Imagens Proibidas é título de livro e de exposição. A última está patente na Galeria Pente 10, em Lisboa, até 31 de Julho; a novela homónima tem como protagonista um fotógrafo, of course.
Digo of course porque a história decorre em Nova Iorque. Atravessa-a uma trama policial, com o desfecho a incluir polícias. Ia dizer “polícias a sério” mas seria descabido porque, claro, tudo aqui é a fingir. O problema é que o fake tem muito que se lhe diga (“O poeta é um fingidor”... etc.), mesmo se para o leitor tanto faz: desde que o fingimento seja crível, o prazer (da leitura) está lá. E será também por isso que se encontra tanta má literatura cheia de boas intenções.
Na novela de Pedro Paixão, duas mulheres supliciam o protagonista por este ter roubado, não o fogo, como Prometeu, mas imagens. Acabará por saber-se que o castigo foi pretexto vil e que a ética das vingadoras deixa a desejar. Tudo, enquanto se desfiam referências cultas e cultivadas, marcas de luxo, e se consomem substâncias proibidas. Regressamos, a espaços, ao universo “generation X” em versão reciclada.
A amoralidade parece, porém, ausente de “Imagens Proibidas: o herói sofre, questiona-se e é incapaz de matar uma mosca. Então, porque não acreditamos nele?
Na novela de Pedro Paixão, duas mulheres supliciam o protagonista por este ter roubado, não o fogo, como Prometeu, mas imagens. Acabará por saber-se que o castigo foi pretexto vil e que a ética das vingadoras deixa a desejar. Tudo, enquanto se desfiam referências cultas e cultivadas, marcas de luxo, e se consomem substâncias proibidas. Regressamos, a espaços, ao universo “generation X” em versão reciclada.
A amoralidade parece, porém, ausente de “Imagens Proibidas: o herói sofre, questiona-se e é incapaz de matar uma mosca. Então, porque não acreditamos nele?
Avanço a hipótese do fraco fingidor. E, no mínimo, incongruente.
Tanto escreve: “(...) calcei os meus sapatos Alden de atacadores, os quais, salvo o exagero, são os melhores do mundo”,
como confessa: “sempre detestei fazer compras, mas não tinha outra escolha senão ir com elas, assustado com a possibilidade de cada uma comprar dez pares de sapatos Prada. Nunca entendi porque é que as mulheres gostam tanto de sapatos. Talvez sejam uma espécie de brinquedos com que procuram substituir as Barbis da infância (...).”
Parafraseando metaforicamente Freud, às vezes um par de sapatos é só um par de sapatos. Ou seja, não chega para escrever uma novela.
Parafraseando metaforicamente Freud, às vezes um par de sapatos é só um par de sapatos. Ou seja, não chega para escrever uma novela.
Imagens Proibidas, Pedro Paixão, Prime Books, 2010
3 comentários:
um dia, quando estiver menos calor, ainda tens de explicar esse fiufiu
não li o livro e depois desta crítica e atendendo ao modo repetitivo de escrever do pedro, nem vou ler, nem me interessa, mas gostei deste texto.
Eheheheh :P
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