Texto e foto enviados por José Agostinho Baptista para a Pastelaria e que com muita honra se publicam
ASAE ... Entretanto, o coelhinho beirão, que ao fim de tantos anos acabou por comprar uma Gillette Mach 3 Turbo, made in largo do rato, e quis limpar a sua face poluída, como acólito supremo do sistema maçónico e tenebroso, fala da grandiosidade do paraíso sochialista que já esqueceu os entre-os-rios e todas as outras tragédias lusitanas e democráticas. Casas pias, apitos dourados, e outros que tais, como, por exemplo, o roubo de galinhas no quintal da princesa de Caneças. Para eles, é tudo igual.
Eu também seria capaz de amar este e outros homens da mesma estirpe, se tivesse o orgulho nacional de ter perdido todos os jogos do Campeonato do Mundo de Rugby e fosse o lobo que já não existe em serra nenhuma de Portugal. Eu seria capaz de amar o primeiro-ministro com o meu nome próprio (que infelicidade a minha, meu pai!) e outro (apelido?) de um grego maluco e genial, eu seria capaz de amar este rapaz quarentão e elegante que inventou cursos superiores (?) e gosta de percorrer, seminu, as cidades decadentes da sua Europa. Que corpo aceitável, se ao menos, por dentro, tivesse uma alma...
Depois, eles surgem, flamejantes, os rambos do novo fascismo, os fiscais castradores do prazer e da economia. Os lacaios do "homem melhorado". Com os seus blazers da Maconde, invadem cidades, litorais e serras, oferecem chocolates e gelados às criancinhas, manipulando-as até à delacção. Medronho caseiro, "rancho", "dobrada" chouriços que não passam pelos famosos computadores nacionais do primeiro-ministro doutor-engenheiro-imperador, corredor de maratonas da treta, frio e cibernético homem moderno que acha que nas Beiras e em Trás-os Montes os que lá vivem devem fazer farinheiras informatizadas, tudo deverá ser proibido e penalizado com coimas para o Estado da penúria.
Por isso, os rambos lusitanos, à boa maneira dos Reagan, Ford e Bush, depois de despirem os blazers que lhes realçam a pança, trazem à presença dos pais e familiares das crianças ludibriadas, as suas verdadeiras vestes de polícias de choque. São estes representantes do mau-gosto, da destruição da sensibilidade e do prazer que querem zelar pelos nossos hábitos (pela nossa saúde, salvo seja), líquidos e sólidos. Heróis do homem novo (?) é vê-los, intrepidamente, a invadir o dia-a-dia de quem só quer degustar. Destroem tudo, menos o que não presta. Impõem pizzas e hamburgers, coca-cola e sumol, sumos diversos a martelo, fumos de fábricas e automóveis, mas do demoníaco tabaco, nunca.
Manipuladas pela TV, as mentes escravizadas olham para o lado e aceitam. Os "pivôs" (que palavrão das modernas mentiras ortográficas) dirigem-se-nos, impávidos ou sorridentes, quer anunciem a dor ou a morte, ou um concurso de parolos. Cumprem a mensagem dos chefes, sejam eles do capital ou da política, irmãos siameses da mesma desgraça. Muito futebol (mau futebol), axns e doutores house, ou a burguesia entulhada em psiquiatras e farmácias. Vivam os pachecos e os marcelos, as águas pôdres do pântano, e o nosso querido presidente que desde Boliqueime só viu as praias à distância.
6 comentários:
"As aventuras do Zé Agostinho no País-Que-Proíbe-Os-Galheteiros"
Edições Portugal Depenado
Cada vez tenho mais gosto em frequentar esta pastelaria.
armando, terei, então, acertado nas tintas e nos poetas?
Excelentes bolas de berlim!
José Agostinho, grande senhor texto.
Um abraço, com ombros e tudo.
Miriam Assor
Há quem acerte em tudo e há quem (eu) venha verificar o acerto e fique deliciado.
Enviar um comentário