01/12/07

Porque Viver Sempre Também Cansa

Um post publicado no 2+2=5 assinado por Táxi Pluvioso pôs-me a viajar no tempo. Explico. Falava-se de Einstein. Alguém lembrou depois a bomba atómica e Dr. Strangelove: or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, o filme definitivo sobre o assunto realizado por Stanley Kubrick e interpretado pelo magistral Peter Sellers. O meu espírito não estava para aí virado.
Empolgada pela relatividade espacio/temporal, desatei a andar alegremente para a frente e para trás ignorando o sentido dos ponteiros do relógio — que não uso. Gostaria de partilhar com os visitantes da Pastelaria este agradável estado de espírito, e ninguém melhor do que Eric Idle para ilustrar do que falo. Faço dele as minhas palavras: Always look on the bright side of life.
(Façam favor de assobiar nas alturas certas)

Eu sei que esta leveza hedonista indicia uma superficialidade ontológica contrária à existência autêntica proposta por Heidegger, aproximando-me à velocidade da luz dessa Chica Almodóvar cantada por Sabina.
(Para quem tiver pouco ouvido para línguas, a letra aqui)

Não é que uma rapariga, lá por usar às vezes altíssimos saltos, não possa interrogar-se sobre o sentido da vida. Eu interrogo-me. Até agora a melhor resposta que encontrei foi esta:



E — por agora — é tudo o que tenho a dizer sobre o assunto. Desculpem a imodéstia, mas acho que para um domingo e para uma Chica Almodóvar nem está assim tão mal. Do que é que estavam à espera? Da Relatividade Restrita e Geral em três lições?

8 comentários:

Anónimo disse...

Não está nada mau não. Aqui está uma Weltanschauung totally gay!!! (na dupla acepção da palavra)

Táxi Pluvioso disse...

Para olhar a bright side of life convém usar óculos escuros.

A mãe do grande líder explica a evolução dos tempos ou como não foi muito criteriosa na escolha do material genético dos descendentes?

"I married the first man I ever kissed. When I tell my children that, they just about throw up".
Barbara Bush

menina alice disse...

E eu a descobrir este post exactamente no momento em que estou incapaz de parar a agulha do Canto da Boca do Sérgio Godinho. Daqui a uma horas já cá volto. :)

Ana Cristina Leonardo disse...

Rapazes, vocês são definitivamente too much para uma chica mesmo de saltos altos.
Manuel, essa da dupla acepção da palavra não percebi. A que palavra te referes: Weltanschauung ou gay? Em nenhum dos casos me parece que tenhas acertado, mas se te referes à última, isso só pode denunciar alguma falta de ouvido para o espanhol.
Táxi Pluvioso, nunca me ocorreria andar de saltos sem óculos escuros.

Ana Cristina Leonardo disse...

Menina alice, volte sempre

Unknown disse...

O sentido da vida não escolhe habitualmente estradas principais, prefere andar em contra-mão e dizer que a culpa é dos velhinhos - que eles é que não sabem, e coisa e tal, está-se mesmo a ver - mas no caso da Ana segue percursos curiosos, indo da filosofia séria, como Billy Wilder, até piruetas mortais como Heidegger, parando para comer couratos mais pela iluminação das barracas do que pelo bom estado da fritura, parece-me.

Isto das referências é uma coisa curiosa, é como o Eric Idle e amigos costumavam dizer: estamos sempre a encontrar franceses.

Ana Cristina Leonardo disse...

nsl, ainda me estou a rir com essa dos franceses!!!!

susana disse...

escolho todas para refeição copiosa, mas começo pela última. o non-sense é mesmo a melhor compreensão do no sense.