30/12/22

MEDITAÇÂO DE SEXTA: «DA CIDADE E DO CAMPO»

«Se a vida lhe der limões, faça uma limonada, recomendam os aficionados do doutor Pangloss. E agora numa versão pessoalíssima, que me absolvam os vegans irredutíveis: se um vizinho lhe der um galo descabeçado, depene-o!

(...) Mas não seria sequer tema – o tema do galo descabeçado com penas – se não aproveitasse a ocasião para invocar os versos iniciais do conhecido e certeiro poema As Pessoas Sensíveis de Sophia de Mello Breyner: “As pessoas sensíveis não são capazes / De matar galinhas /Porém são capazes / De comer galinhas”.

Há coisas que, parecendo que não, batem sempre certo. Por exemplo. Quando perguntada há dias sobre qual o livro que gostaria de receber de presente no Natal, Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, referiu a este jornal Misericórdia de Lídia Jorge, acrescentando: “Presumo que seja emocionalmente duro, mas também por isso mesmo”. E como assim se prova, a distância entre literatura, leitores sensíveis e galinhas sem cabeça não é tão grande quanto imaginar se possa. (...)»

2 comentários:

Miguel disse...

"Rotundas à Tati" também existem no campo. Basta uma aldeiazinha com um cruzamento apertado e temos espectáculo para toda a família. Eu já as encontrei por aí. Os aldeões todos se conhecem. Os turistas, os condutores de carga e outros passantes, não. Há um polícia sinaleiro improvisado e uma hierarquia de substitutos para todas as ocasiões. É um espectáculo muito divertido, óptimo para as crianças (o meu filho adora), um momento de convívio em que todos os participantes se divertem (os automobilistas, menos). Os insultos e as cenas de pugilato são esporádicos.
Bom ano!

(Ah, e muitas vezes há tractores ao barulho. )

Ana Cristina Leonardo disse...

Aqui não há nada disso. Nem rotundas. :)