Deixem-me que vos fale com franqueza. Afinal, a Pastelaria é minha. O Tony Blair tem cara de parvo. Tinha cara de parvo anglicano, tem cara de parvo católico. Claro que a presente constatação está longe de justificar que se impeça o Santo Papa de dizer de sua justiça – nem que fosse para garantir que «a terra girar em torno do sol é tão falso como não ter Jesus nascido de uma virgem». Não significa isto que esteja prestes a converter-me, tipo Zita Seabra ou assim. Acho, simplesmente, que as pessoas têm direito a enunciar o que pensam. Eu, por exemplo, penso que o Tony Blair tem cara de parvo.
Na minha opinião, o elemento que mais transforma o seu rosto naquilo a que o meu pai chamaria «uma cara mesmo boa para levar um par de estalos» é a boca. Enrugadinha, amuada, uma boca que em bom vernáculo se chama «de cu de galinha». Ao orifício oral acrescenta-se a forma petulante do nariz. As orelhas são um pouco dumbescas e entre os olhos falta espaço de manobra. (Não vou pronunciar-me agora sobre Cherie, cuja quadradura do queixo denunciará uma «forte personalidade» e cujo sorriso arrebitado nas extermidades lembra uma versão adelgaçada do Joker.) Eu sei que é do senso comum apregoar que «quem vê caras não vê corações», mas também sei onde nos conduziu o senso comum pós-moderno fazendo equivaler ignorância e conhecimento. E mais não digo.
Falava, então, de Tony Blair. Longe de mim ter pretensões a que a minha visão da sua fisionomia seja algo tão verdadeiro como o facto de o Sol nascer diariamente – pelo menos até hoje à tarde, acrescentaria Hume. Mas olhemos mais de perto. O homem responsável pelo seguidismo pavloviano dos Europeus em relação a Bush e à sua criminosa invenção das armas de destruição massiva no Iraque (já agora, o que fazer com o Kosovo?) desocupou à pressa o 10 Downing Street londrino mas não foi para o countryside escrever Mémoires [apesar de, como lembrou NSL em pertinente comentário a este post (o que deu origem ao acrescento), as suas memórias não terem sido esquecidas – e soma e segue].
Na minha opinião, o elemento que mais transforma o seu rosto naquilo a que o meu pai chamaria «uma cara mesmo boa para levar um par de estalos» é a boca. Enrugadinha, amuada, uma boca que em bom vernáculo se chama «de cu de galinha». Ao orifício oral acrescenta-se a forma petulante do nariz. As orelhas são um pouco dumbescas e entre os olhos falta espaço de manobra. (Não vou pronunciar-me agora sobre Cherie, cuja quadradura do queixo denunciará uma «forte personalidade» e cujo sorriso arrebitado nas extermidades lembra uma versão adelgaçada do Joker.) Eu sei que é do senso comum apregoar que «quem vê caras não vê corações», mas também sei onde nos conduziu o senso comum pós-moderno fazendo equivaler ignorância e conhecimento. E mais não digo.
Falava, então, de Tony Blair. Longe de mim ter pretensões a que a minha visão da sua fisionomia seja algo tão verdadeiro como o facto de o Sol nascer diariamente – pelo menos até hoje à tarde, acrescentaria Hume. Mas olhemos mais de perto. O homem responsável pelo seguidismo pavloviano dos Europeus em relação a Bush e à sua criminosa invenção das armas de destruição massiva no Iraque (já agora, o que fazer com o Kosovo?) desocupou à pressa o 10 Downing Street londrino mas não foi para o countryside escrever Mémoires [apesar de, como lembrou NSL em pertinente comentário a este post (o que deu origem ao acrescento), as suas memórias não terem sido esquecidas – e soma e segue].
Nomeado imediatamente para dirigir o Quarteto de Cordas (Estados Unidos, Rússia, Nações Unidas e União Europeia) que, em digressão pelo Médio Oriente, andou a dar música aos palestinianos e aos israelitas (recorde-se que a coisa por lá mantém-se desafinadíssima), seria convidado depois para assessor político do banco norte-americano JP Morgan, por um valor, especula-se, de 1 milhão de dólares ao ano.
Ao jornal Financial Times, Blair já tinha confessado, com candura, que sempre se interessara «pelo comércio e pelo impacto da globalização», acrescentando que «actualmente a intersecção entre a política e a economia em diferentes partes do mundo, inclusive nos mercados emergentes, é muito forte», com o «actualmente» a demonstrar que nunca lera Karl Marx.
Com a vida a correr-lhe tão bem que a única explicação só pode ser encontrada nas palavras do apóstolo Marcos: «O reino de Deus é como quando um homem lança uma semente ao solo, dorme a noite, levanta-se de dia e a semente brota e cresce alta e ele não sabe exatamente como» – ou isso, ou há tipos que nascem mesmo com o cu virado para a Lua –, pois já depois do convite milionário do JP Morgan – que com certeza por acaso é líder de um consórsio de 13 bancos de 13 países prontos a ganhar MUITO dinheiro com a famigerada reconstrução do Iraque – entra em cena o «energético» Sarkozy.
Com a vida a correr-lhe tão bem que a única explicação só pode ser encontrada nas palavras do apóstolo Marcos: «O reino de Deus é como quando um homem lança uma semente ao solo, dorme a noite, levanta-se de dia e a semente brota e cresce alta e ele não sabe exatamente como» – ou isso, ou há tipos que nascem mesmo com o cu virado para a Lua –, pois já depois do convite milionário do JP Morgan – que com certeza por acaso é líder de um consórsio de 13 bancos de 13 países prontos a ganhar MUITO dinheiro com a famigerada reconstrução do Iraque – entra em cena o «energético» Sarkozy.
Enquanto dá a palavra a Tony na reunião do Conselho Nacional do UMP que juntou em Paris cerca de 2 500 quadros do partido no poder em França (com a pronúncia do escocês a fazer Mário Soares corar de vergonha), o mais recente apaixonado de Bruni, metendo os socialistas europeus no saco como a viola, cozinha a candidatura do escocês a Presidente da União Europeia, um dos novos tachos consignados pelo Tratado de Lisboa, aquele de que o nosso Sócrates tanto se orgulhou antes de passar a batata quente do Kosovo à Eslovénia.
Agora digam-me. O homem terá cara de parvo, mas de parvo tem o quê? Nada. Se calhar é mesmo da Graça divina que, como se sabe, é misteriosa.
Para finalizar, dois vídeos. Um do próprio a dizer piadas brejeiras em francês (e ainda falavam do Levanta-te e Ri!). O outro de Julio Sosa a cantar Cambalache. À laia de consolo musical para o século XXI.
Agora digam-me. O homem terá cara de parvo, mas de parvo tem o quê? Nada. Se calhar é mesmo da Graça divina que, como se sabe, é misteriosa.
Para finalizar, dois vídeos. Um do próprio a dizer piadas brejeiras em francês (e ainda falavam do Levanta-te e Ri!). O outro de Julio Sosa a cantar Cambalache. À laia de consolo musical para o século XXI.
14 comentários:
Gostei de orelhas «dumbescas».
O homem não é nada parvo, para além disso vão lhe pagar milhões para andar a escrever as suas memórias (e dizia a Ana que ele não se tinha recatado para isso...).
NSL
exactamente, tem cara de parvo mas não é parvo. quanto às Mémoires, se chegar a Presidente vão valer muito mais no mercado livreiro.
Charlie's Enormous Mouth
1) "Quem vê caras, vê corações". Nunca tive muitas dúvidas e cada vez tenho menos.
2) "Avaliar sempre um homem pela mulher com quem é casado (ou coiso). E vice versa". Este é meu e raramente falha. O Tony e a Cherie (plamordedeus... "Cherie"... é preciso dizer mais alguma coisa?), esses, então, conduzem o neo-provérbio à glória.
Ó Leopardo, olha que um best-of da carinha de ratazana-oh-so-cute da Cherie também dava muita graça à Pastelaria...
Não se deve gozar com o futuro presidente da Europa e fazedor de paz no Médio Oriente. Ele nasceu com o dom de fazer coisas grandiosas (como o nosso Paulo Portas quando resolveu o problema dos trabalhadores da Bombardier).
ó pá, vi-te na caixa de comentários do arrebenta e vim cá saudar-te!
aproveito e venho para a sessão de chapada... estes gajos são capazes de tudo, vender o cu e 8 tostões para mais um poderzinho, um cadeirãozinho, para chegar ao topo da carreira. a lógica é sempre a mesma. o Sarko também anda muito religioso ortodoxo e católico ainda por cima, até a igreja da scientologia tem andado nas palminhas... se o Sócretino lhes segue o exemplo, vamos ter as romarias de Fátima e as missas de domingo, nos 4 canais nacionais mais o 5 que aí vem, alternendo com os futebóis... parece-me que vou pedir asilo político, não sei muito bem ainda aonde, vou estudar a questão, isto de ser ateu já era um problema mas agora cada vez mais!
gosto desta pastelaria. aqui ao menos não se corre o risco de apanhar diabetes! estas novas receitas de doçaria não conventual são um mimo... espero que haja um pequeno espaço para não fumadores, não é que eu não fume, mas fumo pouco e, para além duma certa conta, provoca-me irritações nos olhos e na garganta...
Sugestão grátis: adopta outro tipo de caracteres. Este que estás a usar agora (TMR) é pesadão e cafona. Como és orgulhosa, não vais talvez ligar à minha sugestão, mas fazes mal. O teu blog tem um visual antiquado. Ciao.
oh nik, o ciao em vez de xau é que te denunciou mas como eu não sou da ASAE fica à vontade
Continuarei à espera do post-complementar-Cherie...
"visual antiquado" até que é bem catita... digo eu que acabei de curtir que nem um castor (vénia à menina Alice) os DVD de Bowanga Bowanga! e Devil Monster (stay tuned).
Cafona? antiquado? Orgulhosa? TU VAI É DANÇAR O VIRA NÚMERO SETE (7) E IDEM O 13, 12, 15, E DEPOIS TOCA AS CAMPAINHAS. NÃO RESPONDAS. OUVISTE?
AI.
FREUD
A minha mão, tenho a certeza, assentaria na perfeição na cara do Toni. Mas, confesso, tenho coisas bem mais interessantes para fazer com as mãos.
Grande abraço, ana.
joão, a cherie não escapa, dá-me só um tempinho para a apanhar desprevenida
e-ko, na pastelaria, o lema é: vicíos e virtudes é tudo privado
freud, agradeço a solidariedade mas não sou particularmente freudiana
confúcio, obrigada pela visita
nem é preciso chegar à punchline, basta ouvi-lo falar francês para haver risota...
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