Não se trata de relativismo moral ou outro. Trata-se de não confundir a árvore com a floresta. No fim, trata-se de saber se esta guerra vai resultar, ou não, no reforço dos direitos humanos e da democracia no mundo.
Excerto traduzido
«Metade dos países africanos não votou com os ocidentais [contra a Rússia na Assembleia Geral da ONU]. Entre eles estavam grandes países africanos como a África do Sul, Etiópia e aliados bastante leais. A maioria dos países árabes absteve-se. Há uma espécie de contraste entre uma unidade ocidental reencontrada e o resto do mundo que se mostra relutante.
A URSS desempenhou um papel importante na descolonização e na luta contra o apartheid e muitos africanos sentem que iriam trair essa amizade com Moscovo. Isto não significa que apoiem a invasão da Ucrânia, mas existe neles algum tipo de fidelidade. Mas há outra coisa, o principal parceiro desses países africanos é a China, e eles também não vão votar contra a China. E outra coisa ainda: os refugiados africanos foram maltratados quando cruzaram a fronteira entre a Ucrânia e a Polônia. [... ]
O Homem Branco parece apaixonado e hipnotizado por esta guerra, enquanto muitos destes países, nunca tendo deixado de viver em estado de guerra, não lhe suscitaram preocupaçõe semelhantes [... ] Também houve a Índia, apesar de membro do QUAD, que se absteve. [...] 70% do arsenal militar indiano é fornecido pela Rússia [... ]
É verdade que o nascimento do Estado e do direito internacional situa-se geograficamente na Europa. Daí resulta que a própria ideia de comunidade internacional é uma ideia ocidental. A ONU foi criada, sobretudo, pela vontade de um presidente americano.Assim, é fácil confundir a comunidade internacional e o mundo inteiro [...]
Clausewitz tinha razão: "Quando uma guerra começa, há muita poeira à sua volta".
"Não sou especialista em matéria militar e não acredito nos especialistas não militares que, ao contrário de mim, ousam falar sobre a situação militar na Ucrânia. Estou à espera do fim da guerra para ver o que se passou".»
1 comentário:
Boa pergunta ...
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