14/11/09

Aos amigos

Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
— Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.
Herberto Helder

3 comentários:

José Agostinho Baptista disse...

O homem das paixões lia PAIXÃO E CINZAS. O homem das solidões abraçava. E no meio, havia uma mulher feliz.

?PARA ADÓNDE FUERON TODOS NUESTROS SUEÑOS? (José Larralde)

_trickster_ disse...

(...)Uma canção de agora dirá que as noites/ esmagam/ o coração. Dirá que o amor aproxima/ a eternidade, ou que o gosto/ revela os ritmos diuturnos, os segredos/ da escuridão./ Porque é com nomes que alguém sabe/ onde estar um corpo/ por uma ideia, onde um pensamento/ faz a vez da língua./- É com as vozes que o silêncio ganha. Herberto Helder. uma lança de chama em rodopio de nós...

Anónimo disse...

Lindo!!