[Bill Gates] Questionado sobre se concordava ou não com o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que apelou na noite passada – no seu discurso anual sobre o Estado da União – ao aumento dos impostos pagos por milionários, Bill Gates admitiu que “os Estados Unidos têm um enorme défice e que, por isso, os impostos vão ter de subir”.
“E eu certamente concordo que eles deverão aumentar mais para os mais ricos do que para as outras pessoas”. “Isso é apenas justiça”, disse Gates.
“Espero que possamos resolver o problema do défice com um sentimento de sacrifício partilhado. Toda a gente sentiria que está a fazer a sua parte. E neste momento eu não sinto que pessoas como eu estejam a pagar os impostos que deveriam pagar”, concluiu Gates.
De recordar que, ontem à noite, Obama centrou o seu discurso nas enormes desigualdades existentes nos EUA: “Nenhum desafio é mais urgente” e “nenhum debate mais importante” do que a desigualdade económica, “num país onde um número cada vez menor de pessoas vive muito bem, enquanto um número crescente de americanos mal consegue subsistir”.
“Precisamos de reformar o nosso código fiscal para que pessoas como eu e muitos membros do Congresso paguem a sua justa fatia de impostos”, disse.
Obama não se limitou a lembrar que alguns bilionários pagam uma taxa fiscal mais pequena do que as suas secretárias – ele convidou a secretária do bilionário Warren Buffett (o terceiro homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes) para assistir ao seu discurso no Congresso e ilustrar o seu argumento.
Em Agosto do ano passado, Warren E. Buffett, pediu - num artigo de opinião no The New York Times - aos políticos que “parem de mimar os super-ricos” com isenções fiscais e aumentem os impostos aos milionários como ele próprio.
“Enquanto os pobres e a classe média lutam por nós no Afeganistão e a maioria dos norte-americanos luta para pagar as despesas, nós, mega-ricos, continuamos com as nossas extraordinárias isenções fiscais”, escreveu Buffet.
Do lado republicano, soube-se recentemente que Mitt Romney (um dos candidatos mais bem posicionados às primárias republicanas) pagou nos últimos dois anos uma taxa fiscal de apenas 13,9%, pouco mais de metade do que pessoas com a mesma média de rendimentos deveriam pagar.
Bill Gates, um dos homens mais ricos do mundo, tem nos últimos anos dedicado a sua vida a projectos de filantropia.
Nos Estados Unidos, na sequência da crise dos últimos anos, Gates e Buffet criaram a Giving Pledge, em que desafiam todos os multimilionários do país a doarem pelo menos metade das suas fortunas para causas sociais. Bill Gates e a mulher, Melinda, e Buffet comprometem-se a dar o exemplo. Mas mais de 40 multimilionários já juraram fazer o mesmo. Alguns vão mesmo dar 90 por cento de tudo o que possuem. O compromisso, que é moral e não legal, obriga-os a dar parte substancial das fortunas a instituições de solidariedade social, a organizações culturais ou directamente a quem precise.
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10 comentários:
E isso em francês cuidado. ;-)
(se bem que eu acho que, independentemente do conteúdo da carteira, há em Portugal muita gente de merda)
carlos, merda há em todo o lado; mas uma concentração tão grande de ricos pobrezinhos de espírito como nós temos - também era preciso azar, caraças
Não digo o contrário -- daí achar que «milionários de merda» é francês cuidado.
Voilá, bien cuidé
vou roubar com respetivo link :)
Para que não te falte nada na cozinha
http://www.publico.pt/Sociedade/comissao-europeia-processa-portugal-por-nao-proteger-as-galinhas-poedeiras-1530815
Fiufiu...
Se eu tivesse triliões também gostava de dar algum aos pobrezinhos.
Gostava de escrever isto em americano mas não sei o suficiente da língua.
Sorry,ma'am.
Não seja por isso, Fado. Será algo como isto:
If I had some fucking trillions, I would also like to give some fucking thing to the fucking poor.
('fucking' porque... bem, porque queria em inglês americano)
Citando Proust (noutro contexto): são de «uma magnificência de se morrer de fome»
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