26/12/10

Ainda os pobres natalícios ou toma lá dez euros e vai com deus

O país ficou a saber na véspera das rabanadas que o salário mínimo, inicialmente previsto para 500 euros, ficará pelos 485, ou seja, sofre um aumento de 10 euros.
A ex-sindicalista Helena André*, actual ministra do Trabalho e da Solidariedade Social (a solidariedade fica sempre bem a um ex-sindicalista...), justificou os 10 euros com a crise e blá blá blá e, num momento de particular bom gosto, acrescentou que "o aumento do salário mínimo nacional em Portugal desde que o PS chegou ao Governo é um facto histórico: houve um aumento de 33,4 por cento em termos nominais desde 2005".
A lata da moça compreende-se. Como me assinalava em tempos alguém, Portugal deve ser o único país do mundo onde quando se recusa a esmola a um pobre se acrescenta como se não bastasse: "tenha paciência!"


2 comentários:

Manuel Vilarinho Pires disse...

A questão das raízes ficará resolvida quando ela se juntar às meninas do PS em Estrasburgo. Como poderá facilmente constatar, tanto as meninas de Estrasburgo, como os meninos de Bruxelas, gozam de invejáveis penteados construídos em altura. Dir-se-ia que, quando vão para fora, crescem como pessoas...

PS: agora imagine se mandam para Bruxelas o homem que vem atrás dela na fotografia...

Manuel Vilarinho Pires disse...

Agora, falando de coisas mais sérias.
É com certeza degradante ter de viver com 475€ por mês. Mas, e provavelmente os que ganham isso confirmá-lo-ão se lhes for perguntado, é pior estar no desemprego.
Se quem lhes paga 475€ por mês fossem empresas como a PT, a EDP ou a Sonae, que ganham fortunas e pagam milhões de bónus aos gestores (a Sonae não, que tem dono...), o aumento para 500€ por mês seria só ganho para os trabalhadores.
Mas quando são empresas que conseguem equilibrar as contas pagando 475€ mas darão prejuízo se tiverem que pagar 500€, o resultado do aumento do salário mínimo para eles será o fecho da empresa e o desemprego.
A esquerda tem uma resposta boa para isto: se são empresas que não têm competitividade para pagar mais de 500€, mais vale a pena fecharem.
Mas quem é comido neste darwinismo social não são (apenas) as empresas que fecham: são (também) os empregos que elas suportam... e não é essa esquerda que os vai devolver a quem os perde.
Um estudo sério, mas exequível e, até, simples, das consequências do aumento do salário mínimo no nível de desemprego não seria nenhum disparate. Mas nunca o vi fazer, e sempre me pareceu que as partes preferem discutir este assunto mais com o coração do que com a cxabeça. E quem se lixa é, obviamente, o mexilhão...