12/02/14

Bom dia!

Os suíços inventaram o J para os passaportes judaicos e não foi há muitas décadas. Na Dinamarca de hoje esfola-se uma girafa à frente das crianças com intuitos educativos. Há dias em que gosto muito de ser portuguesa e do Sul.

14 comentários:

Anónimo disse...

sim? dissecar girafas é um acto de discriminação racial? preferia outro animal? que canseira com a história da girafa...

Ana Cristina Leonardo disse...

anónimo, vá defecar, perdão, dissecar para outro sítio

m.a.g. disse...

Eu já devia estar imunizada neste meio século de vida a presenciar horrores, atrocidades, barbaridades e tudo o que há de mais vil com a chancela humana, mas continuo a rebelar-me e às vezes, não tantas como desejaria a passar a vias de facto.
A Ana Cristina que me desculpe, mas gostaria de mandar um excremento que dá pelo nome de helenafmatos ( e outros que como ela pensam), para uma qualquer varanda e aí ter/em o destino de um tal inspector Pazzi: bowels out, de preferência.

Ana Cristina Leonardo disse...

A Helena Matos só podia dizer o que disse. O que me incomoda mais são os que, estando habitualmente contra o que diz a HM, de repente dizem o mesmo do que ela qd o assunto é uma singela girafa. Há encontros que não enganam.

Miguel Serras Pereira disse...

Ana, receio que andes a ler demasiado, ainda que não propriamente para o homenagear, o José Luís Peixoto. Ou que foi que te deu, se não foi isso?
Ora, vamos lá começar pelo fim.
1. Esquartejar uma girafa — e não me interessa discutir as razões ou desrazões da decisão de a abater nesta caso concreto — para a dar a comer aos leões é obsceno ou um acto de sadismo? As crianças não esquartejam no prato peças de carne de animais previamente esquaretjados? Dizes que essas peças de carne são irreconhecíveis e, por isso, não chocantes? Mas olha que isso é falar como as pessoas sensíveis das quais a Sophia já falava, visando os nossos inimigos comuns: "As pessoas sensíveis não são capazes /De matar galinhas/Porém são capazes/De comer galinhas", se não me falha a memória. E achas mesmo que as crianças devem ser mantidas na ignorância intelectual e sensível da "produção" dos produtos que consomem — ou, o que é o mesmo, dos bastidores do espectáculo dos jardins zoológicos?
2. Países do Sul, vejamos então. Os seus costumes serão, de facto, mais brandos? Não é permitida a entrada de menores nas touradas? Este não teve colónias até há pouco tempo, onde se esquartejava gente viva sem anestésicos nem propósitos de eutanásia? É verdade que há pouco tempo o Louçã conseguiu que o cãomarada Zico fosse amnistiado e que outros lhe deram o nome de Mandela. Mas queres mesmo ir por aí? E a actuação das polícias nos guetos e subúrbios degradados? E a cabeça cortada de Damasceno Monteiro? Poupo-te à visita guiada às entranháveis delicadezas de Espanha, ou às galerias da omertà italianas.
3. A história do J carimbado nos passaportes dos judeus é outra história. E qualquer termo de comparação é falacioso. Mais o seia ainda a insinuação de um nexo causal entre entre os dois temas — que mais não seja porque é altamente provável que muitos dos que aprovaram ou contribuíram para essa medida fossem amigos dos animais e se opusessem a que as crianças assistissem ao esquartejar de uma girafa morta. Não acreditas? Lê o post do Filipe que aqui te indico, e conversamos depois. Sempre matamos saudades.

Abraço

miguel

Miguel Serras Pereira disse...

Esqueci-me de indicar o link do post do Filipe — aqui vai:
http://declinioqueda.wordpress.com/2014/02/12/14032/

alexandra g. disse...

Ana (para copiar o MSP, que é um chato do caralho, com o devido respeito :), o problema, de facto, é que os "princípios" justifiquem os "fins".

Ana Cristina Leonardo disse...

Miguel,
1. eu já não preciso de ler o JLP há uns tempos valentes para saber que é uma merda
2. a mim interessam-me os motivos da morte da girafa (não era material genético interessante); não foi morta para alimentar leões esfomeados; não há aqui qq ciclo natural que existiria se vivesse na savana onde, o mais provável, seria acabar morta pelos leões
3.Eu já matei galinhas para comer, de onde o poema da Sophia não é para aqui chamado. Nunca matei nada porque sim, que foi o que fez a besta do director do Zoo (depois de várias instituições se terem oferecido para ficar com o bicho)
4. Se achas que assistir ao esfolanço (não sei se a palavra existe) de uma girafa é o mesmo que cortar um bife no prato (atenção que o esquartejamento do bicho tinha público de 4 anos, putos que talvez ainda tenham alguma dificuldade em cortar o bife), ficamos conversados.
Mas apesar de conversados, acrescento o seguinte: 1. não me parece que a forma adequada de mostrar às crianças que a carne não vem das árvores seja pô-las a assistir a tal espectáculo; 2. já que as crianças devem ser educadas sobre os factos da vida de tenra idade, o melhor será os pais começaram também a foder à vista das criancinhas porque não há facto da vida mais universal que uma foda (a não ser a morte, claro); 3. se era para tornar as crianças vegetarianas também me parece um pouco radical como método.
Quanto ao Sul e às touradas:
1. os touros não vivem em cativeiro até irem para a arena;
2. ao contrário da besta do director do Zoo, os toureiros arriscam a levar um cornada qd enfrentam o touro, mesmo se o touro está objectivamente em desvantagem
3. ninguém leva crianças a ver touradas, justificando-se com objectivos didácticos ou com conversa pseudo-científica.
Resumindo: o director do zoo tomou-se pelo rei das girafas.
E qd dizes que uma coisa não tem que ver com outra, não vejo qual o link que faltará. A crueldade é uma coisa transversal. Também já se achou educativo assistir a enforcamentos, queima de bruxas e etc. Entretanto parece que ficámos todos mais civilizados, empáticos e tolerantes. Com excepção do J... e da girafa (espero que percebas que estou a ser irónica). O cu não tem que ver com as calças, ai, tem, tem.

Ana Cristina Leonardo disse...

E sim, já ouvi o director do Zoo. É um animal.

Ana Cristina Leonardo disse...

Alexandra g., anda por aí muita gente doente. A mim o que me põe doente, é que malta, tão discordante da Helena Matos qd se trata de alta política, concorde tanto com a Helena Matos quando se trata de uma girafa. Só me fazem lembrar os velhos comunistas que defendiam a liberdade dos povos e a emancipação das mulheres mas depois arreavam nas respectivas. Estou mesmo sem paciência.

Ana Cristina Leonardo disse...

Miguel, só me esqueci de referir aquela coisa dos dinamarqueses se divertirem a matar golfinhos à paulada nas Ilhas Faroe. Tudo pessoal muito civilizado que nos pode ensinar a comer à mesa.

Anónimo disse...

Que educada, Ana Cristina Leonardo! um prazer ler essa cruzada sem argumentos sobre a pequena girafa e o pretenso sadismo dinamarquês...

Ana Cristina Leonardo disse...

anónimo, muito boa-tarde. educado é as pessoas apresentarem-se. ele há cada urso(a)!

luis reis disse...

XO "anónimo". Vai pregar pró...