Morreu Christopher Hitchens. De cancro. Aos 62 anos. Um dos mais veementes opositores da religião organizada.
Houve cristãos, piedosos, que rezaram para que se convertesse antes da morte; e outros houve, impiedosos, que aplaudiram o castigo divino pela sua vida de devassidação e blasfémia. Uns oraram pela sua cura; outros para que apodrecesse o mais rápido possível no inferno.
Hitchens, claro, não se arrependeu no final. Era um guerreiro:
“Beware the irrational, however seductive. Shun the 'transcendent' and all who invite you to subordinate or annihilate yourself. Distrust compassion; prefer dignity for yourself and others. Don't be afraid to be thought arrogant or selfish. Picture all experts as if they were mammals. Never be a spectator of unfairness or stupidity. Seek out argument and disputation for their own sake; the grave will supply plenty of time for silence. Suspect your own motives, and all excuses. Do not live for others any more than you would expect others to live for you.”
Sobre os políticos, diz isto que diz tudo:
«(...) Um dos traços "conservadores" do pensamento de Hitchens está nesta preocupação insistente com o carácter das figuras políticas. O exemplo de Richard Nixon: apesar de psicopata perigoso, Nixon foi também um Presidente que lançou algumas políticas progressistas no domínio da saúde. Deveremos valorizar apenas este último aspecto? A importância do carácter está na sua permanência, argumenta [Hitchens]. "Os políticos podem mudar de políticas de saúde, mas não o facto de serem psicopatas."»
Se isto é ser conservador, sou conservadora com todo o prazer.
Ah! E, e já agora, também gosto particularmente destas palavras de Hitchens sobre a Madre Teresa de Calcutá, senhora que sempre me irritou supinamente [tenho uma certa dificuldade com as pessoas "boazinhas"]:
“[Mother Teresa] was not a friend of the poor. She was a friend of poverty. She said that suffering was a gift from God. She spent her life opposing the only known cure for poverty, which is the empowerment of women and the emancipation of them from a livestock version of compulsory reproduction.”
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2 comentários:
Já vi que o Pitta a irrita (caramba, quase rima), agora diz que a Madre Teresa de Calcutá sempre a irritou; por favor diga que ama de paixão o Mário Crespo porque, se não, vou achar que encontrei uma alma gémea e, francamente, não me apetece nada.
lamento não poder satisfazer o seu pedido. o mário crespo não passa... do mário crespo.
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