22/06/07

Misturas pornográficas

Ontem, no jornal Público, a coluna de Nuno Pacheco intitulava-se «Eros também envelhece» e, pelo que percebi, surgia a propósito da vinda a Portugal de Cicciolina, uma pornostart de origem húngara que chegou a deputada do parlamento italiano. A dada altura escreve Nuno Pacheco: «Em 1974, milhares de criaturas correram aos cinemas para ver o que em muitos anos a censura lhes tinha negado. E lá vieram o Último Tango em Paris, Emmanuelle, Garganta Funda e uma lista incontornável de subprodutos onde a palavra sexo luzia como carimbo.» Para lá da irritação que me provoca a palavra incontornável, não percebo sobretudo uma coisa: o que faz O Último Tango em Paris ao lado de subprodutos, mesmo dos incontornáveis?

11 comentários:

João Lisboa disse...

Ora aí está um filme - O Último Tango - de que não consigo perceber o mito à volta (descontando, por cá, o chamado "condicionalismo histórico"): só há meia dúzia de anos o vi na tv e, óbalhamedeus, que supina bosta!...

Já o "Garganta Funda" é, indiscutivelmente, um clássico.

Ana Cristina Leonardo disse...

Bom,o mito chama-se, em primeiro lugar, Marlon Brando. E estando em total desacordo contigo no caso da «supina bosta» (muito gostas tu de ser do contra...), não posso argumentar em relação ao Garganta Funda porque nunca o visionei. Recordo, contudo, o momento em que vi o primeiro filme pornográfico, julgo que no antigo Politiema, acompanhada de uma amiga e dois amigos. O arrumador foi preciso na distribuição dos lugares: «As meninas ao meio». Dava um bom título porno.

Ana Cristina Leonardo disse...

Acho que não foi no Politiema, mas sim no Odeon.

Anónimo disse...

de referir que o garganta funda deve ter a melhor fala de uma personagem feminina de tudo o que é filme porno:

"importas-te que fume enquanto estás a comer?".

Armando Rocheteau disse...

Gosto muito de cinema.
Acho o Último Tango um grande filme. Fala, entre outras coisa, da importância, ou não, do passado nas relações.
Confesso que gostei do Garganta Funda. Tem diálogos geniais e é, à sua maneira, uma homenagem a Freud.
Do Emanuel não gostei.
Gosto de cinema.
Abraço

Ana Cristina Leonardo disse...

Armando, abraço e boas fitas.

Zé do Telhado, bem vindo à Pastelaria, onde é permitido fumar à vontade

João Lisboa disse...

"E estando em total desacordo contigo no caso da «supina bosta» (muito gostas tu de ser do contra...)"

Leopardo: estava animado das melhores intenções quando, um belo dia, perante a têvê, me apercebi do que iria ser exibido (estava mesmo pronto a ajoelhar perante a obra-prima!), dei o meu melhor, mas... foi impossível: entre as cãimbras no diafragma de tanto rir e a reparador sono final, houve por ali uma avaliação que não me parece yer sido lá muito positiva.

João Lisboa disse...

E é PolitiAma.

Ana Cristina Leonardo disse...

Lembro-me da cena da foto deste post, quando o brando fala da mulher, julgo. Acaba com ele a dar um murro na parede, salvo erro. E faz um medo do caraças. Ou seja, não me me provocou cãimbras no diafragma de tanto rir. Mas vou rever o filme um dia destes, para tirar teimas. Numa coisa terás razão: a Maria Schneider dizia que, como o Bertolucci não sabia bem inglês, algumas frases do filme ficaram um pouco absurdas

Anónimo disse...

Que interessante coincidência, a mim também de disseram o mesmo no Politeama.

Devia ser hábito...
Desculpa, lembrei-me que não gostas de reticências.

Nem de "traço".

Entre outras coisas.

Ana Cristina Leonardo disse...

Olá Garrida! As meninas no meio devia ser uma moda do saudoso Politiema...