Pois é. Somos do Sul, madraços e piegas, mandamos escarretas no eléctrico, não apanhamos a merda dos cães, não devolvemos carteiras perdidas e até elegemos o Isaltino por interposta pessoa.
Já os austríacos são um povo culto e civilizado. A extrema-direita morfou 21,5% dos votos...
Isto de não comer de boca aberta tem muito que se lhe diga.
30/09/13
MOMENTO DA NOITE!!!!! MOMENTO DA NOITE!!!! MOMENTO DA NOITE!!!!
"Isto é uma debacle", José Sócrates.
29/09/13
26/09/13
14/09/13
12/09/13
Crónica do Farol
Se, de acordo com o Génesis, foi Adão quem deu nome a todos as criaturas, de acordo com os estudos clássicos foi Aristóteles o primeiro a classificá-las. Sistematicamente. Teologia e filosofia à parte, já toda a gente viu uma criança a fazer “montinhos” de coisas, reunindo-as homogeneamente pela cor, forma, quantidade, etc. A minha geração, pelo menos, lembrar-se-á decerto dos cartoons publicados durante décadas na imprensa, e que consistiam em dois desenhos só na aparência iguais: o título era “Descubra as Diferenças” (este e outros passatempos foram substituídos a posteriori pelo Sudoku, um quebra-cabeças oriental que também terá contribuído, muito antes de ter entrado em vigor o (des)Acordo Ortográfico, para a decadência das Palavras Cruzadas).
Não estarei longe da verdade se arriscar que “fazer montinhos” parece constituir característica essencial da natureza humana: dos jogos infantis à taxonomia científica, reunir e classificar afiguram-se bons candidatos à segunda mais velha profissão do mundo. Tenho para mim que de todos os conjuntos possíveis compostos por elementos humanos – seres que apreciam/detestam gelatina, seres que diabolizam/aplaudem o Tribunal Constitucional, etc. – os conjuntos mais díspares entre si são os que contêm as pessoas que gostam/não gostam de ilhas. Dentro do conjunto das pessoas que gostam de ilhas, existe o subconjunto das pessoas que gostam de ilhas pequeninas. E, dentro deste, o subconjunto constituído pela personagem criada por D. H. Lawrence. Claro que a conhecida frase de John Donne “Nenhum homem é uma ilha” vem baralhar o raciocínio (qualquer que ele fosse). E agora perdi-me. (Quem nunca se perdeu numa ilha que atire a primeira pedra).
Não estarei longe da verdade se arriscar que “fazer montinhos” parece constituir característica essencial da natureza humana: dos jogos infantis à taxonomia científica, reunir e classificar afiguram-se bons candidatos à segunda mais velha profissão do mundo. Tenho para mim que de todos os conjuntos possíveis compostos por elementos humanos – seres que apreciam/detestam gelatina, seres que diabolizam/aplaudem o Tribunal Constitucional, etc. – os conjuntos mais díspares entre si são os que contêm as pessoas que gostam/não gostam de ilhas. Dentro do conjunto das pessoas que gostam de ilhas, existe o subconjunto das pessoas que gostam de ilhas pequeninas. E, dentro deste, o subconjunto constituído pela personagem criada por D. H. Lawrence. Claro que a conhecida frase de John Donne “Nenhum homem é uma ilha” vem baralhar o raciocínio (qualquer que ele fosse). E agora perdi-me. (Quem nunca se perdeu numa ilha que atire a primeira pedra).
05/09/13
E a Síria tão longe
"A Síria é hoje o terreno mais minado para a manipulação dos factos. Regime e oposição (oposições), aliados e inimigos, participam interesseiramente numa campanha de desinformação destinada a justificar e permitir acções favoráveis a um ou outro lado.
Bashar al-Assad é um ditador cruel e assassino. Se precisar de utilizar, em desespero de causa, armas químicas, utiliza sem hesitações. Os grupos de oposição a Assad são cruéis e assassinos. Se precisarem de provocar um ataque químico (eles têm armas químicas) para instigar uma intervenção internacional, num momento em que militarmente estão quase derrotados, utilizarão as armas sem qualquer hesitação. Se tivessem armas nucleares também as usariam.
A França, os EUA, o Reino Unido sabem disso muito bem. Tem os seus serviços no terreno e “conselheiros” especiais junto de alguns grupos da oposição síria. Se Assad usou as armas químicas, iranianos e russos, sabem muito bem se tal é verdade ou não, porque também estão presentes no terreno. E não é num escritório com ar condicionado numa zona segura de Damasco. Ou seja, todos sabem, menos nós. Nós somos a carne de canhão da “opinião pública” destinada a legitimar o apoio a um ou a outros. Para nós, sobra o outro lado da guerra, o da desinformação, hoje tão fácil de fazer usando as redes sociais, filmes de telemóvel que não se sabe se são verdadeiros ou não, mas circulam. Imagens fortes destinadas a obter ganhos nas opiniões públicas são distribuídas com a menção em letras pequenas de que “não houve verificação independente”. Os jornalistas e os militantes de todas as causas simplificam e arranjam bons e maus, para ajudar á mobilização. Veja-se a Líbia, ou, para outros gostos, o Iraque. A França, que ainda acha que a Síria está na sua área de influência depois de a ter reivindicado na partilha do império otomano com o argumento dos reinos normandos das cruzadas, quer intervir, mas não tem meios. Precisa do Reino Unido e dos EUA, em que há também vontade de intervir para limitar geopoliticamente uma Rússia que, cada vez mais, assume a política soviética e pôr na ordem o Irão.
Podemos tentar aplicar a racionalidade. Assad sabe que as armas químicas são a “linha vermelha”, alguém tem que fazer alguma coisa para que essa “linha” seja ultrapassada. Assad na actual situação militar, que lhe é favorável, não precisa de usar armas químicas. Pelos vistos dizem que ele as usou, certamente para provocar sem necessidade uma resposta militar, nem que seja apenas punitiva. Racionalmente seria uma imbecilidade, mas é possível. Do lado dos grupos da oposição, também se sabe que a “linha vermelha” são as armas químicas, logo a racionalidade é fazer uma provocação qualquer para comprometer o regime e forçar a mão de americanos, franceses e ingleses. Os civis não contam para nada. Racionalmente seria assim, mas neste lado do mundo a crueldade absoluta anda à solta. Vamos continuar a ver na televisão.", José Pacheco Pereira."
Bashar al-Assad é um ditador cruel e assassino. Se precisar de utilizar, em desespero de causa, armas químicas, utiliza sem hesitações. Os grupos de oposição a Assad são cruéis e assassinos. Se precisarem de provocar um ataque químico (eles têm armas químicas) para instigar uma intervenção internacional, num momento em que militarmente estão quase derrotados, utilizarão as armas sem qualquer hesitação. Se tivessem armas nucleares também as usariam.
A França, os EUA, o Reino Unido sabem disso muito bem. Tem os seus serviços no terreno e “conselheiros” especiais junto de alguns grupos da oposição síria. Se Assad usou as armas químicas, iranianos e russos, sabem muito bem se tal é verdade ou não, porque também estão presentes no terreno. E não é num escritório com ar condicionado numa zona segura de Damasco. Ou seja, todos sabem, menos nós. Nós somos a carne de canhão da “opinião pública” destinada a legitimar o apoio a um ou a outros. Para nós, sobra o outro lado da guerra, o da desinformação, hoje tão fácil de fazer usando as redes sociais, filmes de telemóvel que não se sabe se são verdadeiros ou não, mas circulam. Imagens fortes destinadas a obter ganhos nas opiniões públicas são distribuídas com a menção em letras pequenas de que “não houve verificação independente”. Os jornalistas e os militantes de todas as causas simplificam e arranjam bons e maus, para ajudar á mobilização. Veja-se a Líbia, ou, para outros gostos, o Iraque. A França, que ainda acha que a Síria está na sua área de influência depois de a ter reivindicado na partilha do império otomano com o argumento dos reinos normandos das cruzadas, quer intervir, mas não tem meios. Precisa do Reino Unido e dos EUA, em que há também vontade de intervir para limitar geopoliticamente uma Rússia que, cada vez mais, assume a política soviética e pôr na ordem o Irão.
Podemos tentar aplicar a racionalidade. Assad sabe que as armas químicas são a “linha vermelha”, alguém tem que fazer alguma coisa para que essa “linha” seja ultrapassada. Assad na actual situação militar, que lhe é favorável, não precisa de usar armas químicas. Pelos vistos dizem que ele as usou, certamente para provocar sem necessidade uma resposta militar, nem que seja apenas punitiva. Racionalmente seria uma imbecilidade, mas é possível. Do lado dos grupos da oposição, também se sabe que a “linha vermelha” são as armas químicas, logo a racionalidade é fazer uma provocação qualquer para comprometer o regime e forçar a mão de americanos, franceses e ingleses. Os civis não contam para nada. Racionalmente seria assim, mas neste lado do mundo a crueldade absoluta anda à solta. Vamos continuar a ver na televisão.", José Pacheco Pereira."
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