Não posso jurar que Marx teve razão quando enunciou a lei da baixa tendencial da taxa de juro. Como também não sei se acertou quando previu que as contradições internas do capitalismo levarão o sistema à ruína.
Confesso que não volto a Marx há muitos anos. Do filósofo alemão terei retido apenas umas ideias vagas, mas que, sendo vagas, ainda assim explicarão o meu pé atrás em relação ao vil metal. Do qual nada espero, esclareça-se, excepto que chegue para eu pagar as contas.
E foi talvez essa leitura precoce que me levou a encarar com absoluta naturalidade as acusações feitas há dias a cinco administradores do BCP. Segundo consta, não terão sido rapazes muito honestos, facto que está na origem da profunda indignação do comendador Joe Berardo que qualificou a matéria de roubo.
Face a isto, sei que o que vou dizer agora pode ser tomado por completa ingenuidade, se não mesmo por burrice: mal por mal, prefiro tipos que enriquecem à custa de crimes de manipulação de mercado, falsificação de documentos e burla qualificada, do que criaturas que enriquecem à custa do apartheid.
Inútil será que se exija moralidade ao capital: eis o que me ficou do velho Marx. Já a um primeiro-minstro, por exemplo, deve exigir-se alguma. Porque, super e infra estruturas à parte, assim como assim há limites. Acho eu.
Ou seja, e citando mais uma vez o insuspeito Johnny Caspar, um dos mafiosos do extraordinário Miller's Crossing: «(…) I'm talkin' about character. I'm talkin' about – hell, Leo, I ain't embarrassed to use the word – I'm talkin' about ethics».
Confesso que não volto a Marx há muitos anos. Do filósofo alemão terei retido apenas umas ideias vagas, mas que, sendo vagas, ainda assim explicarão o meu pé atrás em relação ao vil metal. Do qual nada espero, esclareça-se, excepto que chegue para eu pagar as contas.
E foi talvez essa leitura precoce que me levou a encarar com absoluta naturalidade as acusações feitas há dias a cinco administradores do BCP. Segundo consta, não terão sido rapazes muito honestos, facto que está na origem da profunda indignação do comendador Joe Berardo que qualificou a matéria de roubo.
Face a isto, sei que o que vou dizer agora pode ser tomado por completa ingenuidade, se não mesmo por burrice: mal por mal, prefiro tipos que enriquecem à custa de crimes de manipulação de mercado, falsificação de documentos e burla qualificada, do que criaturas que enriquecem à custa do apartheid.
Inútil será que se exija moralidade ao capital: eis o que me ficou do velho Marx. Já a um primeiro-minstro, por exemplo, deve exigir-se alguma. Porque, super e infra estruturas à parte, assim como assim há limites. Acho eu.
Ou seja, e citando mais uma vez o insuspeito Johnny Caspar, um dos mafiosos do extraordinário Miller's Crossing: «(…) I'm talkin' about character. I'm talkin' about – hell, Leo, I ain't embarrassed to use the word – I'm talkin' about ethics».
4 comentários:
Sim, há quem chame à decência burrice e/ou ingenuidade. Tendo em conta o carácter de quem assim pensa, não é certamente algo que nos (a todos que não pensamos assim) deva preocupar. Já o que essas pessoas são capazes de fazer, isso sim, deve preocupar. Pena que preocupe pouco aqueles que institucionalmente se deveriam preocupar mais; sobretudo, em os meter atrás das grades.
Ao pé das trafulhices e traficâncias por detrás da fortuna de Berardo, as do BCP não passam duma travessura. Assim tipo o puto que larapia um berlinde.
Qualquer forma de enriquecer é ligítima. O políticos querem transparência e valores éticos é de morrer a rir quando a essência do capitalismo (psicológica) é a cobiça.
Não sei se peneirar areias tem muito a ver com apartheid.
Ops, taxa de lucro, 1.@ linha...
Enviar um comentário