31/01/12

À atenção da Gabriela Canavilhas, Inês Medeiros e etc. tão preocupadas com os artistas [fala o artista]

"Sou, obviamente, contra o Hadopi [a lei francesa que regula os direitos autorais na net]. A propriedade intelectual não existe. Sou contra a herança, por exemplo. Os filhos de um artista poderiam beneficiar dos direitos das obras de seus pais até a maioridade... Mas, depois disso, não vejo razão para os filhos de Ravel receberem direitos sobre o Bolero

"Je suis contre Hadopi, bien sûr. Il n’y a pas de propriété intellectuelle. Je suis contre l’héritage, par exemple. Que les enfants d’un artiste puissent bénéficier des droits de l’œuvre de leurs parents, pourquoi pas jusqu’à leur majorité... Mais après, je ne trouve pas ça évident que les enfants de Ravel touchent des droits sur le Boléro..."

Jean-Luc Godard

9 comentários:

Miguel Serras Pereira disse...

Hélas, Ana, c'est que, comme le chantait Brassens, "Pour reconnaître que l'on est pas intelligent, il faudrait l'être"…
Mas não conheço as senhoras que citas - quem são?

m.a.g. disse...

Nem de propósito aqui: http://www.newyorker.com/online/blogs/books/2012/01/james-joyce-public-domain.html
e aqui: http://latimesblogs.latimes.com/jacketcopy/2011/04/kate-bush-finally-gets-to-record-james-joyce.html

Ana Cristina Leonardo disse...

de facto, nem de propósito

Ana Cristina Leonardo disse...

miguel, quais senhoras?
e aqui entre nós que ninguém nos ouve, acho mesmo que o grande pecado da canavilhas é ser MUITO estúpida; o Brassens teria ficado em choque.

João Pereirinha disse...

Muito bem!Não sou muito de comentar na blogoesfera, mas esta não podia deixar passar.

Será que há alguém no arco do parlamento, ou dentro do governo que tenha lido: "Work Of Art In The Age Of Mechanical Reproduction" de Walter Benjamin, em 1936? Foi por isso que para uma cadeira de Estudos Artísticos publiquei isto(http://digartmedia.wordpress.com/2011/05/17/arte_hypertext/) [ler último parágrafo]. E por isso mesmo sou da opinião:

"Quando se pergunta porque é que as empresas portuguesas não triunfam; os espectáculos estão vazios; a música não vende; os estádios estão às moscas; as conferências não atraem pessoas; a resposta é simples: Cultura, falta de Cultura. Uma população inculta, onde quarenta percento nunca utilizaram a internet; que nunca leu Kafka, Tolstói, Walter Benjamin, Hemingway, Tony Judt, Fitzgeral, Tchékhov, Brecht, Marinetti, etc. etc."
em Carta aberta ao Ministro da Educação (joaopereirinha.blogs.sapo.pt).

Porque é que cineastas como o próprio Godard, R. Rossellini, Ingmar Bergman ou mesmo Peter Brook (encenador) se viraram para a televisão entre os anos 60 e 90? Porque o que interessa é a arte, e eles sabem que o cinema é uma arte de reprodução por natureza, e o mais importante é que essa arte seja reproduzida, multiplicada e chega ao maior número de pessoas possível.

João Pereirinha

Zé Navarro disse...

Ganda farsolas! Vai lá pedir-lhe um filmezito emprestado e verás a volta que levas. Ele também já disse tudo e o seu contrário mais um queijo.

Ana Cristina Leonardo disse...

João, também acho que se fossemos mais cultos seria mais fácil

Zé Navarro, porquê pedir-lhe um filme emprestado se posso gamá-lo? A título individual, claro.

Zé Navarro disse...

Vou publicar um livro com as tuas crónicas. Depois pago-te um café.

Ana Cristina Leonardo disse...

és demasiado simpático, mas acho que ainda não tenho crónicas suficientes para um livro. mas se quiseres roubar algumas, ff.
não esqueças, porém, que uma das minhas filhas ainda é menor e a crise promete.