirmem  será uma vitória, embora tardia, para todos os esfomeados da Terra e também para Erdogan, esse paladino da democracia que, ao contrário dos responsáveis da União Europeia, tem vindo a marcar pontos desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia. 

Mas diz que no fim a democracia sairá reforçada.

21/07/22

ENTRETANTO, NUM MUNDO PARALELO MAS NÃO MENOS REAL, O MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS HÚNGARO FOI A MOSCOVO

«Russia will consider a request from Hungary to buy more Russian gas, Russian Foreign Minister Sergei Lavrov said on Thursday, after meeting his Hungarian counterpart in Moscow. 

Lavrov was speaking during a visit to Moscow by Hungarian Foreign Minister Peter Szijjarto. 

European Union member Hungary has maintained what it calls pragmatic relations with Moscow since Russia’s invasion of Ukraine, creating tensions with some EU allies keen to take a tougher line. Hungary, which is about 85% dependent on Russian gas, firmly opposes the idea of any EU sanctions on Russian gas imports.(...)»

NOVO PACOTE DE SANÇÕES DA UE (O SEIS E MEIO) À RÚSSIA: MOTOCICLISTAS?! TENHO DE DAR RAZÃO AO ZELENSKY




Temo que já não haja tempo para chamar adultos à sala.

ITÁLIA: UMA DOR DE CABEÇA ACRESCIDA PARA BRUXELAS NA GUERRA CONTRA PUTIN?

«La caída de un Gobierno en Italia es un fenómeno tan habitual (duran una media de 13 meses desde la II Guerra mundial) que en Bruselas suele pasar desapercibida. Pero la defenestración del primer ministro, Mario Draghi, puesta en marcha por sus proprios aliados de coalición, llega en un momento de enorme tensión geoestratégica con Rusia. Y en la capital comunitaria se teme que Italia, la tercera economía de la zona euro, se convierta en un punto vulnerable de la estrategia frente a Moscú o, en el peor de los casos, en un caballo de Troya al servicio del presidente ruso, Vladímir Putin.

La participación en el derribo de Draghi del grupo popular, el mismo al que pertenecen la presidenta de la Comisión Europea y la presidenta del Parlamento Europeo, ha provocado además estupor en las filas socialistas del Parlamento Europeo. “Es un desastre para Italia, pero también para Europa y todo esto con la complicidad del Partido Popular Europeo [PPE]”, acusa la eurodiputada Iratxe García, líder del grupo parlamentario socialista en la Eurocámara.

García culpa al grupo popular europeo, liderado por el eurodiputado alemán Manfred Weber, de haber alentado las maniobras de su correligionario Silvio Berlusconi para arrebatar el Gobierno a Draghi. Finalmente, el apoyo del partido de Berlusconi, Forza Italia, ha sido clave para que la ofensiva orquestada por La Liga de Matteo Salvini y por los grillinos del Movimiento 5 Estrellas haya logrado poner fin al período Draghi. “¿Hoy también va a aplaudir la posición que ha tomado su partido en Italia?”, se pregunta la eurodiputada socialista sobre la actitud de Weber favorable a Berlusconi.

La Comisión Europea, presidida por la popular alemana Ursula von der Leyen, se mantuvo el miércoles al margen de la crisis política en Roma. “La Comisión nunca comenta los acontecimientos políticos en los Estados miembros”, señaló el portavoz oficial del organismo. “La presidenta Von der Leyen ha enfatizado repetidamente la cooperación estrecha y constructiva con el primer ministro Mario Draghi y desea continuar esa cooperación con las autoridades italianas en todas las políticas y prioridades de la UE”, añadió la misma fuente.

Bruselas ha tenido en Draghi ― que ha anunciado en el Parlamento que se dispone a dimitir este mismo jueves ― un fiel guardián de la ortodoxia política y económica. Y el expresidente del Banco Central Europeo ha gozado de la confianza de Berlín y París, que siempre han visto en él un referente, sobre todo, en temas económicos. Su presencia al frente del Gobierno italiano ofrecía, además, cierta garantía sobre la ejecución del plan de recuperación y de las profundas reformas requeridas a cambio de 191.400 millones de euros en subvenciones y préstamos.

Roma ya había logrado bajo el mandato de Draghi la entrega de un primer tramo de 21.000 millones. Y el mes pasado, solicitó el segundo pago, por otros 21.000 millones. Pero la previsible caída del Gobierno puede dejar en el aire el cumplimiento de las condiciones incluidas en el plan de recuperación. La tarea pendiente es enorme porque Italia solo ha completado hasta ahora el 10% de los hitos y objetivos pactados con Bruselas, frente al 13% de España (que ya ha logrado la luz verde para el segundo pago) o el 22% de Francia (que va por el primer pago).

A la inquietud por la estabilidad económica de Italia, que previsiblemente pesará mucho sobre las decisiones del Banco Central Europeo de este jueves, se añade la preocupación creciente en Bruselas por los vínculos estrechos de buena parte de la clase política italiana con el Kremlin. Los dos partidos más implicados en provocar la caída de Draghi, La Liga de Matteo Salvini y el Movimiento 5 Estrellas, se han mostrado muy comprensivos tradicionalmente con las políticas de Vladímir Putin.

Salvini llegó a preparar un viaje a Moscú en plena guerra, que no pudo realizarse. Y el que fue líder del Movimiento y hasta hace poco ministro de Exteriores, Luigi Di Maio, abandonó en junio la formación por la negativa de los grillinos a enviar armas a Ucrania para que se defienda de la invasión rusa.

Fuentes diplomáticas europeas apuntan desde hace semanas que Italia se está convirtiendo, además, en el puerto de entrada de las teorías presuntamente académicas y neutrales que cuestionan la posición de la UE en la guerra de Ucrania. El argumentario difundido de manera reiterada en ciertos medios italianos alienta la teoría de que las sanciones europeas contra el Kremlin son un daño autoinfligido a la economía europea que no hacen mella en la potencia de fuego ruso.

Dependencia energética de Moscú

Italia es vista en Bruselas como el talón de Aquiles más frágil para la unidad de la UE en la resistencia contra Putin. El país transalpino, sin centrales nucleares ni carbón, tiene una dependencia energética del exterior de más del 70% y los hidrocarburos rusos cubren más de la quinta parte de su consumo energético total. Italia importa casi el 93% del gas natural consumido (porcentaje mayor que el de Alemania) y ese combustible supone el 45% del consumo energético del país.

Bruselas teme que la opinión pública de países como Italia o Hungría se vuelva en contra de las sanciones a Rusia si la guerra en Ucrania se prolonga y Moscú corta el suministro de gas en represalia por las sanciones europeas. De momento, la Comisión Europea ha propuesto un recorte voluntario del 15% del consumo de gas en todos los países de la UE. Pero Bruselas no descarta imponer ese recorte si el ahorro voluntario no da el resultado esperado.

Un reciente sondeo del centro de estudios European Council on Foreign Relations (ECFR) ya mostraba en junio que Italia es el país de la UE con el menor apoyo a Ucrania. Solo el 56% de los italianos, según la encuesta, considera a Rusia culpable de la guerra frente al 80% de la media europea; y solo el 39% cree que Moscú es el principal obstáculo para la paz, mientras en Europa lo piensa el 64%. En Italia, el 28% culpa del conflicto a Estados Unidos, una cifra que se queda en el 9% en los otros países del sondeo.

A pesar de su opinión pública, Draghi se había puesto al frente de las iniciativas para plantar cara al Kremlin y fue el primer líder de un país grande, por delante de Alemania, Francia o España, que secundó sin ambages la petición del presidente ucranio, Volodimir Zelenski, para que su país fuera reconocido como candidato al ingreso en la Unión Europea. La caída de Draghi dejaría a Bruselas sin un puntal y a Kiev sin un valioso aliado.»

Bernardo de Miguel para El PAÍS

GUERRA DA ENERGIA: PORTUGAL SEGUE A ESPANHA E TAMBÉM SE OPÕE AO PLANO DE BRUXELAS

«O plano europeu de redução de consumo de gás natural, que a Comissão Europeia apresentou (...) quarta-feira, foi recebido com um rotundo “não” de Portugal. O secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba, afirmou ao PÚBLICO que o Governo “não aceita” a proposta de Bruxelas, que ignora que Portugal não tem interligações com o resto da Europa e que o consumo de gás dirige-se essencialmente à indústria e à produção de electricidade.

“Estamos a usar o gás por absoluta necessidade”, sublinhou o governante, dizendo que “Portugal irá opor-se” à aprovação de uma medida “insustentável” e “desproporcional”, que precisa do voto favorável de uma maioria qualificada no Conselho da União Europeia. (...)»

+ SINAIS DOS TEMPOS E QUE MIERDA DE TEMPOS QUE AS URSULAS NÃO NASCEM DAS PEDRAS

Começo por rir com o título «As Lideranças Estão Exaustas!».
Num momento de egotismo, penso: Então e eu? Com a minha tensão quase a zeros?

Depois leio: «Estamos a falar de uma espécie de travessia das lideranças no deserto (estarei eu a ser influenciado por estar a escrever este artigo no Dubai?)… » e assalta-me um sacana que de certeza estás a escrever estas baboseiras com o ar-condicionado no máximo!

Mas o melhor estava para vir: 
«Os líderes estão exaustos e, para além dos próprios, também os liderados têm culpa nisso! Chegou o tempo de “baixar as guardas”, assumir que cada um tem um papel de extrema importância numa organização, cada um tem as suas fragilidades e as suas forças, e que TODOS são responsáveis pela saúde física e mental de todos numa organização.
Quando foi a última vez que sentiu que estava a ser generoso(a) com a sua liderança? Lembra-se da última vez que reconheceu a sua liderança pelos desafios que foram ultrapassando juntos? Enquanto liderado, como está o (des)equilíbrio da sua “balança” entre as vezes que leva problemas e as que apresenta soluções?
As Lideranças estão exaustas e, já agora, também não são parvas… Pense nisso, caríssimos Líder e Liderado, e ajudem, ajudando-se, a construir o oásis de energia positiva de que verdadeiramente precisam!»

Sou acometida de uma crise de coprolalia e depois lembro-me de Billy Wilder: «They say Wilder is out of touch with his times. Frankly, I regard it as a compliment. Who the hell wants to be in touch with these times?»
Obrigada, Mestre!


20/07/22

A LOUCURA NORMAL: «A Ucrânia é agora essencialmente um campo de testes» — olha que bom!

Chegámos a um ponto tal que ler que um país pede voluntariamente para servir de palco de testes de armamento de ponta já não leva ninguém a questionar-se sobre o grau de loucura a que chegámos. 

E esquecem por um segundo o Putin que amanhã ou depois há-de estar a fazer tijolo como qualquer um de nós. 

«O ministro da Defesa da Ucrânia voltou a pedir, esta quarta-feira, aos Estados Unidos e restantes parceiros internacionais que continuem a enviar armas de tecnologia de ponta para o país devastado pela guerra, descrevendo os campos de batalha como um valioso “campo de testes” para novas armas.

Oleksii Reznikov assegurou que a defesa resoluta da Ucrânia contra a invasão da Rússia mostrou que as forças de Kiev são capazes de lidar com as armas mais modernas e devastadoras que os países da NATO possam oferecer, o que inclui o sistema de artilharia HIMARS, fabricado nos EUA, parcialmente creditado por estabilizar a linha de frente no leste e no sul nas últimas semanas, referiu Reznikov.

“A Ucrânia é agora essencialmente um campo de testes”, explicou Reznikov, num evento online do Atlantic Council, think tank americano. “Muitas armas estão agora a ser testadas em condições reais de batalha contra o exército russo, que possui sistemas de alerta próprios”, apontou. (...)»

GUERRA DA ENERGIA: A ESPANHA OPÕE-SE AO PLANO DE BRUXELAS

«España se opone al plan de Bruselas de racionar el gas, ya que obliga a un esfuerzo que no le corresponde

SECRETÁRIO-GERAL DA NATO PUXA AS ORELHAS À UNIÃO EUROPEIA


«“If you don’t care about the moral aspect of this, supporting the people of Ukraine, you should care about your own security interests," said NATO chief.

During a speech made at the European Parliament, Stoltenberg said: "The price we pay as the European Union, as NATO, is the price we can measure in currency, in money. The price [Ukrainians] pay is measured in lives lost every day."

He then asserted that EU member nations needed to “stop complaining and step up and provide support, full stop." (...)»

IRÁ PUTIN ARRISCAR JÁ O TRUNFO DA GAZPROM?

Nos últimos dias, e digo-o com tristeza porque custa-me assistir a tanta parvoíce a ser paga em vidas humanas (descontadas as que no futuro irão continuar a pagar...), a UE tem andado feita barata tonta às voltas com a possibilidade de Putin, apesar do Canadá ter enviado a turbina para a Alemanha e a Alemanha ter enviado a turbina para a Rússia, não repor o fornecimento de gás.

Diz a Reuters que, segundo fontes bem informadas, afinal a possibilidade de o gás voltar mesmo às torneiras é grande. E eu até apostava ir a Fátima a pé em como Putin  e não reconhecer a inteligência do inimigo é meio caminho andado para o desastre...  não gastará ainda o trunfo que tem na manga, 

Mas eu nunca fui à tropa nem percebo de estratégia militar. Li foi um número suficiente de romances (dos bons, evidentemente) para ser capaz de não ir na conversa do "louco" e do "psicopata". Porque, evidentemente, a realidade, ao contrário da propaganda, não precisa de acrescentos e dá-se mal com hipérboles. 

«A agência Reuters avança que o funcionamento do gasoduto Nord Stream 1 vai mesmo recomeçar na quinta-feira com base em duas fontes familiarizadas com os planos de exportação.

O gasoduto, que representa mais de um terço das exportações de gás natural russo para a União Europeia, foi interrompido para dez dias de manutenção a 11 de Julho. Na manhã desta terça-feira, o Wall Street Journal informou que a Comissão Europeia não esperava que o gasoduto Nord Stream 1 fosse reaberto no prazo previsto.

Fontes familiarizadas com os planos de exportação de gás russo desmentem a notícia. Falando sob condição de anonimato devido à sensibilidade da questão, as fontes explicaram à Reuters que se esperava que o gasoduto retomasse o funcionamento na quinta-feira, como previsto, mas com uma capacidade abaixo da normal.»

E se se confirmar a reabertura lá meteu outra vez água a União Europeia.