30/07/22

«O RUBLO ESTÁ A SUBIR E PUTIN ESTÁ MAIS FORTE DO QUE NUNCA: AS SANÇÕES SAÍRAM-NOS PELA CULATRA»


Alguns excertos em tradução livre do artigo publicado no passado dia 29 de Julho,

«As severas sanções contra a Rússia são a política mais mal concebida e contraproducente da história internacional recente. A ajuda militar à Ucrânia é justificada, mas a guerra económica é ineficaz contra o regime de Moscovo e devastadora para as suas vítimas não intencionais. Os preços mundiais de energia estão a disparar, a inflação a subir, as cadeias de distribuição caóticas e milhões estão a passar fome de gás, cereais e fertilizantes. No entanto, a barbárie de Vladimir Putin só aumenta – assim como o seu domínio sobre o seu próprio povo.

Criticar as sanções ocidentais tornou-se praticamente num anátema. Quando se trata de sanções, os analistas de defesa ficam burros. Os estrategas silenciosos. Os supostos líderes britânicos, Liz Truss e Rishi Sunak, competem em retórica beligerante e prometem sanções cada vez mais duras sem uma palavra explicativa. No entanto, alguém que mostre cepticismo sobre o assunto será criticado como “pró-Putin” e anti-Ucrânia. As sanções são o grito de guerra da cruzada ocidental. (...)

A interdependência das economias mundiais, encarada por muito tempo como instrumento de paz, tornou-se numa arma de guerra. Os políticos sentados à volta da mesa da NATO têm sido sabiamente cautelosos no que respeita à escalada da ajuda militar à Ucrânia. Entendem a dissuasão militar. Parecem, contudo, absolutamente infantis em matéria de economia. Neste caso, repetem todos o Dr. Strangelove. Querem bombardear a economia russa e levá-la “de volta à Idade da Pedra”. (...)

As sanções promoveram o comércio [da Rússia] com a China, o Irão e a Índia. Beneficiaram de insiders ligados a Putin e à corte dominante, obtendo enormes lucros com a substituição de importações. (...) É claro que a economia está mais fraca, mas Putin está, no mínimo, mais forte, enquanto as sanções se adequam a um novo domínio económico em toda a Ásia, onde o abraço da China é cada vez maiorEra isso que se pretendia? (...)»

E no fim ganha a China? Pergunto de novo. 


1 comentário:

Luís Lavoura disse...

Jenkins tem total razão.
É óbvio que não se pode sancionar um país que produz bens essenciais à economia global, como o são o petróleo, o gás natural, o trigo, e os fertilizantes.
É totalmente idiota. É totalmente contraproducente. E é totalmente anti-liberal.