17/05/10

E insisto, a Europa não nasceu com a Ângela Merkel e até tem um passado [recente] turbulento para usar um eufemismo

(...) Os tratados firmados pelos náufragos deste "rebus sic stantibus", por menos tecnocráticos e por mais competentes que tenham sido os plenipotenciários apenas foram rascunho que outras canetas corrigiram, em nome de um guião iluminado pela cegueira dos controladores dos cordelinhos da hierarquia das potências da Europa...
Os mesmos que permitiram a casa roubada não sabem agora que trancas pôr na porta, apesar de terem posto um socialista francês no FMI e Constâncio a substituir o grego das estatísticas helénicas, como vice-presidente do condecorado Trichet. O problema está nos bastidores de Paris e de Berlim e nos que lhes dizem porreiro, porque não lhes deixam dizer mais nada.
O rolo compressor do politicamente correcto desta europeização criou um falso super-Estado europeu, onde os eurocratas, em defesa dos respectivos privilégios, movem processos inquisitoriais a todos quantos os criticam, impedindo que a Europa seja a necessária democracia de muitas democracias...
Os papa-reformas do Leviathan eurocrático são como os colaboracionistas de Napoleão e de Bismarck: usurparam o sonho e apenas sabem fazer contas de merceeiro. Não compreendem que o belo projecto que pode ir da ilha do Corvo a Vladivostoque não deve continuar com estes gestores do carreirismo e do neofeudalismo patrimonialista.

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