17/02/08

É a West Coast portuguesa, com certeza

O túnel da estação do Rossio foi mandado fechar, por razões de segurança, a 22 de Outubro/2004. Com um custo inicial estimado em 49,5 milhões de euros, a obra deveria estar concluída em Agosto/ 2006. Só abriu agora, e custou-nos mais 20%.
Apesar disso, José Sócrates aproveitou para festejar e cortar mais uma fita, após testar a segurança do túnel, com um orgulho, supõe-se, superior ao de Afonso Domingues quando ficou sentado 3 dias em jejum sob a abóboda da Batalha.
O túnel, como a abóboda, aguentou-se, mas não é a engenharia da coisa que me traz. São as palavras de Sócrates.
Segundo ele, a recuperação da estação «combinou tradição com modernidade» e «é uma obra lindíssima».
Ao confrontar os comentários às casas assinadas pelo próprio só me vinha à cabeça o resumo de Vasco Pulido Valente: «Isto o que é? (...) É uma montagem publicitária: polida, vácua, inócua. O herói de plástico, uma invenção. É José Sócrates, o primeiro-ministro.»
E, a propósito de plástico, aproveito eu para lembrar que estando o património a saque e a parolice reciclada no poder, o Mercado do Bolhão do Porto também corre o risco de se transformar num cosmopolita centro comercial embora, claro, mantendo a fachada (o que nada surpreende num país que é, ele próprio, de fachada).
Se acha que vale a pena indignar-se, assine aqui.

6 comentários:

Cristina Gomes da Silva disse...

É o "façadisme"...muito mais chique em francês. Eles é que ainda não se lembraram de vender esses atentados vestidos de Lumiéres. Temo o pior, como foi o mercado da Praça da Figueira.

Anónimo disse...

Olha a minha recensão ao Peixoto

Ana Cristina Leonardo disse...

vou publicar

Booktailors - Consultores Editoriais disse...

Já ouvi dizer que os pequenos armazéns dos lojistas, com as janelas do friso do primeiro andar, serão transformados em pequenos apartamentos de luxo, T0 e T1 para condóminos que gostam de andar fechados.
Espero que o vidro que os separa das vendedeiras de flores seja à prova de bala, pois elas são perigosas para esses indivíduos.

João Ventura disse...

E assim continuará a ser enquanto a política estiver colonizada por esses «trapezistas do marketing» que andam por aí acendendo as luzes ofuscantes do mundo. Também as do nosso pequeno mundo.

Anónimo disse...

ó fréguês, vai uma marmota!? :)