Gonçalo Amaral, o responsável da PJ pela investigação desse case study que é o desaparecimento de Madeleine, foi demitido por ter vindo a público afirmar que a polícia inglesa andava a favorecer o casal McCann. Sem qualquer pingo de fair play, o homem assumiu o papel do elefante numa loja de cristais. Alberto Costa, relutante até agora em pronunciar-se sobre o caso, apressou-se a vir dizer que concordava com a demissão: «É um acto da competência do director nacional da PJ (Alípio Ribeiro) que eu aprovo», explicou o ministro, numa demonstração rápida e inequívoca de espírito democrático.
A tragédia do desaparecimento da criança vem-se transformando, assim, numa novela burlesca, reedição patética do Ultimatum inglês de 1891, quando a Inglaterra negou a Portugal o seu Mapa Cor-de-Rosa e dividiu o continente africano a seu bel-prazer.
No presente, e na ausência de qualquer mapa que localize a menina, consta que o casal McCann solicitou a ajuda de Gordon Smith, um cabeleireiro inglês paranormal que já se mostrou disponível para entrar em contacto com as forças espíritas que o habitam, no caso gratuitamente, ao contrário do advogado de Pinochet contratado pelos arguidos para se defenderem de Gonçalo Amaral, e que leva para cima de um dinheirão.
Enquanto decorre este braço-de-ferro Portugal/Inglaterra e não se avista nenhum Pantera Negra para marcar golos (Gonçalo Amaral expulso com cartão vermelho), esquecidos os episódios Santana Lopes e Scolari e o país entretido com os computadores distribuídos pelo Governo (que, contas feitas, são mais caros dos que os iguais vendidos na Worten), José Sócrates, oficialmente reconhecido engenheiro por mérito próprio, conquista a Europa empunhando nos intervalos a bandeira dos Direitos do Homem, apesar de ter trocado o Dalai Lama por umas quantas lojas chinesas (e não foi a Zézinha quem me mandou escrever isto).
Quando voltar ao activo retomará certamente o seu papel de timoneiro mobilizador das massas, de grande homem de marketing e propaganda, fazendo-nos acreditar que acredita «com deslumbrado ardor, em coisas inacreditáveis — na mocidade iniciadora; na contrição dos velhos partidos pecadores; na alma quinhentista de Portugal ressurgindo; no despertar de um povo, com a vontade bem consciente, e formulada em comícios, de ser novamente esforçado e grande!»
Era já isto que Eça pensava de Antero e sabe-se como o poeta acabou mal: meteu-se num duelo com Ramalho e um dia, mais tarde, suicidou-se. Sócrates, de outra fibra, mais depressa dará talvez de frosques, na senda gloriosa de Guterres e Barroso, agora que pôde apreciar as delícias do além-fronteiras. Saber inglês é meio caminho andado para se ir lá para fora.
Eu, pobre bloguista, retida neste jardim à beira-mar cantado entre outros por O'Neill, fico-me por estas cantiguinhas que vos ofereço humildemente, caros visitantes. Pirosas mas felizes. E também a mim me apetecia volare daqui para fora. Mas como bem escreveu O'Neill noutro poema: «Você nunca quis ver noutros países?/ - Bem queria, Sr. O'Neill! E... as varizes?»
A tragédia do desaparecimento da criança vem-se transformando, assim, numa novela burlesca, reedição patética do Ultimatum inglês de 1891, quando a Inglaterra negou a Portugal o seu Mapa Cor-de-Rosa e dividiu o continente africano a seu bel-prazer.
No presente, e na ausência de qualquer mapa que localize a menina, consta que o casal McCann solicitou a ajuda de Gordon Smith, um cabeleireiro inglês paranormal que já se mostrou disponível para entrar em contacto com as forças espíritas que o habitam, no caso gratuitamente, ao contrário do advogado de Pinochet contratado pelos arguidos para se defenderem de Gonçalo Amaral, e que leva para cima de um dinheirão.
Enquanto decorre este braço-de-ferro Portugal/Inglaterra e não se avista nenhum Pantera Negra para marcar golos (Gonçalo Amaral expulso com cartão vermelho), esquecidos os episódios Santana Lopes e Scolari e o país entretido com os computadores distribuídos pelo Governo (que, contas feitas, são mais caros dos que os iguais vendidos na Worten), José Sócrates, oficialmente reconhecido engenheiro por mérito próprio, conquista a Europa empunhando nos intervalos a bandeira dos Direitos do Homem, apesar de ter trocado o Dalai Lama por umas quantas lojas chinesas (e não foi a Zézinha quem me mandou escrever isto).
Quando voltar ao activo retomará certamente o seu papel de timoneiro mobilizador das massas, de grande homem de marketing e propaganda, fazendo-nos acreditar que acredita «com deslumbrado ardor, em coisas inacreditáveis — na mocidade iniciadora; na contrição dos velhos partidos pecadores; na alma quinhentista de Portugal ressurgindo; no despertar de um povo, com a vontade bem consciente, e formulada em comícios, de ser novamente esforçado e grande!»
Era já isto que Eça pensava de Antero e sabe-se como o poeta acabou mal: meteu-se num duelo com Ramalho e um dia, mais tarde, suicidou-se. Sócrates, de outra fibra, mais depressa dará talvez de frosques, na senda gloriosa de Guterres e Barroso, agora que pôde apreciar as delícias do além-fronteiras. Saber inglês é meio caminho andado para se ir lá para fora.
Eu, pobre bloguista, retida neste jardim à beira-mar cantado entre outros por O'Neill, fico-me por estas cantiguinhas que vos ofereço humildemente, caros visitantes. Pirosas mas felizes. E também a mim me apetecia volare daqui para fora. Mas como bem escreveu O'Neill noutro poema: «Você nunca quis ver noutros países?/ - Bem queria, Sr. O'Neill! E... as varizes?»
10 comentários:
Não sei se posso dizer isto aqui.
Lembrei-me agora daquele famoso anúncio que promove o turismo nacional: "vá para fora cá dentro" e que uma maliciosa marca de preservativos retocou: "Preservativos Portugal, com Preservativos Portugal venha-se para fora cá dentro"
E assim vai o País.
Na Pastelaria os comentários são livres e os seus responsáveis exercerão o direito democrático de correr com os comentaristas indesejáveis. Resumindo: aqui quem manda sou eu. E assim vai o país.
democracia é uma seca.
A Inglaterra impediu Portugal de impor o Mapa Cor-de-Rosa e não o contrário.
Cuidado com a prepotência democrática! Nós comentaristas qualquer dia ainda fazemos um motim na pastelaria, qual motim na bounty!
Milú, coro de vergonha!!!! Já corrigi o imperdoável disparate
Todos os disparates se te podem perdoar, mas não o de chamares piroso ao Domenico Modugno, um dos cantores preferidos da minha adolescência. O Modugno está para Nápoles como a Amália para Lisboa. Tu farás uma pequena ideia de quem é este senhor?
Se não soubesse não o tinha convidado para a Pastelaria. Eu gosto de coisas pirosas. Algumas e às vezes. Sem ofensa para a sua adolescência.
Acha a Amália pirosa?
Desculpe, o inquérito é para onde?
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