A violência no Médio Oriente tende a levar a posições extremadas, com alguns defensores de Israel a mostrarem-se mais papistas do que o Papa na compreensão da política militar do governo de Ehud Olmert.
Parece ser o caso, por exemplo, de Filipe Nunes Vicente que assina o seguinte post no Mar Salgado: «Tanto Israel como o Hamas visam alvos. O Hamas visa apenas civis, Israel visa o Hamas e atinge por vezes civis. É um facto. No entanto, o ponto preferido dos media portugueses é este: Israel mata mais. Isto é deveras espantoso. O Hamas só está em baixo na contabilidade macabra porque não tem as armas de Israel. Ou alguém pensa que um tipo que odeia o vizinho e lhe atira pedras todos os dias desdenharia usar uma metralhadora?»
Como a História não se faz de «se(s)», julgo ser um dever moral condenar as mortes de civis palestinianos na Faixa de Gaza (cuja responsabilidade caberá em última instância ao primeiro-ministro de Israel, o mesmo que, recorde-se, conduziu há pouco uma guerra desastrosa no Líbano — da qual pretenderá limpar-se agora da pior maneira).
No meio da barbárie, consola-me saber que 64% dos israelitas são pelo cessar-fogo, mesmo que tal implique conversações com o Hamas. Um facto que me dá mais que pensar do que todos os apoios incondicionais e/ou argumentos rebuscados em defesa da política de terra queimada.
4 comentários:
Mái nada!
Sabe, ACL, o que mais me impressiona é que um povo que sofreu o que sofreu (e eu sou das que lembram a shoa aos mais novos), inflija agora aos outros estes horrores. A memória é curta e a indiferença à dor infinita. Confesso que me ultrapassa. Boa noite
tb queria dizer que fiz um link para cá, espero que não se importe
cristinags, o drama do Médio Oriente deixa-me sem palavras. Às vezes sinto-me a querer resolver a quadradura do círculo... Mas 64% dos israelitas a desejarem o cessar-fogo é sem dúvida uma boa notícia. Não ressuscita os mortos, bem sei, nem os palestinianos nem os israelitas
obrigada pelo link
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