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O autor do extraordinário Viagem ao Fim da Noite foi excluído das comemorações oficiais em França.
[E confesso já que Viagem ao Fim da Noite deve ter sido o livro que mais me custou a ler até hoje. Não pelo tamanho, não pela dificuldade, certamente não pela falta de interesse. Apenas porque dali ninguém sai vivo — incluindo o leitor.]
11 comentários:
Para mim, em "francesquinho" foi o 'L'Étranger' do Camus, tive que ler o book duas vezes até o entender.
O Céline é excelente, mas se eu vivesse no tempo dele matava-o primeiro e lia-o depois, as razões são de todos conhecidas.
Pior que tudo isso (a maior provação) foi a "Recherche...", akilo nunca mais acabava, e eu estava completamente perdido no meio do enredo (se é que havia um) français comme il faut, mas um tanto quanto 'boring'...
:-)
Um dos meu livros da vida, concordo em absoluto com o que escreveu dentro do parêntesis recto, "dali ninguém sai vivo".
Desde que não excluam o Genet, está tudo bien pour os portugueses (emigrados). bfds
Foi-se o cachimbo do outro, agora malham (outra vez) neste, enfin, la France
E A Morte a Crédito?
Eu já nem sabia se era a minha que me anunciavam!
Homem terrível nas ideias e na escrita.
Quanto a «questões literárias», este ano, pela PRIMEIRA VEZ, um sobrevivente cigano de Auschwitz representou oficialmente os roma nas comemorações. Estaria ao lado da seráfica Merkel?
Mas estou bem mais curiosa em imaginar o que escreveria hoje o Céline sobre os judeus. Uma pessoa, às vezes e mesmo sem querer, tem estas estranhas e malévolas palpitações filosóficas.
O Genet também me é simpático. Não só pelo teatro e os poemas, mas pela vida e pelos palestinos.
e como ficaria admirado se a frança o incluísse; por outro lado são consentâneos com a postura que tiveram para com ele em vida; polémicas à parte, em termos literários não tem paralelo em toda a literatura francesa e por outro lado, o mundo aclama-lo-á cada vez mais e cada vez mais rapidamente...
Apesar de gostar muito desses autores enquanto autores, essa do mundo cada vez mais o (s) aclamar
deixa-me um forte amargo de boca que não é de amendoa e menos ainda literário.
Cada tempo tem o seu privilégio e o meu tempo teve o privilégio de me abrir cedo os olhos para lá da minha rua. Isto é: cabelos verdes, camisola aberta ao vento, pés firmes na traineira. E um cravo vermelho na orelha - por que não?
Le bon fasciste!?...
«Il n’a plus assez de musique dans le coeur pour faire danser sa 'mort'»
"Quando penso nas pessoas que oiço falar de política, já as estou a ver num autocarro... num autocarro a sério! com grades, austero, a abarrotar de criminosos como nós!... nada de criminosos à Charlot! criminosos verdadeiros, de algemas e coletes de forças!..."
Pág. 29, Castelos Perigosos, Ulisseia, tradução de Clara Alvarez,
apenas desejo clarificar o meu post de manhã, que ia no sentido de alertar para uma sociedade egoísta que se não importa com a fome. Céline, polémicas à parte, na trilogia final, alerta para uma sociedade que perigosamente naufraga. Eu, terei sempre esperança que não. Quando falo em literatura de excepção é porque reconheço as palavras duras e a coragem! Tal como não acredito em livros malditos também não acredito em caracteres imaculados e se admiro o malangatana e o rui Knopfli ao mesmo tempo tenho pena de ter sido sempre olhado como um retornado! há trinta e cinco anos que não sinto o cheiro da minha Lourenço Marques.
Há um ditado moçambicano que diz «não voltas onde foste feliz» mas também há outro, angolano, que diz «o canto de quem te ama nunca fica longe». E há, ainda, aquele desabafo português do «há mar e mar, há ir e voltar». Todos nós retornámos de algum lugar, todos tivemos bons e maus retornos em tempos diversos, sem subestimar aquela, até, do lobo e do cordeiro.
Eu, que não sou retornada tal como não foi retornada Noémia de Sousa, amo a poesia de Knopfli, o eterno retornado, bem mais que a de Noémia. Porque me atormenta a ausência do cheiro dos cajueiros tanto quanto a ausência do cheiro das laranjeiras.
Digamos que o António Variações é que percebia disto. E o O'Neill - honra seja feita à Pastelaria!
Livros, mas este não vos vai ser fácil de descobir... o meu exemplar é em papel e encontrei-o numa velha livraria de um semi-tuga lá no 'subcontinente'...
Da contracapa / Backcover:
Princeton, New Jersey, U.S.A.
February 18, 1950
«Dear Mr Nehru
I have readwith extreme interest your marvellous book ' The Discovery of India'. The first half of it is not easy reading for a Westerner. But it gives an understanding of the glorious intellectual and spiritual tradition of your great country. (...)
...
Please remember me kindly to your daughter.
Yours cordially
Albert Einstein
To my colleagues and co-prisoners in the Ahmadnagar Fort Prison Camp fom 9 August 1942 to 28 March 1945
Jawaharlal Nehru Memorial Fund
Oxford University Press
Published by Indira Gandhi
New Delhi 4 November 1980.
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