14/08/11

Já que estamos na silly season… falemos de política

O tema pareceu-me apropriado, se não inspirador, particularmente à luz desta frase de Mark Twain: Suppose you were an idiot and suppose you were a member of Congress. But I repeat myself.
Creio que não estaremos muito longe da verdade se dissermos que, este ano, a abertura oficial da silly season ficou marcada pela entrevista de 14 de Julho a Lili Caneças.
Embora eu, pessoalmente, tenha apreciado sobretudo a deixa final de Lili, Obrigada eu. Não se esqueça de pagar o meu sumo, muitos houve que preferiram as revelações acerca do beijo trocado com Polansky, as leituras de Marx, os amigos maoistas ou as simpatias trotskistas da própria…
Ainda mal refeitos do extremismo de Lili, fomos informados que Nuno Fernandes Thomaz, do CDS, dera entrada na Caixa Geral de Depósitos como administrador-executivo, apesar de este nunca ter conseguido cumprir a promessa feita em 2005 — mandar construir um Museu da Bíblia a Norte e um parque tipo Eurodisney a Sul, tendo ficado por apurar se a ideia teria o beneplácito de Álvaro Santos Pereira, o Álvaro, ministro que nos fizera saber em Junho (ou seja, antes da abertura oficial da silly season e depois da dupla Pinho/Bidarra nos ter mandado rigorosamente p’ra outra banda) o quanto lhe aprazeria ver Portugal transformado numa Florida.
Em matéria de dress code, também se registaram alguns factos relevantes. Disputaram-se (e disputam-se) aventais, a Universidade Católica de Lisboa decidiu abolir os chanatos e as camisolas do Benfica, e o monárquico Rodrigo Moita de Deus garantiu que uma grande diferença entre os políticos de esquerda e os políticos de direita diz respeito ao guarda-roupa e [à] capacidade de transmitir a sexualidade. A direita costuma ser melhor nessas coisas, convicção tornada pública após a ministra Assunção Cristas ter abolido a gravata (esse símbolo fálico!) por razões energéticas e ambientais, esquecendo-se que muito pior do que as gravatas é a flatulência das vacas, animais que também estão sob a sua alçada.
Já depois disso aumentaram os transportes, foi anunciada a subida do IVA do gás e da electricidade e o fim de algumas comparticipações na saúde.
No entretanto, parece que alguém do PSD ligou para o 112 da Assembleia da República e o PS veio exigir um pedido público de desculpas. Temos oposição!

2 comentários:

Nuno Monteiro disse...

Cristina Leonardo

deixe-me apenas partilhar consigo esta minha reflexão, já se deve ter dado conta que temos finalmente em Portugal um Governo, Um presidente e uma Assembleia - julgo ter sido algo do género que foi sonhado, enfim, a santíssima trindade está aí e não engana e vale imensamente menos que a santíssima do blogue do Fallorca...

aproveitemos como pudermos esta silly season

bem haja!

Nuno Monteiro disse...

Perdão, o Jorge Fallorca refere-se à santérrima trindade e não à santíssima. Erro meu, fiquei na dúvida e fui verificar. Fica a correcção.