16/12/22

MEDITAÇÃO DE SEXTA: «É A VIDA»

 «... Um parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (sublinho: do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e não do Episcopado Católico Português…) levanta pertinentes e fundamentadas questões [no que respeita aos projectos-lei sobre a morte medicamente assistida]. (...)

 Terminada a leitura do parecer (parecer 116, [respeitante aos projectos-lei sobre a morte medicamente assistida] disponível online no site do CNECV), ressurge a atanazar-me, qual mãe de Woody Allen no céu de Nova Iorque, o debate sobre o famigerado Acordo Ortográfico que resultou na sua aprovação pelos deputados da República — apesar de todos os sinais de alarme e críticas devidamente sustentadas e especializadas —, teimosia cingida por um clima insuflado de fanatismo em que os críticos da decapitação a eito das consoantes mudas eram acusados de conservadorismo serôdio e mimoseados com a invectiva de “Cambada de Velhos do Restelo!”, enquanto os seus defensores brandiam o antigo PH de farmácia (desprezando o facto do antigo PH, lendo-se F, em nada alterar a fonética…) com a mesma exaltação com que se imagina os antigos Cruzados branderiam a cruz de Cristo. Tristezas! (...)»

2 comentários:

Luís Lavoura disse...

O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida é uma correia de transmissão do Episcopado Católico Português. Não deve ser confundido com uma correia da transmissão do Partido Comunista Português. O que não quer dizer que, ocasionalmente, as duas coisas não possam ser parecidas.

Anónimo disse...

«Impatos», «riâção», «contato», «pato de estabilidade», entre uma miríade de outras deformidades linguísticas, tudo isso já se ouviu e leu desde a aplicação do inefável AO90. O horror, o horror, como dizia o outro.

Manuel Monteiro