Dizem uns que o ex-ministro da cultura foi demitido da Unesco devido à publicação do seu livro, E Agora? Por uma Nova República, e na sequência de uma entrevista ao Expresso.
Dizem outros que tal razão é um perfeito disparate, um truque publicitário, e que o motivo real — e inteiramente justificado — reside nos seus "estados de alma".
Concedo que a segunda hipótese me parece mais plausível. Contudo, apesar de mais plausível, nem por isso menos ínvia.
Porque a recusa de Carrilho em votar num troglodita que ameaçou queimar livros para director da Unesco é, no meu ponto de vista insuspeito porque nem sequer sou fã do dito, um estado de alma de se lhe tirar o chapéu!
E metam a "real politik" num sítio que eu cá sei.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
EM REDE
- 2 dedos de conversa
- A balada do café triste
- A causa foi modificada
- A cidade das mulheres
- A curva da estrada
- A dança da solidão
- A rendição da luz
- A revolta
- A terceira via
- A única real tradição viva
- Abrasivo
- Agricabaz
- Agua lisa
- Albergue espanhol
- Ali_se
- Amor e outros desastres
- Anabela Magalhães
- Anjo inútil
- Antologia do esquecimento
- Arrastão
- As escolhas do beijokense
- As folhas ardem
- Aspirina B
- ayapaexpress
- Azeite e Azia
- Bibliotecário de Babel
- Bidão vil
- Blogtailors
- Casario do ginjal
- Centurião
- Church of the flying spaghetti monster
- Ciberescritas
- Cidades escritas
- Cinco sentidos ou mais
- Claustrofobias
- Coisas de tia
- Complicadíssima teia
- Contradição Social
- Dazwischenland
- De olhos bem fechados
- Dias Felizes
- Do Portugal profundo
- Duelo ao Sol
- e-konoklasta
- e.r.g..d.t.o.r.k...
- Enrique Vila-Matas
- Escola lusitânia feminina
- Fragmentos de Apocalipse
- Governo Sombra
- Helena Barbas
- If Charlie Parker was a gunslinger
- Illuminatuslex
- Incursões
- Instante fatal
- Intriga internacional
- João Tordo
- Jugular
- Klepsydra
- Last Breath
- Ler
- Les vacances de Hegel
- Letteri café
- LInha de Sombra
- Mãe de dois
- Mais actual
- Malefícios da felicidade
- Manual de maus costumes
- Metafísica do esquecimento
- Mulher comestível
- Nascidos do Mar
- Non stick plans
- O Declínio da Escola
- O escafandro
- O funcionário cansado
- O jardim e a casa
- O perfil da casa o canto das cigarras
- Obviario
- Orgia literária
- Paperback cell
- Parece mal
- Pedro Pedro
- Porta Livros
- Pratinho de couratos
- Raposas a Sul
- Reporter à solta
- Rui tavares
- S/a pálpebra da página
- Se numa rua estreita um poema
- Segunda língua
- Sem-se-ver
- Sete vidas como os gatos
- Shakira Kurosawa
- Sorumbático
- Texto-al
- The catscats
- There's only 1 Alice
- Tola
- Trabalhos e dias
- Um dia... mais dias
- Um grande hotel
- We have kaos in the garden
17 comentários:
evidentemente
Bom dia, Ana!
Embora contar uma história i(n)tera(c)tiva?
Manuel, passamos dos ciganos aos tipos que gostam de queimar literatura judaica? Por mim, vamos a isso.
Vamos lá então aos livros!
Em cada sector da nossa vida colectiva há objectivos meritórios, de bem-comum, chamemos-lhes assim, e há políticas nobres, que os pretendem atingir, políticas irrelevantes, que não contribuem nem prejudicam, e políticas preversas, que os prejudicam, muitas vezes para satisfazer interesses privados inconfessados.
Certo?
So far so good (mas e a história?)
...é iterativa, não seja impaciente (e não coloque grandes esperanças nela, que pode sair desapontada)!
Ora bem, no sector do livro e da leitura, qual é objectivo mais meritório, que deve nortear as políticas nobres?
Se der a resposta certa "é estimular os hábitos de leitura" eu continuo...
Porque a questão Carrilho começa a ser objecto das mais diversas considerações, indico o que escrevi no meu post de 23 de Março:
http://domedioorienteeafins.blogspot.com/2010/03/faruq-hosny.html
Manuel, confesso que a paciência não é a minha maior qualidade (mas adiante).
A história começa a tornar-se mais interessante: permite batota (se der a resposta certa...). Seja e siga a dança.
Do médio-oriente e afins, lerei com certeza
Acertou!!! Continuemos então...
Ora o que é que qualquer aluno do primeiro ano de economia, mas nem tem que ser aluno de economia, qualquer pessoa, mesmo que não seja catedrático de folosofia, sabe sobre a relação entre o preço e a procura?
Se der a resposta certa "a procura baixa quando o preço sobe, e vice-versa" eu continuo...
Manuel, e se me enviasse a resposta certa a 3 ou 4 perguntas não mataríamos vários capítulos de uma só cajadada? Eu prometo nunca questionar as respostas.
Abreviemos então...
A lei do preço fixo do livro teve como único objectivo evitar os descontos nos hipermercados, aumentando o preço efectivo de venda dos livros e reduzindo o seu consumo (a leitura).
Uma de duas, ou foi feito a pensar no bem-estar dos editores e livreiros, cagando (pardon my french...) para os hábitos da leitura dos portugueses, e é uma pulhice, ou foi feito pensando que estimulava os hábitos de leitura dos portugueses, e é uma estupidez.
Eu não sou do métier, e não sei avaliar de um modo geral a obra deixada por este filósofo na Cultura. Vejo bem que os "agentes culturais" o consideraram um bom Ministro da Cultura. No que eu sei avaliar, não foi, ou foi burro ou desonesto. E ele não tem nada ar de burro, parece mesmo um génio que consegue fazer insultos políticos que mais ninguém tem capacidade para entender (eu, pelo menos), como chamar "gelatina política" a adversários políticos...
Isto para dizer que concordo com o seu último parágrafo, mas o penúltimo podia ser mais trabalhado...
Manuel, fiz mal em pedir-lhe as respostas certas tão depressa. Porque a surpresa do final merecia mais. Dito isto, nunca apreciei o estilo Jack Lang de segunda linha do Carrilho. Mas tiro-lhe o chapéu por não ter votado num tipo que gosta de queimar livros.
Assim a história saiu ao estilo Nicolas "Speedy" Sarkozy ("by the way", ele parece ter retirado a poligamia da lista de razões para expulsar "arabes", o que abre novas possibilidades a Mme. Sarkozy para colmatar as deficiências que porventura a incomodem)...
Quanto ao nosso génio, podia ter denunciado com estrondo a decisão de o governo votar no egípcio pirómano, por exemplo, demitindo-se! Mais l'Avenue Foch c'est l'Avenue Foch, la limousine à chaufeaur c'est la limousine à chaufeaur, e viver longe da Bárbara rasga novos espaços para reflectir nos estados de alma.
Preferiu jogar nos dois tabuleiros, atitude que não merece que se lhe tire o chapéu... ou estou a ver mal?
Já agora, sabe-me explicar o significado de "gelatina política" (não custa peguntar...)?
Manuel, eu, com idade, fiquei menos radical e deixei de exigir demissões imediatas. Dito isto, nem acho muita graça à avenue foch. quanto à gelatina, a essa detesto-a mesmo. política, de morango, de limão... Lembra-me alforrecas. E com isto não sei se lhe respondi certo.
Sobre o tema central do post eu resumiria assim: falem de mim, bem ou mal, mas falem de mim!
As suas respostas são sempre certas, mesmo se estão em contradição com as minhas, que também estão sempre certas!
A questão não reside em nós, de fora, exigirmos a demissão. A questão é que ele se comportou como uma virgem num bordel, que recusou fazer o serviço mas quis ficar com o dinheiro...
E, como dizia o meu excêntrico professor de História do 5º ano no Padre António Vieira sobre a Rainha Isabel I de Inglaterra, de cognome "A Rainha Virgem": "Virgem? Duvido!!!".
Francisco, desculpe a franqueza mas a diplomacia não é o meu forte, a sua conclusão parece-me um pouco tonta. Quer, portanto, dizer que o carrilho não votou no egípcio para que falassem nele?!
Manuel, vou repetir que não sou fã do carrilho. Não me parece, contudo, que neste caso possa qualificá-lo de virgem num bordel. Até porque não sei qual o trabalho dele na unesco nem quais as divergências ou convergências que, no exercício do cargo, terá tido com o governo sócrates. Sei que na situação concreta, quando o governo de portugal (de todos nós) decide apoiar um pirómano ele invocou objecção de consciência e não participou na votação. Eu teria partido a loiça e feito uma peixeirada na av. foch? Teria. Mas tb. nunca me imaginei embaixadora do que quer que seja.
Enviar um comentário