Se eu bem percebi a história foi mais ou menos assim.
Paulo Macedo era, em 2005, director-geral dos impostos. Estava ele todo feliz a ser director-geral dos impostos e a ganhar 23 mil euros brutos por mês quando apareceu um empata a dizer que ele devia ao fisco. O Macedo, e com razão, ficou todo chateado e foi fazer queixa à PJ: que havia fuga de informação, que aquilo não podia ser, que era o que mais faltava, blá, blá, blá.
Os senhores da PJ foram falar com o Teixeira dos Santos, que é quem mandava (e manda) nas Finanças, e ele também concordou que aquilo não podia ser, que era o que mais faltava, blá, blá, blá. Mandou investigar. Os da PJ puseram-se a investigar. Começaram por investigar os e-mails de 370 funcionários da direcção-geral dos impostos, mas, muito parvos, só liam a parte que aparece no «assunto». Claro está que pelo «assunto» não chegaram a lado nenhum, até porque o tal empata só se fosse um imbecil é que escarrapacharia no «assunto» que queria lixar o Macedo.
O inquérito ia ficar na gaveta mas o Macedo, que é mais esperto a dormir do que eles todos juntos acordados, insistiu num Plano B: que se lesse o «conteúdo» dos e-mails! Nova investigação aprovada e toca a ler até que os olhos lhes doam! Chegados aos 30 mil – não é que lhes doíam mesmo? – foram para casa descansar a vista.
Conclusão: o inquérito seria inconclusivo – o empata deve ter mandado aquilo de uma NetPoint qualquer – e o Macedo regressou entretanto ao BCP onde se supõe que esteja todo feliz a ser administrador.
3 comentários:
Conclusão: eis o país da brincadeira.
E assim vamos andando, cantando e rindo.
E assim vão desfilando os dias.
(No pasa nada!)
Mas que linda história ! Embora meter isto em cena, numa colecção de apontamentos à la Carl Valentin?
(É com k...!?)
(...juntamente com as ofertas de computadores a fazer dos outros empregados públicos parvinhos)
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