08/06/11

O mundo ficou outra vez mais pobre: Jorge Semprún (10 de dezembro de 1923 - 7 de Junho de 2011)

Foi resistente, comunista na clandestinidade, esteve preso no campo de concentração de Buchenwald, acabou sendo expulso do PC espanhol em 1964, foi ministro da cultura de Felipe González, escritor, argumentista e um defensor enorme da liberdade.

Escreveu isto:
«Existe, com efeito, uma confusão antiga, amiúde fruto da ignorância, ou talvez de um pensamento equívoco ou malévolo, entre a deportação de inimigos do nazismo – alemães anti-hitlerianos, resistentes europeus – e o extermínio de judeus e ciganos. Os primeiros foram detidos e deportados pelos seus actos, quaisquer que fossem as suas origens sociais ou a sua religião. Os segundos são exterminados por serem o que são, mesmo que nunca tenham cometido um acto ou um mero gesto de oposição ao regime. A diferença, mesmo que o número de mortos resistentes fosse comparável ao dos judeus exterminados – e não o é, de forma alguma –, não é uma diferença quantitativa: é ontológica.»

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