A invasão de uma propriedade de milho transgénico em Silves, no Algarve, vem gerando polémica. De Cavaco Silva a Miguel Portas, passando pelo Ministro da tutela e pelo fracturante Francisco Louça, não falta quem se tenha pronunciado sobre o que alguns classificaram como um acto de desobediência civil: a favor, contra, ou bom... talvez... será?... está a acusar-me de alguma coisa? Os invasores, ao que parece, vão responder em tribunal, mas só os portugueses (participantes minoritários) porque os estrangeiros em cruzada contra o milho transformado, segundo informação da GNR, espertos, não levaram BIs para a manifestação. Para não dizer asneiras, não vou dar opinião sobre os transgénicos. Se alguém viesse aqui à Pastelaria explicar devidamente a coisa, era um favor que me fazia (e aos leitores do blogue, suponho). O mais curioso, contudo, é que se, por um lado, Silves abre as portas a uma das formas de agricultura mais ecologicamente controversas, por outro, afirma-se disponível para a criação no concelho de um centro de reprodução do lince ibérico, o que já levou ao protesto do presidente da câmara de Penamacor, sob a alçada de quem se encontra o centro da Malcata, associação que está na origem do repovoamento deliberado da região por coelhos, animais igualmente amorosos mas bem abaixo, claro, dos linces na tabela da cadeia alimentar, e agora o que fazer (lhes), como diria o outro. Bom, no meio disto tudo, o lince de Silves (que não existe) parece que só apareceu no Algarve porque foi preciso oferecer alguma coisa à Comunidade Europeia, em troca da licença e financiamento da barragem local de Ó-de-Louca cujo impacto ambiental não será de somenos. Expedientes políticos a que, naturalmente, os linces, os coelhos e o milho serão alheios. Pena é que os linces não sejam vegetarianos. Dava-se-lhes o milho e acabava-se com a história. Sobrava ainda o problema dos coelhos. A esses, alguém que os comesse que não eu. Antes pipocas transgénicas.
22/08/07
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